Capitulo 23

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A manhã chegou rápido, e com ela as dores do dia anterior e o cansaço de ter chegado um pouco mais tarde que o meu costumeiro. Amarrotada, com os cabelos grudentos pela farra e com a boca um tanto adormecida pelo álcool.

Eu me levantei pouco depois das 7h00 e tomei um longo banho. Logo que sai, atravessei o caminho de toalha e inesperadamente vi a porta da frente se abrir me arrancando um suspiro. Para a minha sorte e alivio, se tratava apenas do cara que não gostava da mesma fruta que eu.

— Barry... ei, está chegando agora da rua?

— Desculpa pelo susto, bebê — ele fala com uma voz cansada. — Noite longa e divertida na El Born com Martin.

— Cara, são 7h00 da manhã! Me desculpa ser intrusiva, mas você passou a noite toda fora?

— Sim.

— Não tem que trabalhar daqui a... duas horas?

— Nem vou — ele se joga no sofá, esparramado como um saco de batatas. — Deus, que garoto difícil de dobrar é esse Martin.

Pior, Martin não tinha que estar acordado para fazer bem a cena comigo?

— Eu também sai ontem com algumas amigas, mas voltei pouco antes das 23h.

— Se divertiu? — ele pergunta ao se virar e tapar os olhos com o braço.

— Muito — enalteço. — Foi incrível.

Os olhos de Amara sobre mim, o nariz dela sobre o meu, nós duas ao ritmo dos anos noventa.

— Adorei a sua toalha, bebê.

Toalha rosa com touca de elefante, nem parece que tenho quase 25 anos. Eu rio. Subi um passo e isso expôs as minhas pernas, ele grunhiu.

— O que foi?

— A toalha é bonita, mas o resto é horrível. Tapa isso ai, me dá asco! — ele me atira uma almofada e eu a devolvo com um pequeno riso.

— Ah... o que foi, Barry? — me dobro sobre o corrimão que separa a escada da sala e mostro um pouco mais de pele. — Não gosta do que vê? Não gostaria de me tocar? — acariciou minha coxa enquanto meus cabelos deslizam sobre a parte da frente do meu ombro. Sou sensual, irresistível. — Acabei de me depilar toda, estou lisinha e cheirosa como um bebê.

— Eca, só por deus, querida — ele tapa a cabeça entre a almofada.

Eu balanço a cabeça e continuo a subir em direção ao meu quarto, debochar dele era sempre engraçado, e mesmo se algum dia ele resolvesse retaliar, eu não ligaria, desde que não surgisse um homem pelado no meio da sua sala, isso seria um desastre para nós dois.

* * * * *

O set estava como numa corrida de formula Indy.

Ao entrar com meu acesso especial, cumprimento a maioria das pessoas que se não estivessem junto aos produtores, estavam na entrada conversando com outras pessoas. Eles sorriem e acenam, eu faço o possível para sorrir mesmo que sentisse minha cabeça doer a ponto de sentir mil bombas atômicas explodindo.

Ok... estou bem.

Posso fazer meu trabalho e isso não vai ser um empecilho, sou profissional.

Sigo pelos corredores junto a três mulheres que passam as instruções para o dia, nada de mais, apenas que vamos ter um horário de almoço a partir de hoje. Sigo até o camarim e entro sorrateira. Logo que uma luz alaranjada enche a minha visão, eu vejo as irmãs asiáticas se preparando.

Minha Indomável Paixão (Livro 3) - CONCLUIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora