Eu nunca mais conseguiria dormir.
Era de manhã quando senti meus olhos piscarem depois de algumas horas. A luz do dia invadiu a cozinha e os meus pensamentos, eu suspiro uma única vez, como se ar me fosse a coisa mais preciosa no momento, inspiro um pouco mais do produto para crise de asma e depois tomo um micro gole de café numa jarrinha preta de alça.
Aquilo não foi um sonho.
Aquilo foi um pesadelo.
Minhas pernas adormecidas de baixo da mesa despertam para a vida quando tento move-las com um gemido duro, deus, como estou com medo!
De repente, algo me toca o ombro e eu pulo com um grito.
— Ei, calma ai, bebê! Eu não sou tão horrível assim quando acordo — era APENAS Barry, vestido em um dos seus pijamas confortáveis.
Ele deslizou pela cozinha suavemente e eu o segui com os olhos, meus lábios tremeram, as imagens dele lá, desacordado como que por um feitiço poderoso assumem a minha cabeça. Bato a cabeça contra a mesa na tentativa de espanta-las e logo depois a cubro com as mãos.
Quando Barry virou, ele fez uma cara de estranheza ao pegar uma frigideira.
— O que houve, bonitinha? Não teve uma boa noite? Porque a minha foi perfeita! Dormi como um anjinho ao lado do meu Martin fodeloso.
Martin, o nome rebate na minha cabeça como um eco duro que eu tento conter, mas falho, estou apavorada!
Cecilia mordeu a pontinha da unha.
— Cecilia, você está me assustando, querida. Fala logo alguma coisa senão eu vou ficar louco.
— Martin não presta, Barry! — grito desesperada.
Como um último recurso, negando a minha promessa que fiz num momento de medo de que não falaria, mas eu corri para o seu quarto de madrugada justamente para falar, queria, precisava, iria falar.
— O quê? — ele continuava achando estranho. — Presta sim. Ele é uma beleza, hum.
— Não, ele não presta, Barry!
— Por que... fica repetindo isso, lindeza? Está com ciúmes?
— Não, ele... ele está te usando, ele não gosta de você!
Ele abaixou a frigideira sobre o fogão e cruzou os braços batucando-os com os dedos finos.
— Gosta, sim. Provou isso ontem quando topou dormir agarradinho comigo. Não transamos, mas deu para sentir bem o seu corpo contra o meu. Dá para acreditar que ele disse que tinha planos para a gente?
Eu me arremesso da cadeira, meu peito contraia dez mil vezes por minuto, estava tenso, eu estava em chamas no meu interior tanto pelo medo quanto pela sua reação que sequer se importou com o que eu disse. Claro, ao seu ver, era apenas ciúmes por aquele ator bonitão.
— Barry, eu não estou com ciúmes de você — eu digo, disposta a limpar seu comentário anterior. — Só estou dizendo que ele não presta. Ele está te usando para conseguir coisas.
— E por que acha isso?
— Eu vi com meus próprios olhos, Barry. Ele roubou as suas coisas enquanto você dormia, me ameaçou com uma faca. Por favor acredite em mim.
— Cara, depois dizem que o maluco sou eu. Você não chegou tarde ontem com aquela sua amiga asiática do cinema que disse que ia?
— Sim.
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Minha Indomável Paixão (Livro 3) - CONCLUIDO
ChickLitCecilia Winsloe finalmente realiza o seu maior desejo - o de se ver livre da anomalia que tanto a assombrava. Com o nascimento do primeiro filho, fruto de um milagre da ciência, eis que novos obstáculos, desafios e desentendimentos surgem. Intrigas...