Trecho do jornal The Shields Gazette, repórter Chelsea Briggs
Gethin Davies, 17 anos. "Achei que eles eram amigos", declarou uma aluna sobre a decisão de Jed Elliot atirar em Gethin Davies, que foi dado como morto no local da ocorrência. "Ele queria, com certeza, atirar nele", afirmou a garota. "Ele se agachava e olhava debaixo das mesas para ter
certeza de em quem estava atirando." Gethin, descrito pelos amigos como um aluno quieto, bom em matemática e ciências, mas não envolvido demais em atividades extracurriculares, foi visto em muitas ocasiões, tanto na escola como fora dela, conversando com Jed Elliot. Muitos acreditavam que os dois eram amigos, o que deixou muitos alunos intrigados querendo saber por que Jed pretendia matar Gethin, se é que, de fato, queria. "Talvez ele tenha pensado que fosse outra pessoa", opinou Erica Fromman, do último ano. "Ou talvez ele não estivesse nem aí se eram
amigos ou não", o que é uma hipótese que levou muitos a pensar que as vítimas podem ter sido atingidas aleatoriamente, contrariando as suspeitas anteriores. A mãe de Gethin,acha, porém, que ele era, de fato, um alvo de Jed. "Ele não emprestou a caminhonete para o Jed no último verão", declarou ela a repórteres. "E, no dia seguinte, alguém quebrou os faróis da caminhonete, no estacionamento, enquanto Gethin estava trabalhando. Ele não pôde provar que foi o Jed que fez quilo, mas nós dois sabíamos que foi ele. Eles deixaram de ser amigos desde então. Meu filho ficou muito bravo por causa dos faróis. Ele comprou a caminhonete com seu próprio dinheiro."
***
Quando voltei para a escola no dia seguinte, duvidei da minha capacidade de continuar a frequentá-la. Acho que nunca conseguiria chegar ao fim do semestre.
Allyson Brooke nunca mais apareceu nas aulas, ao menos não as em que eu estava matriculada. A professora Regina nunca mais me encarou de frente. Danielle e eu nunca mais almoçamos juntas, mas o resto das pessoas me ignoravam, o que para mim, era uma maravilha.
Fiquei feliz de chegar em casa no segundo dia de aula, apesar que mamãe estava me tratando como uma garotinha de sete anos. Ela ficava o tempo inteiro perguntando sobre a lição de casa, os professores, como é que estavam meus amigos. Ela acreditava que o colégio vivia um momento de união e apoio mutuo e que as pessoas se adoravam, assim como estava escrito no jornal que aquela repórter, Chelsea Briggs, vivia escrevendo. Às vezes me pergunto se ela realmente escrevia aquilo a sério.
Eu não estava com paciência para os interrogatórios de mamãe e como de costume, peguei alguma coisa para comer e subi para o meu quarto.
Chutei meus tênis longe e liguei o som. Tinha lição de geometria e eu nunca fui muito boa nessa matéria. Ao invés de começar a lição, peguei meu caderno o qual eu só usava para desenhar e fiquei observando todos os desenhos que fiz hoje. Desenhei uma fila de alunos de boca aberta, na aula de educação física, indo em direção a pista de atletismo.
Perdi a noção do tempo olhando um esboço que fiz de Danielle e Niall almoçando, suas costas eram paredes de tijolos e fiquei impressionada quando vi que o sol já estava se pondo.
Eu precisava esfriar a cabeça para terminar o desenho, mas ouvi leves batidas na porta.
— Agora não, Karl — gritei — Estou ocupada. — eu precisava terminar esse desenho para poder me concentrar na lição de casa.
Outra vez, bateram na porta.
— Estou ocupada! — gritei mais uma vez. Me praguejei mentalmente por não ter trancado a porta quando vi a maçaneta girar.
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A Lista Negra - Jerrie
RomanceDizem que devemos ter cuidado com o que desejamos, mas e se ao deseja a morte de uma pessoa isso acontecesse? O namorado de Jade Thirlwall, Jed Elliot, abriu fogo contra vários alunos na cantina da escola em que estudavam. Atingida ao tentar detê-l...