Capitulo final

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— 7 meses depois.

O vestido apertava os meus seios brutalmente.

Com o passar dos dias, as preparações avançavam a todo vapor, como se o mundo se preparasse para ter duas mulheres se casando num dia em que fazia calor. O clima era perfeito onde estivéssemos, até um arco-íris iluminou o céu após a chuva passageira de mais cedo.

Ontem eu não dormi, isso porque depois da meia noite senti uma quentura em meu corpo, como se algo me cutucasse e gritasse em meu ouvido durante o tempo inteiro "Você vai casar, garota!", e eu apenas ria a cada vez que ouvia tais palavras se repetindo, pois aquilo também não estava nos planos — talvez estivesse no dos deuses de todo o cosmo, mas não nos meus —, nunca imaginei que vestiria um vestido perfeito, tão branco quanto a neve, adornado de redes e detalhes da cor de pérolas, os cabelos num coque cerimonial e o rosto mil vezes mais colorido.

Diversas mulheres me preparavam na parte direita do salão que fechamos exclusivamente para o casamento que, se dependesse de mim, poderia rolar durante uma semana. Segundo Johanna, seria o que faríamos já que pediu uma semana de folga para que tivéssemos a nossa lua de mel em Roma.

Como será que ela estava? Há quem diga que dá azar ver a noiva antes do casamento, mas será que isso se aplicava a um casamento lésbico? Talvez não já que... ambas éramos noivas, com compromisso selado, um par de alianças de diamante rosa e um par de papeis nos bolsos com o discurso final que levaria a um "SIM" ou "Com certeza aceito ser sua esposa, sua linda!".

Estava deslumbrada com tudo, com a preparação, o zelo com que era tratada, a felicidade por estar pousada sobre um puff e o momento final onde uma das mulheres dispõe a grinalda de seda com uma coroa de flores sobre minha cabeça.

Do lado de fora, espero um alvoroço, já que o mundo era o meu limite e, naquele dia esperei que todas as pessoas viessem ao meu casamento, ao único casamento que eu prestaria na minha vida com toda a certeza. Quando disse que o mundo era o meu limite, referia unicamente a minha predisposição a convidar a todos, até mesmo Deus e os anjos.

Aqueles que um dia passaram pelo meu caminho, agora estavam naquele salão que mais se parecia um salão árabe de tanto ouro, luxo, pompa, branco e riquezas, as paredes eram adornadas por véus brancos e incontáveis flores, o cenário era branco como a neve, ao fundo do palacete, uma coleção de vitrais gregos coloridos estampados por anjos e a frente uma centena de pessoas que se levantaram para me ver chegar. E era a última, quem fecharia com chave de ouro já que sobre o palco havia uma Johanna que fez meus olhos brilharem.

Quem disse que ela economizaria nesse momento? Seu vestido lhe marcava todas as curvas, tinha um tom perolado assim como o meu, a grinalda arrastava-se por dois metros no chão e na cabeça ela ostentava uma tiara de ouro para prender os cabelos. Ela carregava um buque de flores rosas e eu um de flores azuis.

Acho que ao final da cerimônia duas garotas levariam a promessa de se casar em breve ao pegar os buques.

Nowa estava logo nas primeiras cadeiras no lado esquerdo — o dos meus convidados —, em um terno preto, cabelos que batiam na altura do ombro, barba enfim fechada e aquele sorriso sacana acenando com um joinha.

Ainda no meu lado haviam todas as pessoas que conheci durante esse curto caminho de conquista, desde meus ex colegas de profissão como Louise, Tomas e Clark, até os que mais me influenciaram como Cappas, Jackes, Barry e Amara — minha madrinha de casamento. No lado de Johanna estavam seus pais, nossos amigos, Selene — sua madrinha, uma Beatrice comportada e sorridente, suas amigas da faculdade e até mesmo Alice Kiang, que mesmo tendo nos prejudicado, não deixava de ser uma boa amiga dela. Todos tinham lagrimas nos olhos para me saudar e eu acenei como uma diva para as câmeras e para os amigos.

Minha Indomável Paixão (Livro 3) - CONCLUIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora