Capitulo 31

1.1K 115 12
                                    


Os anjinhos haviam me avaliado, e havia todo tipo de avaliação. Como eles tinham idade para saber o que era certo e errado, eles anotaram com suas letras o que achavam, selecionaram entre opções e no final me deram notas de 0 a 10 no resumo. Acho que posso me considerar boa já que com menos de dois meses de trabalho, tinha uma boa taxa de aprovação: cerca de 70% dos alunos me achavam boa ou ótima, 20% me achavam na média e os 10% eram o pessoal do fundo, uma turma de cinco alunos que não queriam nada, apenas estavam lá por causa dos pais, esses me deram notas ruins, mas como sou orgulhosa, vou desconsidera-las.

Eu tomo um gole do meu café, agora um pouco frio por ter que anotar as médias da pesquisa em um formulário, depois preencher alguns documentos e por fim fazer um relatório.

Nisso, todos já tinham ido embora. Uma ligação me chama pelo celular.

— Fala.

— Ei, é Amara, tudo bem com você? Combinamos de nos encontrar na Calisto's as 17h.

Eram quase 18h...

Olho através de uma fresta da janela próximo do teto, o tempo estava amarelado, provavelmente o sol já havia se escondido por trás dos prédios, estava começando a sentir um pouco de frio nas pernas.

— Ah... Amara — esfrego meus olhos, cansada e com os dedos doendo. — Desculpa mesmo, eu fiquei presa na escola com um monte de papeis. Qual a situação daí?

— Sairemos em alguns minutos. Cappas quer a nós duas juntas lá as 18h30, posso confirmar sua presença?

— Cl... claro, saio daqui em alguns minutos e vou direto para lá.

Eu olho para as folhas, o escuro já estava avançado sobre mim e em breve ficaria difícil de escrever, mesmo com as luzes do teto preenchendo o espaço.

— Certo, beijos.

— Beijinho.

Ela desliga primeiro e eu sou lenta o suficiente para descer o celular sobre a mesa mais lento que uma mosca morta, a última a sair ao que parecia. Mas, se essa era uma das atribuições e se quisesse que aquela vádia me deixasse em paz enquanto estivesse aqui, seria melhor que cumprisse com meus prazos. Era isso ou abandonar tudo, e a segunda opção não estava em pauta.

Eu massageio meu pescoço e volto a concentração nas ultimas linhas do texto, comemoro quando aplico o último ponto na última linha, parece uma vitória depois de escrever tudo o que precisava. Organizei os meus pertences e atirei o celular na bolsa.

— Droga, esqueci meu convite.

Acho que deve ter caído da minha bolsa na sala da senhora Graça logo que cheguei pela manhã. Se ela encontrou deverá estar na sua sala — a qual eu tinha a chave apenas hoje para acessa-la e deixar os papeis sobre sua mesa.

Ouço o batuque dos meus calçados pela escola vazia, parecia que um vento fantasmagórico invadia o espaço vazio deixado pelos corredores com luzes fracas — e pensar que esse lugar era tão animado pela manhã.

Disponho a chave na fechadura com uma das mãos enquanto com a outra seguro os papeis e depois entro. Hum, a sala dela cheirava a produtos de limpeza e café. Ela deixou a cafeteira ligada, eu desligo ela na chave e, olha, o meu convite, estava ao lado de um troféu sobre uma prateleira.

"Cecilia E. Winsloe, cocktail em El Ária. 051165754579".

Estiro as costas num gesto robótico e depois recolho a minha bolsa.

Só que quando abro a porta, eu tomo o maior susto da minha vida, o suficiente para arrancar o meu coração pela boca.

Um homem do tamanho de uma montanha surge.

Minha Indomável Paixão (Livro 3) - CONCLUIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora