11 Biblioteca

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Estava curvado, com a cabeça apoiada na geladeira, limpando-a por dentro, quando expeli o ar de meus pulmões e engasguei com dor. Gemi, a força do golpe me levando ao chão. Caí de lado, segurando meu estômago. Meus olhos ficaram marejados enquanto tentava respirar.

Curvei-me, sem saber se outro golpe viria. Angelina estava acima de mim com o taco de beisebol de alumínio de Josh nas mãos. Ela me olhava com um sorriso, enquanto eu tentava me encolher contra a geladeira.

– Você não é importante. Nada do que você faz tem importância. Não pense que você será nada mais do que o vagabundo que é. – Ela se afastou.

Minha respiração entrecortada diminuiu conforme o ar voltava. Trêmulo, me levantei e limpei as lágrimas do rosto. Estremeci quando fiquei em pé, segurando meu estômago.

Sem pensar, coloquei os conteúdos de volta à geladeira antes de ir ao banheiro. Meus olhos vermelhos e injetados olhavam de volta pelo espelho. Estudo minha imagem pálida sem expressão. Expirando devagar, tentei controlar minhas mãos e pernas trêmulas. A água gelada açoitou meu rosto perturbado enquanto pegava mais da torneira. Esmaguei a raiva que começava a me dominar e enchi o pulmão novamente. Fechei os olhos e me lembrei que não viveria ali para sempre, antes de voltar à cozinha e terminar minhas obrigações.

Respirei fundo quando sentei na cama na manhã seguinte, minhas mãos espalmadas sobre minha barriga dolorida; parecia que tinha feito mil abdominais. Apesar de minha condição, ainda iria à biblioteca. Não tinha como ficar em casa o dia todo.

Phillip e Angelina não pensaram duas vezes em me deixar sair. Tinha certeza de que me queriam fora de casa do mesmo jeito que eu ansiava por sair. Prometi voltar a tempo para o jantar, às seis. Quando saí, a necessidade de contrair meus músculos era excruciante. Forcei-me a esquecer o desconforto, logo o esqueceria completamente: uma habilidade na qual me tornei mestre no decorrer dos anos.

Meu coração batia mais rápido do que o esforço exigido por pedalar a bicicleta quando me aproximei da biblioteca. Meus lábios se abriam em um sorriso frente à possibilidade de me encontrar com Harry. Sabia que fui paranoico sobre ser pego, mas após a noite passada, sabia que sentiria dor independentemente de fazer algo errado ou não; então talvez devesse fazer algo prazeroso. Travei minha bicicleta com o cadeado no espaço em frente ao prédio e subi as escadas. Antes de entrar, o vi apoiado na parede de pedra.

– Oi – ele disse com um sorriso no rosto.

– Oi – retorqui, meu coração em um galope desenfreado. Vê-lo ali parado, me esperando, apenas confirmava que valia o risco.

– Pronto para rebater?

– Estou pronto para qualquer coisa – declarei, seguindo-o nas escadas, em direção ao carro.

– Hum, qualquer coisa? – ele confirmou com um sorriso, abrindo a porta do carro para mim.

Hesitei e olhei para ele antes de entrar no carro:

– Sim, qualquer coisa. – O sorriso se espalhou pelo meu rosto.

Seus olhos verdes se arregalaram enquanto me devolvia um sorriso, sem ter ideia do que eu queria dizer.

– Tá bom – ele disse enfaticamente, fechando a minha porta.

– Como foi seu sábado? – perguntou enquanto nos afastávamos da biblioteca.

– Não fiz nada. Como foi o seu?

– Fui até Nova York, para um dos jantares de caridade de minha mãe. Então também não fiz nada.

uma razão para respirar - l.s versionOnde histórias criam vida. Descubra agora