Através Do Seu Olhar

Pobre Byron

O que ela quer conosco? — Perguntou meu pai.

— Sou ordenado apenas para buscar vocês, dos assuntos pessoais da senhora Watson não tenho acesso, por favor, podem me acompanhar?

Por mas que eu fosse a filha e o dever era o pai mandar na filha, aqui em casa era diferente, papai sempre esperava uma posição minha e por este motivo não tirava os olhos de mim, seus olhos cheios de medo.

— Pois diga a ela que se quer conversar, ela que venha nós buscar, aliás ela já sabe o endereço! — disse já fechando a porta, fui interrompida pelo pé do motorista — O que é?

— Não faça isso, sua mãe possui muitas riquezas e só quer cumprir o que lhe prometeu.

— Então mande ela e suas riquezas nos deixar em paz, ela já nos abandonou uma vez, não será difícil fazer de novo.

Fechei a porta por completa quase quebrando o pé do motorista, que por sinal era muito gentil mas era mandado por Ashley e com ela não tinha assunto.

— Ele disse riquezas? — perguntou meu pai trêmulo.

— Papai não de ouvidos, ela só causou mal, do que vale o dinheiro daquele que nos prejudicou? Prefiro permanecer morando embaixo desta ponte e ganhando duzentos dólares por mês do que compartilhar da riqueza de Ashley!

— Mas minha filha, ela prometeu voltar para nós, voltar para mim!

O olhei com deboche mas logo meu olhar se desfez quando percebi seu sentimento, meu pai ainda gostava dela, por todo mal que ela causou ele ainda à amava.

Essa era um dos motivos para eu ser apaixonada pelo meu grande pai, ele tinha tanto amor, por si, por mim e pelo mundo.

— Ainda a ama não é? — perguntei.

— Ashley me deu o melhor presente, ela me tirou da lama embora tenha me colocado de novo mas, ela foi o meu primeiro amor.

— Pai — segurei em seu rosto — Amar é algo complicado, mas complicado do que eu imagino mas eu te amo, e se você acha esse sentimento verdadeiro então, porque nunca me disse nada?

— Você sempre foi independente minha filha, sempre fez tudo dar certo. Eu nem precisava ter uma mulher ou uma mãe aqui, pensei que não sentia falta dela então não falei, não mostrei fotos e também não questionei como eram as apresentações do dia das mãe já que você nunca quis participar.

— Eu sempre me importei pai, sempre senti muita falta mas, eu não dizia nada para não machucar você.

Ele me abraçou forte.

— Podemos ouvir o que ela tem a dizer?

Perguntou ele.

Assenti com a cabeça, fui até a porta mas o carro não estava mais lá.

Ela não iria parar, logo iria tentar novamente e então daremos uma chance para ela se explicar, embora eu não ache produtivo mas, o homem que sempre me motivou para tudo na vida sentia amor por ela então, não poderia tirar isso dele.

Nunca tive raiva de Ashley, mas nunca senti nenhum sentimento, nem que seja amor, ódio, raiva, nada. Eu não sentia nada, durante todos esses anos eu vivi sem uma mãe ao meu lado, meu pai sempre segurou as pontas então não havia motivo de saudade, até os trabalhos na escola começarem...

Eu levava tudo numa boa, sem problema algum, fazia os cartazes, cartões e sandálias de macarrão mas sempre jogava na primeira lixeira que via à caminho de casa.

Mas agora, agora estava diferente, eu estava prestes a conhecer a minha mãe, ou a Ashley não sei como chama-la.

— Vamos esperar que ela volte, pessoalmente! — disse — E então, somente aí daremos uma chance.

Ele sorriu feito criança, me abraçou e disse:

— Tenho orgulho da grande mulher que se tornou.

Colocou a mão sobre o meu rosto e sorriu, o retribui.

Sério pai? Pois eu não.

•••

Continua... 🍃

Capítulo dedicado à: Patrícia Rodrigues.

Obrigado meu amor por todo carinho e por me acompanhar, que Deus abençoe imensamente a sua vida e te cubra de benções por onde você for. 🖤

Fiquem mais pertinho de mim:

_Eitaamachado.