A Escolha (Um Romance Lésbico)

Capítulo 1

San Antonio, Texas

- Mamãe, já vamos dormir? - Questionou Spencer com seus olhinhos tristes.

- Não, ainda tenho uma surpresa pra você, mas você terá que fechar os olhos. - Respondeu sua mãe sorrindo.

A menina assim o fez, ela fechou os seus pequenos olhos e esperou ansiosa pela surpresa. Com cuidado seu pai surgiu da cozinha com um bolo de chocolate, o qual ela amava comer sempre que sua mãe fazia. Esse por sua vez colocou o bolo sobre a mesa e foi para o lado da filha.

- Pode abrir! - Anunciou a mãe que logo começou a cantar parabéns.

Enquanto os dois cantavam, Spencer sorria alegremente, seus olhos verdes brilhavam cada vez mais a medida que ela fitava aquele bolo. Como não havia uma vela, ela fechou os olhinhos e fez um pedido usando sua inocente imaginação para fazer de conta que havia sim uma vela acesa ali. Todos sorriam felizes, até que o som da campainha se fez formando um silêncio absoluto. O casal se entre olhou, e logo o rapaz foi até a porta para ver quem estava ali. E o barulho de dois disparos assustou as duas que ainda estavam na cozinha. Spencer estava com as mãozinhas nos ouvidos devido ao barulho, inocente sem saber o que havia acontecido. Então sua mãe rapidamente a pegou no colo indo imediatamente para um pequeno gabinete que havia ali.

- Vamos brincar de esconder, está bem meu anjo? Você se esconde aqui, fecha os olhos e conta na sua mente até cinqüenta, como papai ensinou. - Explicou ela para a menina.

Essa apenas assentiu e logo entrou no gabinete, encolhendo-se após abraçar as suas pequenas pernas. Então fez o que a mãe havia lhe pedido. De repente um estrondo se fez a assustando, ela tentou manter seus olhos fechados, mas a curiosidade falara mais alto.

- Não por favor! - Exclamou sua mãe ao ver os rapazes.

- O que estão fazendo aqui? - Uma voz grave se fez e então Spencer pôde ver um homem bem vestido surgir.

- Estamos fazendo o que mandou chefe. - Respondeu o outro.

- Estão no apartamento errado seus imprestáveis! - Exclamou ele irritado.

- O senhor havia falado apartamento 74. - Debateu o outro enquanto a moça olhava chorando para o gabinete como quem implorasse para a filha não fazer nenhum ruído.

- 64! - Vociferou o rapaz assustando a pequena que mantinha-se escondida.

- Sinto muito chefe... O que fazemos com ela? - Questionou o olhando.

- Ela viu demais, apaguem. - Ordenou.

- POR FAVOR, EU NÃO VOU DIZER NADA! - implorou a moça.

O rapaz a olhava com a arma apontada para a mesma como quem pensasse um pouco. Vendo que ele talvez não tivesse coragem, sem piedade o que se dizia chefe atirou a sangue frio na cabeça da mulher, que logo foi ao chão com seus olhos ainda abertos direcionados ao gabinete em que a filha estava. Spencer olhava para sua mãe em choque, o medo lhe dominara por inteiro. O homem agaixou próximo a vítima e com a arma tirou uma mecha de cabelo do rosto da mesma.

- Agora sim você não vai dizer nada. Uma pena, tão linda... - Indagou a olhando enquanto tirava uma mecha de cabelo do rosto dela revelando uma imagem em seu braço. - Vamos embora antes que os tiras cheguem. - Acrescentou levantando-se e se retirando.

- Devíamos ter brincado com ela antes já que ia matá-la. - Murmurou um dos rapazes retirando-se.

Os demais logo saíram em seguida. Ainda em choque Spencer abriu a porta do gabinete e saiu do mesmo sem tirar os olhos da mãe, com seus pequenos pés descalços ela pisou sobre o sangue ainda fresco para chegar até ela. E em um estalo ajoelhou-se próximo a ela e com seus olhos cheio de lágrimas deu-se a balançar a mãe.