Os preparativos corriam bem, uma esquadra de ajudantes percorriam a minha casa como formigas operarias construindo suas tocas sobre as ordens de sua rainha, pessoas que eu pouco via pessoalmente viriam dar o ar de sua graça para me ajudar com tudo, provavelmente Nowa seria o primeiro a me ajudar, mas estava longe fazendo sucesso, pondo seu nome no mundo e na internet onde algumas críticas positivas dos seus shows já apareciam junto a dezenas de outras coisas desnecessárias.
Caixas e mais caixas se amontoavam no cantinho, alguns amigos e conhecidos ajudavam a embalar tudo com o máximo cuidado antes que tudo fosse transportado, lentamente, com calma e com cuidado para que nada se quebrasse, pois sou extremamente apegada a tudo o que era meu.
Aquilo durou pelos próximos dois dias, mas os resultados eram recompensadores, pois até mesmo os ares da torre estavam mais leves ao meu redor. Pela primeira vez não me senti como uma... convidada, e sim como uma moradora, alguém que foi convidado para entrar e ficar para sempre, nunca estivera em meus pensamentos mudar, mas depois que começou, eu aceitei tão bem que não tinha o que questionar.
O quão amadurecida estava? Isso me ajudou a superar barreiras que antes pareciam instransponíveis e, uma delas anunciava que estava de mal humor ou com alguma necessidade. Na sala de visitas eu volto a realidade quando noto a babá eletrônica despertar para a vida, com a movimentação no quartinho de Nadja, seu choro enchendo os meus ouvidos enquanto uma fenda no espaço me separava dela. Eu sorrio e sigo até seu quarto que ficava ao lado do de Johanna. Na porta branca agora havia uma pequena faixa rosa com a inscrição "Lar do anjinho".
Eu entro. A decoração era neutra, isso porque até um mês e treze dias atrás não sabíamos o que sairia do ventre de Johanna. Ela deve ter ficado muito emocionada quando a doutora disse que era uma menina, talvez até mais do que eu já que desde o momento em que sai da IMS com Tomas, acreditei que seria um menininho.
Agora tanto faz. Era uma menininha, perfeita, adorável e amada mais do que a minha própria vida.
O quartinho tinha poucos moveis e era um tanto apertado, porém bem arejado, decorado com coisas de bebê como sinos sobre o berço pálido, um véu contra mosquitos e os mil presentes do chá de bebê que contou com mais gente do que eu esperava. Nadja estava descontente com algo, provavelmente estivesse com fome e Johanna estava fora, pulou da cama as 5h da manhã.
Eu a recolho.
— Bom dia, meu amor — eu lhe beijo a testa. — Gostaria que você pudesse me falar exatamente o que quer. Entretanto, como não pode, a mamãe vai dar um jeito de descobrir por si só, ok?
Eu tomo em mãos o seu chocalho favorito, tem o formato de uma chupeta gigante com bolinhas rosas e azuis, mas ela não o quer, tanto que a joga. Talvez uma abordagem diferente. O que uma criança de um mês sapaca come?
Ah já sei! Leite materno. Eu não tenho. Sim, continuava estranho pensar que eu era a mãe e não tinha o liquido da vida para dar a minha filha, mas uma Johanna precavida sempre tinha, sendo que todas as manhãs tirava um pouco e deixava na geladeira pois sabia que a qualquer momento precisaria sair correndo para um compromisso.
Eu a troquei e estávamos prontas para seguir a passos lentos até a cozinha. Ela estava animada para desafiar a gravidade, pois em todo o caminho nós brincamos, giramos e eu a elevei ao céu onde ela deu um risadinha. Ela estava uma graça, seus cabelos lisos escorridos sobre a testa, os pequenos olhos de céu buscando entender o cenário, o corpo miúdo em um vestidinho rosa com bolinhas brancas bordado e a tiara com orelhinhas de rato.
Provavelmente ela não fazia ideia do porquê a mamãe estava elevando-a até o céu, mas eu sabia o quão poderosa era essa interação.
Na cozinha, as diaristas de Johanna estavam ao máximo vapor, uma senhora de cabelos brancos e uma moça loira que beirava os cinquenta anos.
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Minha Indomável Paixão (Livro 3) - CONCLUIDO
Chick-LitCecilia Winsloe finalmente realiza o seu maior desejo - o de se ver livre da anomalia que tanto a assombrava. Com o nascimento do primeiro filho, fruto de um milagre da ciência, eis que novos obstáculos, desafios e desentendimentos surgem. Intrigas...