— 5 Dias depois. Tempos atuais.
Quanto mais atenção ela lhe daria?
Me pareceu até que Johanna Mitchel havia esquecido da sua vida desde que aquela... aquela Beatrice apareceu. A nossa casa não era mais a mesma, pois estava permanentemente silenciosa, os únicos sons audíveis eram o choro de nossa filha, que por um instante eu acreditei que havia perdido uma das mães, pois Johanna não mais largava sua bela convidada.
Ciúmes?
NÃO!
Nadja estava impaciente, e uma vez que Johanna estava ocupada, eu fazia o seu papel durante o dia, trocar fraldas, amamentar com a mamadeira, dar carinho e lhe contar histórias na tentativa de abrandar seu choro. Por mais que eu quisesse, era impossível ignorar isso que estava acontecendo, com a minha mudança de vida, a dura de decisão que eu tomaria — e estava apenas ganhando tempo para ver o que Johanna iria achar, e enfim a mim mesma, o que estava acontecendo para mim me sentir dessa forma?
Beatrice era de fato uma ameaça, mas até que ponto? Eu sei, acredito, tenho confiança no meu interior de que Johanna não trocaria tudo o que tem comigo para reviver esse amor dela que eu entendo apenas como sexo e romance. Comigo era diferente, tinha paixão, tinha amor e o laço máximo entre nós... a filha de sangue que ambas geramos com amor e dedicação durante os quase 9 meses — falo como se eu tivesse a levado dentro de mim, mas era como se fosse, eu fiz o meu papel gerando-a, agora éramos ambas mães, coisa que só a ciência poderia explicar.
Eu estava tensa, Nadja percebeu isso e se negou a pegar a chupeta que lhe ofereci, tentei nina-la, mas ela estava agitada e com certeza queria a outra mãe... coisa que eu não poderia oferecer.
Ok, não é hora de ficar ciumenta, Beatrice não pode ser tão ameaçadora para mim nesse ponto, mas depois da conversa que tive com Johanna, até que ponto ela suportaria? Era irredutível e sentimental, não me permitiria ir além dos seus domínios.
Decido por sair do quarto para respirar um pouco de ar puro, o macacão vermelho de Nadja estava perfeito, limpo e pronto para que descêssemos um pouquinho para ver as belezas da cidade — mesmo que provavelmente ela nem prestasse muita atenção ao lindo cenário.
— Está pronta, querida, vamos para aquele passeio gostoso no parque.
Eu lhe beijo a testa, fecho a porta do quarto com dificuldade enquanto alço minha pequena nos braços e as mãozinhas dela agarram a minha blusa, oh que sensação maravilhosa.
As vozes dela logo surgem quando atravesso o corredor adjacente.
— Não dá para acreditar, Johanna.
— Sim, Beatrice. Naquele tempo eu ainda estava pagando essa casa. Fiz alguns bons investimentos, mas também tive altos gastos com minhas excentricidades. Acho que estou prestes a ter dificuldades financeiras por causa daquele maldito investimento falido que contei mais cedo.
Quando ouço a voz de Johanna, imediatamente a minha curiosidade fica atiçada, quando desço até a sala, ambas estavam sobre o sofá compartilhando de um bom vinho. Inicialmente sei que não tem segundas intenções escondidas, tanto que Beatrice se empolga com a minha pequena e se aproxima para toca-la, ela tem um perfume sutil.
— O que disse... Johanna?
— Ei, então essa é a gracinha da Nadja! — eu sorrio para Beatrice só por ela estar apreciando Nadja, mas no sofá há uma Johanna com uma rígida expressão e um olhar fugindo do meu.
— Nada, querida, estava apenas pensando.
Beatrice então recua por um instante enquanto a bebê se une ao meu peito e lhe nega atenção.
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Minha Indomável Paixão (Livro 3) - CONCLUIDO
ChickLitCecilia Winsloe finalmente realiza o seu maior desejo - o de se ver livre da anomalia que tanto a assombrava. Com o nascimento do primeiro filho, fruto de um milagre da ciência, eis que novos obstáculos, desafios e desentendimentos surgem. Intrigas...