-Podemos ser apenas amigos – Harry disse quando voltou vinte minutos mais tarde. Se sentou ao meu lado e segurou minha mão. O calor de suas mãos enviou calafrios através de meu braço. Olhei em seus olhos, querendo acreditar no que ele dizia.
– Quero dizer, já somos amigos, então nada vai mudar. – O desapontamento e a confusão foram substituídos por um sorriso confortador. Ele parecia sincero. – Tá bom?
Não tinha noção do que aconteceu nos vinte minutos, mas ele não era o mesmo de quando saiu.
– Sim, tá bom – disse devagar. Tentei sorrir de volta.
Estava com muito medo de vê-lo na escola na segunda-feira, esperava que houvesse uma certa estranheza entre nós. Entretanto, não houve a tensão ou a esquiva que previ. Tudo estava da mesma forma que antes; e de novo... não estava.
Notava sua presença muito mais do que antes. Toda vez que ele resvalava em meu braço, quando andávamos pelos corredores, ou se inclinava para cochichar algo comigo durante a aula de Anatomia, eu me arrepiava todo. Descobri-me sorrindo mais e mantendo seu olhar por mais tempo. Era como se o estivesse notando pela primeira vez, tudo de novo. Mas dessa vez, sabia que ele também me notava.
Harry passou a sentar-se e andar mais perto, e a olhar com mais intensidade. Começou a guardar seus livros em meu armário nos intervalos entre as aulas, colocando sua mão em minha cintura quando se inclinava para retirá-los. Esses toques sutis causavam um calor em meu peito e liberava um formigamento que subia pela minha nuca. Ele não segurava minha mão na escola, mas sempre encontrava um meio de que nossas costas das mãos se tocassem quando caminhávamos.
Estávamos envolvidos em uma dança complexa de tocar sem tocar, sabendo sem dizer e sentindo sem expressar. Éramos amigos andando juntos por uma saliência, uma saliência bem fina, e estava muito preso em minha consciência de sua existência para perceber quão perto meu pé estava para que eu escorregasse dela.
– O que está acontecendo com você? – Niall perguntou durante nossa ida à escola na quarta-feira.
Não disse tudo a ele quando voltei da tarde de domingo com Harry. Disse apenas sobre o passeio de motocross e da ligação de Jake, mas deixei o quarto de fora. Não conseguia juntar coragem para falar as palavras em voz alta e já que havíamos concordado em ser apenas amigos, não havia porque dizer.
– O que você quer dizer?
– Você e Harry estão agindo de forma... diferente nos últimos dias. Aconteceu algo que você não me disse? – Ele observou meu olhar hesitante e declarou :
– Algo aconteceu! Lou, ele o beijou? Não acredito que você não me contou!
– Não, Niall, ele não me beijou – disse enfaticamente.
– Então o quê? Vocês dois estão muito... próximos, ou algo do tipo. Não consigo entender. O que aconteceu?
– Somos apenas amigos – enfatizei.
– Ele disse algo? – ele perguntou animado. Não consegui evitar o rubor em minhas bochechas.
– Ai meu deus, é isso. Ele finalmente contou como se sente. Você tem que me contar o que ele disse.
– Niall, não importa – retorqui, ficando mais vermelho ante as lembranças de suas palavras.
– Somos apenas amigos, então não vou falar sobre isso.
Niall não continuou sua interpelação, mas um sorriso de quem sabe das coisas tomou conta de seu semblante.
– A Angelina vai sair mais cedo do trabalho hoje, também? – Niall perguntou quando estacionamos na escola.
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uma razão para respirar - l.s version
RomanceÉ UMA TRILOGIA E O SEGUNDO LIVRO SE ENCONTRA EM HIATUS!!!! Na cidade de Weslyn, Connecticut, onde a maioria das pessoas se preocupa em ver e ser vista, Louis Tomlinsom preferia não ser percebido de forma alguma. Ele está mais preocupado em fingir p...