Eu deveria confessar, tudo aquilo estava me dando anciã no estômago, meu pai estava todo feliz e logo colocou sua calça que só usava em ocasiões especiais, eu ainda parada naquele canto fiquei observando Ashley, ela aparentava estar tão feliz, porque alguém que ama tanto sua família iria ir embora assim?
— Não vai se arrumar filha? — perguntou ela.
— Me chamou do que? — respondi.
— Filha, afinal você é minha...
— Não, eu não sou, mãe é aquela que cria, só fazer é muito fácil! Acha que eu simplesmente iria seguir suas ordens? Você sumiu durante dezessete anos e agora volta querendo nos levar pra jantar? Qual é a droga do seu problema?
— Emma! — papai puxou meu braço com toda sua força — Ela está aqui agora, por mas que nunca esteve mas agora ela está, não estraga tudo!
— Esperai, o que? Não estraga...você tá ouvindo o que está falando? Ela já estragou, olha pra essa casa, olha pra nossas vidas e...e...olha pra você!
— Emma chega!
— Não, chega você!
— Emma querida pensei que seria mais madura com a minha volta pra casa, eu fui embora para voltar com o melhor pra você, sei que viveu um pesadelo mas agora...
— Ah você não sabe, com certeza não sabe, você estava lá, em Nova Iorque, Paris e sei lá outras cidades que você visitou mas eu estava aqui...— deixei algumas lágrimas cair, acabei demonstrando sentimento então imediatamente parei de falar, sequei as lágrimas com rapidez, todos me observavam com medo, meu pai talvez impressionado pois eu nunca chorava, nem com o filme do Rei Leão — Preciso de um tempo e por favor, não venham atrás de mim.
Peguei meu casaco e fui em direção à porta.
— Minha filha não saia assim, por favor, olha seu estado.
— Já passei, quer dizer — desviei o olhar pra minha mãe — Já passamos por coisa pior.
— Emma por favor, me dê a chance de explicar e mostrar o que construí para você, por favor, é o pedido sincero de uma mãe para uma filha, eu sei que errei mas quero consertar, sei que você é madura o suficiente para perdoar e também deixar com que alguém se explique!
— Agora eu sou madura?
— Por favor — ela tinha os olhos molhados, dó, talvez foi o que eu senti.
— Tá! — cruzei os braços.
[•••]
No caminho sentia o olhar do motorista pesar sobre mim, eu estava no banco da frente ao lado dele enquanto papai ria e trocava beijos com Ashley no banco de trás, sei que ele sentia sua falta e realmente á amava, mas era nojento.
— Poderia disfarçar — sussurrei.
— Pensei que não tinha percebido — Ele sussurrou de volta.
— Está me encarando assim desde que chegou na minha casa e você já desviou de quase três carros, como eu não perceberia?
Ele sorriu e então sem motivos eu sorri de volta.
Paramos em frente à um restaurante, o melhor daquela cidade.
Papai saiu e abriu a porta para Ashley que saiu sorrindo, o motorista cujo nome eu não sabia abriu a porta e estendeu sua mão para mim.
— Meu braço está cansando senhorita Watson.
— Tenho mesmo que ir?
Ele sinalizou com a cabeça, esboçando outro sorriso.
— Você sorri demais.
— Quando conhecer a sua nova casa vai entender o motivo do meu sorriso.
•••
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Através Do Seu Olhar
RomansaA vida de Emma nunca foi muito interessante, aos quatro messes de vida sua mãe á abandonou junto de seu pai para morar fora do país. Depois de quase quinze anos ela voltou, rica, poderosa e cheia de segredos. Para Emma tudo bem, ela só não sabia que...