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- Oh filha, já há muito que a vossa relação não funciona. Eu bem te avisei que não valia a pena insistires mais. Sei que o amas, mas amar só, não chega e sabes muito bem disso.

- Cada vez tenho mais a certeza disso... -disse e acabou por sorrir.

- Mel que sorriso é esse? Tens alguma coisa para me contar?

- A mãe sabe que eu e a Maria estamos em casa de um amigo. E ele tem-nos tratado super bem e...

- E gostas dele?

- Sim, sei que é tudo muito recente, mas estou a gostar dele. Até ele diz que não estou feliz com o Afonso, porque não tenho qualquer brilho no olhar quando falo dele.

- Mas só pelo simples facto de estares a falar desse teu amigo, esse brilho apareçe. E ele?

- Ele já me disse o mesmo, nós já nos beijamos várias vezes. Mas ele respeita-me e sabe que quero ir com calma, afinal, para todos os efeitos, ainda tenho namorado.

- Filha, se estás feliz com ele, sabes que tens o meu apoio. Mas sabes que mal chegues a Lisboa, terás que acabar tudo com o Afonso.

- Sim, eu sei. A mãe acha que devo aceitar o convite do meu amigo, para ir passar os seus últimos dias de férias, com a familia dele?

- Vai filha, aproveita para se conhecerem melhor e não te preocupes com a sua familia. Tu és uma menina de ouro e tenho a certeza que irão gostar de ti. E alguma coisa, tens a Maria contigo, não te preocupes com nada.

- Gracias mamita!

- De nada. Vou ter que ir, as tuas irmãs devem estar a chegar. O teu pai foi às compras com elas e decidiram trazer o jantar.

- Fizeram bem. Manda-lhes beijinhos meus e daqui a uns dias, já estarei aí com vocês.

- Serão entregues. Beijo e cuida-te!

- Beijo! -vi que ela deitou a sua cabeça na almofada e fechou os olhos.

Aproveitei, entrei no quarto sem fazer barulho e aproximei-me dela. Sabia que o que tinha feito era errado, mas valeu a pena.
Agora tinha ainda mais a certeza que ela gostava de mim. Dei-lhe um beijo no pescoço, o que a fez sorrir, mas continuou com os seus olhos fechados.

- Estavas a ouvir a conversa, não estavas? -perguntou o que me apanhou totalmente de surpresa.

- Desculpa...

- Não faz mal, não acho que tenhas ouvido alguma coisa que não devias. Muito pelo contrário... -disse abrindo finalmente os seus olhos e olhou para mim.

- Principalmente, saber que gostas de mim?

- Sim! -disse e levou as suas mãos à minha cara, acariciando-a.

- E então, vens comigo?

- Vou, podes avisar o Thiago que me vai ter que aturar!

- Ele vai adorar, só disse coisas boas de ti. Como é possivel, eu não te ter conheçido mais cedo?

- Verdade! -disse sorrindo e eu beijei-a.

*** *** *** *** *** *** *** *** ***

As apresentações foram feitas mal chegamos e todos me tinham recebido bem e à Maria também. Pensei que teria que dormir no mesmo quarto que a Maria e a Thaisa (irmã do Rafinha e do Thiago)
Só que não, iria dormir com o Rafinha, nem sequer me deu hipóteses de lhe dizer que não. Os Homens tinham ido jogar futvólei para a praia e nós, iriamos lá ter.
A Julia (mulher do Thiago) estava sempre comigo, o que me ajudava imenso a sentir-me mais à vontade. Já a Maria, criou logo uma boa relação com a Thaisa, o que era impossivel não criar.
Todas prontas, saímos e fomos em direção à praia, onde os outros estavam. Colocamos as nossas coisas na areia, algo não muito perto do local, onde eles jogavam.
Estava muito bem a apanhar Sol, deitada na minha toalha. Até que o Rafinha resolveu pegar-me ao colo e levar-me até à àgua.
Mal chegamos, pousou-me com cuidado por causa do pé, e meu Deus, a àgua estava fria. Ele nunca me soltou, nem por um segundo, mas percebeu o quanto estava arrepiada.

Confía En Mí (Rafinha Alcântara)Onde histórias criam vida. Descubra agora