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Senão tivesse recebido a chamada do Rafinha, teria me deixado dormir. Mal desliguei a chamada, levantei-me e fui tomar um banho rápido.
Vesti-me, sequei o cabelo, maquilhei-me e saí do quarto. Na cozinha, preparei algo para comer e quando já estava pronta, saí de casa.
Tinhamos combinado encontrar-nos num restaurante perto da sua casa. Almoçariamos por lá e depois, seguiriamos para o Hóspital, onde tinhamos marcado a consulta.
Resolvi ir a pé até lá, já que tinha-me despachado e de certeza que chegaria primeiro que ele. Ao atravessar a rua, senti-me como se estivesse a ser observada.
Não liguei, mas quando senti ser puxada para um beco, perto do restaurante, tive a certeza que estava a ser perseguida. Taparam-me a boca e fiquei em choque, quando vi quem estava a agarrar-me e bem à minha frente.

- Tiveste saudades minhas, Melissita? -perguntou com um tom de gozo.

Sim, era o Afonso e eu, só pensava em como é que ele me tinha encontrado ali? Notava que ele me olhava de alto a baixo, percebendo que estava com roupas mais justas das que usava, quando namoravamos.
Só o facto de o seu olhar me mostrar que até estava a gostar do que via, dava-me ainda mais nojo. Puxou o meu cabelo com força, o que me fez doer, mas era óbvio que ele não me iria deixar gritar.

- Pareçe que não perdes-te mesmo tempo em te entregares a outro. Logo vi que os teus amiguinhos, só te iriam levar por maus caminhos e agora, és suja que nem uma prostituta! -disse e atirou-me para o chão, o que me fez levar as mãos ao mesmo, para evitar me magoar.

- O quê que tu queres? Custa-te ver que finalmente, estou verdadeiramente feliz ao lado de alguém que me ama, não é?

- Tu nunca serás feliz com alguém que não seja eu, disso eu te garanto. Podes já não ser pura, mas és e sempre serás, minha! -disse baixando-se e deu-me uma chapada.

Sem eu estar à espera, ele agarrou-me e me beijou. Como não retribui ao seu beijo, voltou a atirar-me para o chão e deu-me um pontapé bem na barriga.
Começei a chorar de dor e só pensei se realmente estivesse grávida, ele poderia fazer-me perder o meu bebé. Ele voltou a baixar-se e agarrar-me pelos cabelos.

- Espero bem que tenhas entendido o que eu disse. Até breve, meu amor! -disse largando-me com força e desapareçeu.

Tinha imensas dores na zona abdominal e nem conseguia ter forças para gritar. De repente, umas pessoas que iam a passar, viram-me no chão daquele beco e vieram ao meu socorro.
Ofereçeram-me logo ajuda e depressa, apareçeram mais pessoas. Nem percebi quantas eram ao certo, só reagi, quando ouvi a voz do Rafinha.

- Mel o que aconteceu?

- Foi ele... -disse sem parar de chorar e ao perceber que me queixava de dores naquela zona, pegou logo em mim ao colo, agradeçeu às pessoas pela preocupação e levou-me até ao seu carro.

- Calma, vai ficar tudo bem! -disse dando-me um beijo na testa e fechou a porta.

- Rafinha eu tenho medo que...

- Amor, não vamos pensar no pior, vai estar tudo bem! -disse colocando o cinto e ligou o carro.

Em poucos minutos, já estavamos no Hóspital de Barcelona. O Rafinha disse que eu tinha sido agredida na rua e explicou que tinhamos feito um teste há uns dias e havia a possibilidade de estar grávida.
Levaram-me logo para uma Sala para ser observada, examinada, e ele pôde vir comigo. A médica com quem iriamos ter a tal consulta, apareçeu na Sala e ficamos só os três.
Ela começou a examinar-me e tentou que ambos, mantivessemos a calma. Explicou-nos que o primeiro alarme poderia ser a perda de sangue, o que não houve.
Ligou o munitor para me fazer uma ecografia. As dores ainda eram muitas, mas agora, não tão fortes, o que ajudava a médica.

- Melissa, tenho que vos dizer que não está grávida!

- Perdi o bebé?

- Não, não há e nem existe qualquer indicio que esteja ou que estive grávida. Apenas tem aqui é o seu abdomen a ficar negro e bastante inchado. De resto, está tudo bem.

- Isso quer dizer que o teste de gravidez, estava errado?

- É o mais provavel, por vezes acontece e devesse fazer mais do que um ou então, fazer logo analises para confirmar.

- Foi por isso que marcamos a consulta, até que me aconteceu isto...

- Compreendo. Mas havia algum sintoma que a levasse a suspeitar que estivesse grávida?

- Sim, tenho sentido alguns mal-estares ultimamente. Sinto-me cansada, enjoada e estou atrasada na mestruação...

- Vou pedir então, para lhe virem tirar sangue para fazer alguns exames e tratar desse abdomen. Mas suspeito que esses sintomas possam ser apenas stress. Tem se alimentado bem, feito esforços em demasia ou assim?

- Tenho comido normalmente, feito imensas viagens no último mês por conta de trabalho e tal, e já tinha sido agredida antes...

- Então confirma-se. Mas vou pedir as analises na mesma. Vai querer apresentar queixa?

- Não, eu já o tinha feito da primeira vez. Pelo o que fui informada, posso alertar as mesmas autoridades.

- Ok!

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Já em casa e os medicamentos que a médica me tinha receitado, estavam a fazer efeito. O Rafinha levou-me até ao quarto, deitando-me na cama e apaguei.

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Rafinha:

A Melissa enquanto esperavamos pelos resultados das suas analises, ligou aos Pais e à Policia. Como não saberiamos, onde o seu ex poderia estar agora, então não serviu de muito.
Mas iriam estar atentos, o que a tranquilizou e aos seus Pais, também. A médica, receitou-lhe alguns medicamentos para as dores e calmantes, nada muito forte, só mesmo para ela poder descansar.
Assim que a deitei na cama, adormeçeu devido ao efeito dos mesmos. Descalçei-a e fiquei um tempo ao seu lado, vendo-a dormir.
Não era de violência, mas se apanhasse aquele cobarde, daria tanta porrada nele que nem se conseguiria manter de pé. Estava com um ódio enorme dentro de mim, só de ver no estado em que ele, tinha deixado a minha namorada.
E já não era a primeira vez que ele a agredia e eu, não estava lá do seu lado para a defender e proteger. Isso fazia-me sentir mal, inutil, por a ver sofrer, vê-la marcada e, não ter feito nada para impedir.
E se ela estivesse mesmo grávida? E aquele FDP tivesse tirado a vida ao nosso filho?
De certeza que já não estaria mais nesse mundo para contar a História. Pois eu, não deixaria isso passar em branco.
Só de imaginar a possibilidade de vir a ser Pai, tinha-me deixado muito feliz. Mas por um lado, graças a Deus que ainda não estava por vir.
Já estava imaginando a Melissa com uma grande barriga, o nosso bebé dando chutes a toda a hora. Sabia que esse dia iria chegar, ambos sonhamos ser Pais e já deu para entender-mos que o queremos ser, juntos.
Acabei por a deixar dormir, dei-lhe um beijo na testa, levantei-me e saí do quarto, deixando a porta encostada. Fui para o jardim, peguei na minha guitarra, precisava de tocar para me distrair...

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Olá Amores!
Espero que tenham gostado deste Capítulo.
Pois é, o Afonso voltou a fazer das suas e pobre Melissa... O Rafinha devia dar mesmo uma bela porrada nele.
Quero dizer que publiquei mais tarde, pois queria dar mais tempo entre os Capítulos para vocês. E também, porque quero muito que vocês façam aumentar as Visualizações desta Fic que está quase, quase terminando...
Votem e Partilhem muito por favor!!
Conto com vocês!!!
Beijos <3
#ForçaRafinha

Confía En Mí (Rafinha Alcântara)Onde histórias criam vida. Descubra agora