A little miracle

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Olá, como vão? :)


Trecho do jornal The Shields Gazette, repórter Chelsea Briggs

Ellie Hemmings, 17 anos. Como vice-presidente do conselho estudantil, Ellie Hemmings, estava vendendo donuts na mesa do Conselho Estudantil em uma campanha para levantar fundos. Ela foi atingida duas vezes na garganta. A policia acredita que foram balas perdidas, disparadas com o intuito de atingir outro aluno que estava cerca de meio metro a esquerda de Ellie, já que o nome da mesma não constava na lista usada para escolher as vitimas. Os pais da garota não deram declaração aos repórteres e segundo amigos da família "estão profundamente abalados pela perda da sua filha única."

***

— Desculpe pelo atraso — falo enquanto me esparramo no sofá do consultório da doutora Demetria enquanto abro o refrigerante que ela havia deixado para mim na mezinha de centro — Peguei detenção de sábado e ela se estendeu porque o professor estava numa palestra e perdeu a noção do tempo. — justifiquei

— Sem problemas. Eu tinha mesmo um monte de relatórios para preencher — disse parecendo despreocupada, mas percebi ela olhando sutilmente para o relógio na parede. Fiquei pensando se ela não estava atrasada para algum compromisso. — Por que pegou detenção? — perguntou.

— Almoço. — revirei os olhos — Almocei no corredor sexta e o diretor me viu e me deu detenção de sábado. — bufei

— Por que não senta na cantina?—perguntou ela

— Com quem vou almoçar? Meus antigos amigos não me querem perto deles. — ela confirmou com a cabeça

— E aquela garota do conselho estudantil? Ela não tem tentado se aproximar de você?

— É. Mas os amigos dela não são meus amigos. — ela pareceu me analisar por alguns segundos antes de falar novamente.

— Sua mãe me disse que saiu nervosa da reunião do conselho estudantil, Jade. Aconteceu alguma coisa? — fiquei me perguntando quando mamãe havia dito aquilo a ela.

— É, mas não foi nenhuma crise nem nada — tentei soar indiferente, mas já me sentia agitada.

— Tem certeza? Ela disse que tinha alguém correndo atrás de você — mamãe é tão exagerada, pensei.

— Foi. Deixei cair uma calculadora. Perrie só estava tentando me devolver. — seus olhos se estreitaram na minha direção.

— E você estava chorando por uma calculadora? — não respondi. Já sentia um bolo se formando na minha garganta —Devia ser uma calculadora e tanto, não é mesmo? — a voz dela era firme.

— É — Foi tudo o que consegui responder. Estava na cara que ela não acreditava nessa historia.

— Aposto que você devia gostar muito dessa calculadora, Jade — mordi o lábio inferior para que ele não tremesse — Deve ter se sentido mal por deixar ela escapar — baixei o olhar para o chão.

— Mais ou menos isso.

— Jade, perder uma calculadora de vez em quando não te faz uma má pessoa — sua voz estava baixa e suave — E se você não encontrar mais essa calculadora, tudo bem... Há muitas outras calculadoras melhores que essa, Jade. — concordei com a cabeça e continuei em silencio. Não estava com vontade de falar.

Ao sair do consultório da doutora Demetria não vi mamãe na recepção. Resolvi checar meu celular e vi que tinha uma mensagem dela me pedindo para esperá-la e que não iria demorar.

A Lista Negra - JerrieOnde histórias criam vida. Descubra agora