Capitulo 4

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Eram 21h20 quando enfim cheguei em casa, a "minha casa" desde alguns dias atrás após as demais tarefas do trabalho. Era tão boa a sensação de poder tirar meus saltos e deixá-los de lado, a luz branca e intensa invadindo minha visão já que lá fora estava escuro e chuvoso, o conforto da casa de Johanna era o que eu precisava, todo esse espaço, a sua presença mesmo que nula era o suficiente para mim me sentir bem vinda após um dia duro e cheio.

Quando enfim me sento para descansar um pouco as pernas, eis que uma bela visão surge para animar um pouco a minha noite. Johanna Mitchel e Nadja. Nadja está adormecida sobre seus ninho, mas eu ainda pulo para abraça-las e beijas.

— Boa noite, mamãe.

— Como estão os dois amores da minha vida?

— Muito bem. Ambas concordamos que sentir saudade da mamãe é horrível. Entretanto... ao menos eu posso expurgar essa saudade de uma forma agradável e prazerosa — Johanna me olha com olhos ferventes, próximo da escada que leva para o segundo andar onde as luzes estão apagadas e o cinza de seus olhos parecem duas bolas de gude.

Eu junto a minha mão a sua enquanto ela me guia de volta ao sofá e nos sentamos como uma família feliz.

— Dia difícil, querida?

— Sim, aguentado muito mais coisas do que antes, Johanna. Adoro essa vida em família, mas acho que ainda não me acostumei com todas as atribuições e a correria.

— Eu entendo perfeitamente. Me casei com Richard muito jovem e fomos morar em outra casa. A minha vida era bem mais corrida do que é hoje e no final do dia nos víamos por alguns minutos e depois ambos íamos dormir devido à exaustão do dia... ele na gravadora, eu rodando pela cidade em reuniões.

A visão que tenho é um tanto decepcionante, não quero pensar que estou destinada ao mesmo, ficar com ela alguns minutos antes de dormir, e, pelo visto era o que iria acontecer pois a bebê dormiria e nós duas logo em seguida para acordar no outro dia na mesma hora, iniciando um terrível e repetitivo ciclo.

— Eu não quero isso para mim.

— E não precisa ser assim. Somos diferentes, mas seguimos pelo mesmo caminho e temos planos parecidos, não é?

— Err... o que quer dizer?

Johanna ajusta Nadja ao colo e me lança um olhar de tigresa.

— Que sei o que está havendo.

— O quê? Do que está falando?

Só na minha tensão ela já deve ter percebido que escondo algo, se antes sabia "O que estava havendo", agora tinha certeza que havia algo.

— De que tem algo que gostaria de conversar. Por que ficou tensa de repente?

— Desculpe — toco em meu peito. — É que eu realmente tinha algo a tratar, mas... mas...

Eu não quero falar disso agora! Deus, a minha filha estava perfeita e eu queria ficar com ela e com Johanna antes de ir dormir.

— Mas o quê?

— Acho que pode esperar. Posso segura-la?

— Claro, sweetheart.

Mãe com Nadja no colo, Cecilia Winsloe confusa sem ela no colo, essa era a minha vida desde então, e um sorriso brotou no meu rosto logo que a tomei em minhas mãos debrucei sua cabecinha sobre meu colo. Espero que ela não se lembre do nosso trato de mais cedo, não estou com cabeça para inventar histórias agora.

Minha Indomável Paixão (Livro 3) - CONCLUIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora