As duas semanas seguintes passaram com a mesma facilidade despreocupante. Harry se tornou parte de minha rotina, aceitando tudo o que era intrínseco a ela; e descobrindo meio de adicionar coisas novas.
Tendo em mente meu horário de chegada de dez horas e tirando vantagem de minhas atividades após a escola, Harry convenceu facilmente a mim e Niall de ir à sua casa uma noite após terminarmos a diagramação do jornal com horas antes de eu ter que voltar para minha casa. Michael nos encontrou lá e nós quatro tentamos jogar sinuca. Devia dizer que Niall e eu tentamos, Harry e Michael jogaram bem. Ri quando Niall zombou de sua pontaria e ele achou graça quando não consegui jogar a bola em linha reta e a bola branca saiu desgovernada.
Ainda sorrindo, entrei pela porta antes das dez da noite. Estava inconsciente da presença de Angelina e George, entretido pelas lembranças do dia.
Não ser pego me deu confiança; facilitava minha aceitação cada vez que Harry inventava algo para fazermos. Devia ter me lembrado que não era a pessoa mais sortuda do mundo, mas a excitação de escapar era viciante.
Em uma das noites, Niall gargalhava enquanto Harry me ensinava a dirigir seu carro no estacionamento da escola. Era tarde, então não tinha ninguém no lugar e estávamos no estacionamento lateral da escola, que era difícil de ser visualizado da avenida, já que era rodeado por árvores. Acho que se tivesse visto o carro rodando e freando bruscamente e eu gritando nervoso, teria rido, também. Harry era paciente e determinado e depois do que pareceu uma eternidade, dirigi seu carro em volta do estacionamento, mudando da primeira para a segunda marcha. Ele tentou me convencer a ir para a avenida, para me acostumar com as mudanças de marcha, mas me recusei.
No domingo, o encontrei de novo na biblioteca. Disse aos meus tios que tinha um trabalho gigantesco de história para fazer, assim pude encontrar Harry mais cedo, para ficarmos mais tempo juntos.
Ele me avisou para vestir roupas quentes quando nos despedimos na sexta-feira após a escola. Fiquei feliz por ter seguido sua orientação quando ele estacionou no parque estatal há poucas cidades a leste de Weslyn.
Harry me levou por uma trilha de terra, através de arbustos, com o ar frio açoitando nossos rostos. As camadas de agasalho tornaram-se desnecessárias conforme adentrávamos mais na floresta. Tirei minhas luvas e amarrei minha jaqueta na cintura, ficando apenas com o suéter.
Não conversamos muito enquanto andávamos. O silêncio era confortável e eu estava aliviado por estar longe de Weslyn e envolto pelo cenário sereno com o canto dos pássaros e a brisa farfalhando as folhas. Absorvi as cores na natureza enquanto seguia a mochila azul de Harry, permitindo que um sorriso tomasse conta de meu semblante.
Harry parou na base de uma parede rochosa, onde parecia que uma pedra caíra da encosta, deixando exposto seu lado mais plano, que era apenas acentuado por recortes sutis. Parecia ter uns trinta metros de altura.
– Pronto? – ele perguntou, olhando para cima. Parei segui sua linha de visão, a grande parede rochosa.
– Pronto para o quê? – perguntei hesitante.
– Vamos descer com rapel essa rocha – ele respondeu, sorrindo de volta. – Não é tão grande, não se preocupe.
– É isso que vamos fazer?!
– Você vai amar, prometo. – Minha reação não foi suficiente para tirar o sorriso de seu rosto. – Eu vim aqui ontem para dar uma averiguada. Há um patamar à esquerda que nos leva ao topo. – Ele me olhou ali, travado e adicionou: – Você confia em mim, né?
Olhei para ele e neguei, chacoalhando a cabeça:
– Não mais.
Ele riu:
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uma razão para respirar - l.s version
RomanceÉ UMA TRILOGIA E O SEGUNDO LIVRO SE ENCONTRA EM HIATUS!!!! Na cidade de Weslyn, Connecticut, onde a maioria das pessoas se preocupa em ver e ser vista, Louis Tomlinsom preferia não ser percebido de forma alguma. Ele está mais preocupado em fingir p...