olá :)
Trecho do jornal The Shields Gazette, reporte Chelsea Briggs
Amanda Kinney, 67 anos. Amanda Kinney, chefe dos zeladores do Colégio há 23 anos, foi atingida no joelho por uma bala perdida quando procurava proteger alunos colocando-se dentro de um depósito de alimentos. "O depósito já estava aberto porque estávamos colocando sacos limpos nas latas de lixo", contou a jornalistas na sua casa, onde os recebeu com o joelho enfaixado e apoiado em travesseiros. "Eu estava apertando os alunos lá dentro, até não caberem mais, daí, fechei a porta. Acho que ele nem sabia que a gente estava lá. Não percebi que levei um tiro até que um dos garotos me disse que eu estava sangrando. Olhei para baixo e minha calça estava toda suja de sangue e tinha um pequeno rasgo no joelho. Amanda Kinney, que fez amizade com muitos alunos do Colégio, conhecia Jed Elliot bem. "Na verdade, ele morava a apenas algumas quadras de mim, por isso eu o conhecia desde que ele se mudou para o colégio. Eu achava que ele era um garoto muito simpático. Às vezes ficava bravo sem motivo, mas era um garoto simpático. Sua mãe também é uma pessoa muito simpática. Isso deve tê-la partido ao meio."
***
Já fazia três semanas desde a reunião do Conselho. Depois que saí quase correndo de Perrie naquele dia, ela não havia insisto mais para que eu voltasse a participar. Os alunos pareciam estar acostumados com a minha presença no colégio, claro que ninguém falava comigo e eu continuava a almoçar no saguão da Praça de Alimentação. O que me rendeu detenção nas sextas e sábados. Simon estava pegando no meu pé esses dias.
Me arrastei até a aula de saúde, eu só queria estar no conforto do meu quarto a ter que enfrentar o colégio. Não que as coisas estivessem boas em casa. Mamãe e papai continuavam com as brigas constantes, parecia que agora as discussões eram mais frequentes.
Já havia vários alunos na sala a espera da professora Lopez. Alguns estavam na porta da sala conversando, outros só estavam sentados enquanto mexiam no celular. Como de costume, caminhei para uma carteira no final da sala. Acabei me acostumando em sentar sempre atrás. Era ruim para vê o quadro, mas ao menos me sentia mais invisível. Não que isso impedisse as pessoas de me lançarem olhares hostis, mas pelo menos, não poderiam falar de mim pelas minhas costas.
Resolvo retirar meu caderno da mochila e desenhar um pouco, mas a professora entra na sala. Vejo alguns alunos entrando logo em seguida a sua entrada. Perrie estava no meio deles, parecia entretida numa conversa com Leigh-Anne.
Nossos olhares se encontraram por alguns segundos e ela me deu um meio sorriso, mas não tive tempo de retribuir. Ela sentou-se no mesmo lugar de sempre na segunda fileira. E a professora logo pediu o silêncio de todos.
Há três semanas essa era a única interação que eu tinha com Perrie. Nos pouco momentos que nos encontramos, ela apenas sorria para mim.
[...]
Na segunda-feira seguinte a reunião do conselho nos encontramos na secretaria, enquanto eu esperava uma funcionaria retornar com meu passe por chegar atrasada, vi Perrie sair do escritório da conselheira. Não consegui decifrar sua expressão ao me vê. Ficamos nos olhando por algum segundo até ela interrompeu o silêncio.
— Jade — sorriu sem mostrar os dentes — Como vai? — era a primeira vez que nos encontrávamos depois da reunião. Não pude ter certeza se ela estava com raiva de mim.
— Bem — murmurei. Ela concordou com a cabeça e permaneceu em silencio. Acho que não sabia se deveria ir ou ficar.
— Aqui está sua autorização. — voltei minha atenção para a secretaria que me estendia o papel que me autorizava a entrar na sala.
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A Lista Negra - Jerrie
RomanceDizem que devemos ter cuidado com o que desejamos, mas e se ao deseja a morte de uma pessoa isso acontecesse? O namorado de Jade Thirlwall, Jed Elliot, abriu fogo contra vários alunos na cantina da escola em que estudavam. Atingida ao tentar detê-l...