Depois que as filmagens terminaram, todos os que pertenciam as cenas seguintes receberam um papel contendo diversas instruções que deviam ser seguidas antes das próximas filmagens, na minha havia uma recomendação médica — já que todos fizemos exames na semana anterior —, para que eu mudasse a minha dieta e praticasse exercícios físicos já que a personagem pedia algumas ações que eu, naquele estado de gordura não conseguiria fazer sem algum incentivo.
Amara me guiou junto a Louise até a garagem do set onde entre três sedãs pretos, estava um americano de cor cinza com vidros claros. Louise recolheu seus pertences e os enfiou no banco de trás, Amara abriu a porta do carona para mim e depois deu a volta, eu estava um tanto empolgada para conhecer melhor... ela, sua casa, sua privacidade, seu espaço de conforto.
— Irmã, comprou o que eu pedi?
— Sim, mamãe, já devem ter entregado — Louise arruma os cabelos olhando para o celular.
— Ótimo. Droga, esqueci de perguntar para o Rick o que ele gosta de comer!
— Ele é vegetariano, Amara. Deus, você é tão desatenta aos seus amigos — Louise esturra no banco de trás. — Sorte sua que estou aqui.
— Verdade.
Amara aponta seu punho para trás e inesperadamente vejo quando Louise o toca com o seu, como se estivessem se cumprimentando de alguma forma amistosa, eu ri.
— Obrigada, Louise, de verdade. Esse dia só deu certo por sua causa.
— Cecilia, não alimente o ego astronômico da minha irmã — Amara brinca sobre seu banco enquanto liga o carro, os painéis possuem luzes azuis e o motor parece potente.
— Não! Faça isso mais vezes, Cecilia, adoro ouvir coisas assim já que minha irmã não o faz — ela solta um pequeno sorrisinho ao levantar o rosto do celular.
Eu me ajusto ao banco e cerro meus cintos. Parece aleatório, mas o meu pensamento voa até Dublin e se choca com Johanna. Louise tinha o seu espirito leonino fervente e arrogante, gostava de ouvir o que queria e, quanto mais conseguia, mais superior e convencida se tornava.
Nós dirigimos pela cidade durante o começo da noite, onde o movimento de pessoas e comerciantes ainda era grande numa zona de prédios e moradias na zona leste da cidade, próximo ao El Raval, alguns quilômetros do Barri Gotic. Amara fez questão de mostrar os poucos lugares que valiam apena conhecer durante o dia, como os hotéis gigantes, shoppings e ao sul algumas frestas do píer de Santa Monica e a praia.
Então paramos próximo a uma dessas ruas residenciais e de longe Amara acionou um botão num controle que fez um portão branco mais à frente se erguer. Ela freou, do lado direito, um homem num esportivo verde fumando cigarros acenou e ela correspondeu com um pequeno sorriso.
A casa de Amara passava por despercebida em meio a tantas outras maiores, não era o exemplo de luxo, mas parecia confortável com uma enorme garagem unida a um jardim separado por um corredor e uma ladeira que nos levava até um conjunto de portas francesas. Nós desembarcamos.
A arquitetura era de classe, as paredes pintadas numa cor creme com um par de janelas no andar superior, portas francesas em vitrais vermelhos e azuis enquanto que no segundo andar, uma sacada com pilares de vidro se destacava. Ela me estendeu sua mão para que entrássemos, e a decoração da casa... era maravilhosa.
O branco predominava sobre todas as coisas, os moveis, paredes, decorações tinham traços de branco, mas se destacavam pelo brilho. Os sofás gigantes num canto, mesas de vidro, quadros nas paredes e uma escadaria caracol metros à frente por onde subimos lentamente.
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Minha Indomável Paixão (Livro 3) - CONCLUIDO
ChickLitCecilia Winsloe finalmente realiza o seu maior desejo - o de se ver livre da anomalia que tanto a assombrava. Com o nascimento do primeiro filho, fruto de um milagre da ciência, eis que novos obstáculos, desafios e desentendimentos surgem. Intrigas...