Tomei um taxi que passava a poucas quadras de distância da Gotic, fomos por uma longa avenida que facilitou o acesso até El Born, visto que além de mim, muitas pessoas pensaram a mesma coisa. Quando se tratava desse bairro, a primeira coisa que pensavam eram nas baladas, muitos estavam certos e pela primeira vez eu experimentaria uma delas.
Quando chegamos ao local que lembrava uma jukebox devido a decoração retro em cores marrons, luzes piscantes e discos de vinil gigantes no telhado, o carro parou e um segundo taxi freou logo atrás de nós, a coincidência maior foi saber que dele desembarcaram Amara e Louise, ambas trajadas para noite. Amara em um vestido vermelho cereja e Louise em um laranja que lhe marcava menos as curvas.
— Amara, ei — ela olha na minha direção.
— Vejam, Cecilia e Amara! — ouço uma ruidosa voz num espanhol estridente e olho para ambos os lados.
Amara se aproxima, mas com ela, uma centena de pessoas que precisam ser controladas pelos seguranças da casa, homens negros gigantes trajando ternos brancos e fones de ouvido.
— Isso é incrível, não? — aceno para algumas pessoas que querem a minha presença.
— Queria chegar num lugar sem tanto alvoroço — proclama Amara ao tomar os meus braços.
Louise se agarra ao meu ombro e com uma mão abre espaço entre as pessoas para podermos no mínimo entrar no estabelecimento que tinha cheiro de madeira, era recoberto por cortinas negras, um cenário mais ou menos escuro, um salão de dança com pisos quadriculados e um globo colorido no teto, além de um segundo andar onde algumas pessoas vestidas de maneira distinta em relação as que estavam em baixo, aproveitam a companhia uns dos outros para beber e conversar.
— Isso é legal, Amara, por que não aproveita!
— Amara é uma chata, Cecilia! Não sabe aproveitar a fama e a adoração do público — diz Louise sobre meu ouvido.
Ela toca em meu braço indicando que vai a um lugar, talvez até a bancada de bebidas onde um par de garçons trajados em cinza e vermelho saltam as minhas vistas. Louise toma meu braço novamente e me guia até o canto esquerdo onde havia uma escadaria até então disfarçada da minha vista. Um segurança de preto abre uma cancela e eu olho para cima. Subimos.
— Eu estou gostando. Me sinto acalorada, entende?
— Entendo, mas só por estar com a minha irmã chata e ficar com os restos dela. Enfim, espero que goste dessa discoteca, sempre viemos aqui as sextas.
Enfim, chegamos ao segundo andar onde algumas pessoas acenaram com suas taças em nossa direção, estavam sobre mesas de vidro que pareciam ser feitas do mesmo material do globo de luz. Eu corro como uma criança para o gradil de onde posso ver toda a balada onde o som é ensurdecedor, mas agradável de ouvir.
Nós tomamos uma mesa que dizia "Reservado VIP", provavelmente nós mesmas. Claro, nós mesmas.
— Como você está? — pergunto a Louise, próximo ao seu ouvido.
— Eu? Er... por que pergunta?
— Nada... — eu rio, desconcertada, estranhando sua responsa em forma de nova pergunta. — Eu... só queria saber como você está. Está tudo bem? Como passou o dia?
— Oh... a... sim, bem... eu acho, tivemos um dia produtivo e nada estafante, por isso meu bom humor para a noite. Desculpe, é que... não estou acostumada a dizer como estou porque geralmente ninguém se importa.
— Que maldade — faço um biquinho, nada indiferente a sensação de não se sentir importante diante dos outros.
Então vejo Amara surgir pela mesma escada na qual subimos, trazendo uma bandeja cheia de pequenas bebidas e até mesmo uma que eu nem mesmo conheço, mas tem um rotulo vermelho que me chama a atenção.
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Minha Indomável Paixão (Livro 3) - CONCLUIDO
ChickLitCecilia Winsloe finalmente realiza o seu maior desejo - o de se ver livre da anomalia que tanto a assombrava. Com o nascimento do primeiro filho, fruto de um milagre da ciência, eis que novos obstáculos, desafios e desentendimentos surgem. Intrigas...