–Temos mesmo que ir a essa reunião de apoio ao time? – resmunguei quando voltamos aos nossos armários para pegar nossos uniformes.
– Claro que temos – exclamou Niall, espantado com minha pergunta. – Lou, ter a escola inteira nos animando antes do jogo vai nos deixar tão bem.
– Posso ouvir música, assim não tenho que ouvir o resto? – Ele olhou para mim com suas mãos em posição de rendição, incapaz de entender minha resistência em fazer parte da festa. – Niall, preciso me focar no jogo. Fiquei distraído o dia todo com esse negócio do Harry. Não posso ser afogado no caos da gritaria.
– Você é tão esquisito – disse, mexendo a cabeça em negativa. – Não pode se livrar do incentivo da torcida ouvindo música. Temos que entrar conforme eles nos anunciarem e sentarmos no fundo do ginásio, onde todos podem nos ver: então você vai ter que lidar com o caos.
– Tá falando sério? – quase gritei. – Seremos anunciados e teremos que sentar na frente de todo mundo?!
– Lembra da reunião de incentivo ao time de futebol americano?
– Não fui.
Niall suspirou:
– Lou, tudo vai dar certo. Você tem meia hora de viagem de ônibus para se concentrar e não sairemos da escola antes das três e meia. Então, após a reunião, acharemos uma sala vazia onde prometo que não vou falar com você. Pode ouvir sua música, fazer a lição de casa ou qualquer outro ritual que precise para se focar no jogo. Tá bom?
Respirei fundo e anuí.
A reunião de incentivo ao time foi ainda pior do que imaginei. A banda tocou, as líderes de torcida do time de futebol americano dançaram, houve toneladas de balões e muitos gritos. A pior parte foi quando eles "apresentaram" o time. Niall esqueceu de mencionar que seríamos apresentados individualmente, achei que entraríamos todos juntos. Estava mortificado quando fui apresentado por último. E só piorou a minha humilhação quando foi falando que eu era o artilheiro no estado, o que fez os gritos aumentarem. Realmente não queria estar lá.
Quando acabou, me escondi de todos na sala de Artes e fiz minha tarefa de Trigonometria enquanto ouvia a banda que Harry adicionou à minha playlist.
Continuei quieto no ônibus, me livrando de todos os gritos e animações enquanto nos aproximávamos da escola. Afundei-me mais no meu assento e fechei os olhos.
Senti uma mão em meu joelho que estava pressionado contra o banco da frente. Abri meus olhos e vi o treinador Peña sentando ao meu lado, o ônibus estava quase vazio. Retesei-me e desliguei a música:
– Pronto? – perguntou com um sorriso confiante. – Você consegue.
– Eu sei – garanti.
– Vamos. – Bateu de leve em minha perna e foi em direção à saída do ônibus. O segui, religando a música.
Cada vez mais pessoas entravam no estádio enquanto nos aquecíamos. O ar estava tomado de vozes e energia da torcida e dos jogadores. Não olhei ao redor; não queria ver o que estava em jogo. Ignorei a torcida, os flashes das câmeras e os anúncios do locutor. Respirei o ar frio de novembro, me concentrando no que viria a seguir. Quando me afastei completamente das distrações, sabia que estava pronto.
O jogo foi melhor do que imaginei. Foi faltoso, com corpos se batendo e brigando pela posse de bola. Foi rápido, conforme a bola mudava de pé para pé, cobrindo a extensão do campo e voltando novamente dentro de um minuto. Foi difícil, com cada passe interceptado e com defesas de gol. Ainda estava com o placar de zero a zero no intervalo do jogo.
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uma razão para respirar - l.s version
RomansÉ UMA TRILOGIA E O SEGUNDO LIVRO SE ENCONTRA EM HIATUS!!!! Na cidade de Weslyn, Connecticut, onde a maioria das pessoas se preocupa em ver e ser vista, Louis Tomlinsom preferia não ser percebido de forma alguma. Ele está mais preocupado em fingir p...