Através Do Seu Olhar

A Fé De Edward.

Depois de experimentar várias roupas, por fim ela escolheu um vestido.

— Esse ficou ótimo! Adorei. Agora vamos, se não vamos perder toda a festa.

Para minha surpresa, a casa de Alyssa era a duas quadras da minha, com certeza ela não tinha uma condição diferente da minha, o Diretor Miler escondia alguma coisa, com toda certeza o problema era a Halley.

A casa estava lotada, a maioria das pessoas estavam concentradas mais na área da piscina.

— Você bebe? — Ela me ofereceu uma cerveja.

— Se eu fosse você, não faria isso — Edward surgiu do nada. — E porque está oferendo para ela, nem você bebe, está tentando ser descolada?

— Cala a boca Edwaine — ela sorriu — Eu o chamo assim quando ele demonstra ser certinho demais, ele tem razão eu não bebo, mas, pensei que talvez você...— ela ergueu os ombros.

— Ah não, obrigado, eu também não bebo — na verdade eu nunca tinha feito aquilo, sempre via meu pai beber para esquecer seus problemas, via a situação que ele ficava depois e aquilo só trazia mais problemas, quando o álcool sai, os problemas ainda são os mesmos, sem contar a dor que ganha, só aumenta os problemas.

— Vou pegar suco para a gente, já volto! — Disse Alyssa, em seguida ela nos deixou.

Depois do que Alyssa me contou, sobre as supostas intenções de Edward era estranho começar um assunto, eu não sabia flertar e pelo visto ele também não.

— Então...

— Eu...

Nos interrompemos, tentamos começar um assunto juntos e isso não deu nada certo, rimos.

— Essas festas sempre acontecem? — Perguntei.

— Toda vez que Tyler é escalado ou ganha um grande jogo.

— Hum, entendi — terminei.

Eu deveria ter prosseguido o assunto, mas eu não consegui, não deu certo.

— Eu...

— Então...

Mais uma vez tentando iniciar um assunto juntos, nos perdemos em nossas palavras e começamos a rir, sem parar.

— A Alyssa me disse que você é da igreja, como é?

— Como é ir na igreja ou como é ser cristão? — Respondeu ele.

— Os dois — sorri.

— Ser cristão é algo inexplicável, você não precisa fazer planos, matutar com a cabeça de como será o dia de amanhã pois Ele cuida de tudo, Deus capricha em todos os detalhes da sua vida, fazendo tudo ser perfeito, é uma relação de entrega total, e a igreja? Bom, lá é só um templo, a igreja verdadeira está aqui — ele colocou o dedo sobre o meu coração — Você é a igreja e onde você vai, leva ela.

Edward era intenso, nunca havia conversado com alguém de fé, a não ser na televisão onde via as pessoas falarem de seus milagres mas, elas não diziam com tanta intensidade como Ed, eu sempre pensei que Deus era um banco, como um caçador de recompensas, você entrega um pouco do seu tempo naquilo que eles chamam de igreja e depois ele te da uma casa, um carro ou um emprego bacana, pois era isso que era dito na televisão mas, esse Deus que Ed acabou de descrever eu não conhecia, esses milagres eu também não conhecia.

— Eu nunca tive um relacionamento com Deus, não por não acreditar, mas sim por não conhecer, por não saber como conversar, pois, eu assistia alguns canais que passavam na televisão que falava sobre Deus, mas, aquele Deus não é esse que me descreve com tanta perfeição, lá eu via inúmeras pessoas de olhos fechados e falando coisas, que eu não sabia o que elas diziam, mas depois, elas iam em frente à câmera, dizer sobre seus carros, empresas, mansões que Deus havia lhe dado.

— Esse é o erro das pessoas Emma, recorrem à Deus quando precisam de alguma coisa, mas não pelo o que ele pode nos dar, mas, eu não O adoro pelo o que ele faz, nem mesmo por bens matérias, eu O adoro pelo o que Ele é, pois tudo é dele. Deus não pede nada em troca para operar seus milhares, somente o teu coração porque é onde ele planta o bem, o amor, a misericórdia.

Ual, Edward realmente conhecia Deus, não sei se isso era possível, pois, será possível conhecer aquilo que não se vê?

— Voltei — Alyssa voltou com dificuldade em carregar os copos e Ed a ajudou.

— Gente isso aqui está um saco, essas músicas, essa gente bêbada, essas garotas seminuas, porque não pegamos o carro e vamos para o bosque? — Edward.

— Eu concordo, podemos levar o violão e Ed mostra para a gente seus dons de cantar — Disse Alyssa e Ed respondeu com um sorriso bobo.

E assim fizemos, aquela noite estava bem fria, Edward me deu seu casaco e começamos a conversar sobre inúmeras coisas, mas o foco sempre voltava para o mesmo, Deus.