— Uma semana depois.
— Atende, Johanna...
Nada...
Nem um sinal sequer daquela mulher, a qual tinha uma voz reconfortante que me levava ao delírio só de as vezes ligar para mim me desejando um bom dia no trabalho, ou mesmo no domingo quando passávamos o dia fora aproveitando o que nossa cidade tinha de melhor; as belezas naturais. E isso incluía ela mesma.
Sua mão gentil guiando minha cintura e me oferecendo proteção contra os perigos do mundo não mais me tomavam, uma pequena saudade bateu em minha porta hoje cedo e eu queria dribla-la. Suas fotos estavam no meu celular, sua voz perdurava em meus ouvidos permanentemente, mas ela não estava ali, sua presença não estava comigo em momento algum desde que cheguei a esse bravo novo mundo.
E tudo piorou quando ela bloqueou o meu número. Não queria me ver e nem me ouvir.
De repente, após as atribulações e a correria da semana de preparações, eu senti que como parte da minha renovação, eu precisava me desprender da necessidade de ser ajudada pelos outros. Vi Amara todos os dias da semana. Vi ela e a irmã voltando para casa no carro próprio e senti que estar sendo bancada por Charlie Cappas, era a mesma coisa que ser bancada por Johanna Mitchel.
Precisava mudar... de novo, dessa vez para não ser dependente dele enquanto trabalhava aqui.
Por isso aquele jornal chamado "El Diário", voltado na página de anúncios de casas para alugar me parecia tão interessante naquela manhã.
"Procura-se: Individuo solteiro, não fumante, masculino ou feminino para dividir apartamento no Barri Gotic. 1 Quarto, 1 Banheiro, bem localizado, próximo ao La Barceloneta...".
Hum... é perfeito para uma garota temporariamente solteira. Deus, pensamentos ruins!
O Barri Gotic se chamava assim porque a maior parte de seus moradores eram tematizados, e também por causa das construções góticas de séculos anteriores. As pessoas gostavam de vestir preto, tinham costumes diferentes, suas casas tinham um tema sombrio porém, acolhedor para quem fosse suficientemente aventureiro e dark. Eu estou sendo aventureira ao cruzar o continente para ter uma nova vida temporariamente. Além de que o lugar ficava a apenas alguns quilômetros do set de gravação em La Barceloneta, que era um centro importante onde haviam alguns monumentos, lojas e clubes.
Eu recolho meu telefone e digito o número inscrito no jornal junto a pessoa que vai alugar, seu nome é Barry Gilbert.
Alguém atende no terceiro toque.
— Alô? — era uma voz masculina macia
— Bom dia, sou Cecilia Winsloe, vi seu anuncio de aluguel do apartamento. Ainda está disponível?
— Oh, é Inglesa, podemos conversar melhor. Sim, está sim. Nossa, achei que demoraria um pouco mais de tempo para ter uma resposta.
— Bem, eu estou interessada e acredito que preencho os requisitos. Posso encontra-lo em algum momento?
— Claro, venha hoje logo cedo se quiser, vou estar aguardando.
— Certo, obrigada.
Logo depois desligo com um sorriso fácil, fácil como o que fiz: tomar a atitude antes de todo mundo. O caminho para a independência começava com a minha liberdade assegurada e livre de compromissos com outras pessoas. Eu desembarco da cama e tomo em mãos uma roupa qualquer de sair. Um toque em minha porta desfia minha atenção.
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Minha Indomável Paixão (Livro 3) - CONCLUIDO
Chick-LitCecilia Winsloe finalmente realiza o seu maior desejo - o de se ver livre da anomalia que tanto a assombrava. Com o nascimento do primeiro filho, fruto de um milagre da ciência, eis que novos obstáculos, desafios e desentendimentos surgem. Intrigas...