Rafael Pov
Acordei com um aperto no peito, Paulo tinha me chamado e falou que tínhamos que voltar. Arrumei as minhas coisas e as do Lorenzo, dei um banho nele e voltamos, algo me dizia para não ir pro morro, mas eu deveria deixar ele lá.
- Vai direto pro batalhão depois. - Paulo falou me deixando no pé do morro.
- O que aconteceu? - perguntei.
- Vamos pegar peixe grande. - falou e assenti - Quer que ru te espere?
- Vai direto. - falei e ele assentiu saindo.
Ajeitei o Lorenzo no meu colo já que ele dormia e minha mochila nas costas e a dele na minha mão, subi até chegar na barreira e dei de cara com uns caras estranhos e o Orelha estava com uma cara de bolado, quando me viu falou pra deixar passar e me chamou com a mão.
- Charuto tu já sabe, chama os melhores pra acompanhar o Rafael até a casa da tia. - falou, o Charuto pegou o rádio e o Orelha me olhou - Chuck quer o Lorenzo lá agora não.
- O que aconteceu? - perguntei, só conseguia pensar na Alyssa.
- Charuto vai com eles levar o Lorenzo! - Orelha falou e dei o Lorenzo pra ele junto com a mochila.
- Fala pra Lorena que ele está tomando antialérgico, meu amigo deu uma coisa que atacou a alergia dele. - falei e o Charuto balançou a cabeça - Está no bolso da frente da mochila e no bolso grande tem umas roupas e uns brinquedos que comprei.
- Pode pa. - falou saindo dali com uns cinco caras indo junto.
- Chega aí, vou te contar porque tu é o pai. - Orelha falou indo pra longe dos caras na barreira - Terror pegou o Jordan e quase matou.
- O que a Alyssa cuida? - perguntei sem acreditar - Ele tá bem cara?
- Todo fudido, Chuck e a Aly estão cuidando dele. - falou e concordei - Terror tá querendo pegar os meninos, Chuck colocou seguranças na cola da tia Lore e da Aly.
- Cade o Chuck, quero conversar com ele! - falei sério, vai dá merda isso.
- Ele pode falar agora não, tá em reunião. - falou e o encarei.
- Foda-se, quem tá correndo risco de vida é o meu filho porra! - falei alto e os caras me olharam - Quero falar com o Chuck agora!
Ficou um bom tempo me encarando até começar a andar e fui atrás, como já era duas e pouca da tarde às pessoas que estavam na rua me olhavam surpresas, nunca em quase seis anos vivendo aqui tive contato direto com eles, apenas com o Guilherme porque é o padrinho do meu filho e irmão da Aly.
Chegamos na boca e tinha muito cara armado até os dentes, me olhavam desconfiados e Orelha foi até a porta batendo na mesma, falou algo e ouvi o Chuck falar "agora não porra", vou invadir essa porra, Orelha insistiu e fez sinal para eu entrar, dei de cara com uns caras sentados no sofá e nas cadeiras, Chaminé estava entre eles.
- Qual foi Rafael? - Guilherme me encarou.
- Orelha me falou do Terror. - falei encarando o Chuck - O que você vai fazer em relação a isso?
- Dobrei a segurança delas. - ele falou e o encarei - Estamos trabalhando pra não acontecer nada com eles.
- Aly está na sua casa? - perguntei e ele arqueou a sombrancelhas - Quero conversar com ela, pegar eles e levar pra minha casa.
- Tu não vai fazer porra nenhuma não! - falou me encarando com raiva - Eu tô cuidando deles!
- Meu papo é com ela e não contigo, soube o que aconteceu com o Jordan e só quero proteger o meu filho! - falei enfrentando ele - Tu chegou agora Chuck, eu tive uma vida com ela, vi os dois nascerem, ajudei em tudo e o teu amigo aí está de prova!
- Chuck ele só quer proteger os meninos. - Guilherme falou e o Chuck me encarava.
- Daqui eles não saem! - falou irritado - Aqui eu posso proteger eles!
- Como protegeu o Jordan? - perguntei e ele se levantou vindo pra cima de mim - Pode estar com a Alyssa, mas tu nunca vai ser o que eu fui pra eles!
- Quer morrer caralho? - perguntou apontando a arma na minha cabeça - Continua falando essas merdas pra ver o que te acontece seu merda!
- Chuck ele tá no direito. - um dos caras falou - Só tá preocupado com o filho pô.
- Preciso disso tudo não, abaixa essa porra! - outro falou.
- Orelha, peça pra Alyssa ir pra mãe dela. - o Chaminé pediu, era o único com esse sotaque.
- Jordan não pode ficar sozinho. - Chuck falou abaixando a arma.
- Vai acontecer nada com eles não. - Guilherme me olhou - Tem minha palavra, são meus meninos também e vou dar minha vida pela deles.
Orelha me puxou dali e desci o morro puto, peguei um táxi indo direto pro batalhão, paguei e fui trocar minha roupa pela farda, estava terminando de amarrar meu coturno quando o Paulo apareceu todo arrumado como se fôssemos para uma missão, me puxou logo pra garagem onde todos estavam.
- Recebemos uma informação importante e vamos subir o livramento de novo. - quando o nosso capitão falou não acreditei - Se preparem, saímos em dez minutos!
- Que informação o senhor recebeu? - perguntei fazendo ele me olhar.
- Ela é sigilosa. - respondeu e neguei.
- Vamos subir sem motivos então? - perguntei e senti alguém me empurrar.
- Lá ficamos sabendo como sempre. - Caio falou e o olhei.
Nós equipamos, pegamos as armas e fomos pros carros, Paulo assim como eu estava desconfiados de alguma coisa. Durante o caminho fomos ouvindo piada dos outros, principalmente do Caio que estava feliz demais, quando chegamos ouvi muitos tiros, na hora apertei minha arma e já desci do carro.
- Viemos em busca do Chuck e do seu braço direito, o Rato! - nosso capitão falou - Precisamos do Chuck vivo, já o Rato podem meter bala!
- Não acredito que estamos em uma armação! - Paulo falou irritado para mim - Olha o tiroteio, ele é um fodido!
- Paulo eu preciso te contar uma coisa. - falei, eu preciso arriscar minha vida, não posso mais ter uma vida dupla - Paulo, Paulo!
- Subimos em vinte minutos! - o capitão falou e puxei o Paulo pra um lugar afastados deles.
- Fala logo, o que ganhamos em entrar numa guerra que não é nossa? - perguntou nitidamente triste, sempre que éramos obrigados a isso ele ficava assim.
- Lembra do cara que eu falei que era meu cunhado? - perguntei e ele assentiu - Lembra que eu te falei do Terror, um cara que era sub daqui?
- O que uma coisa tem haver com a outra? - perguntou confuso.
- Terror é o pai da Alyssa, ele jurou ela de morte por causa do Lorenzo! - falei desesperado e ele arregalou os olhos - O Rato que ele pediu a cabeça é o irmão da Alyssa, padrinho do meu filho Paulo, a mãe deles já sofreu muito!
- Você correu um risco do caralho todos esses anos! - falou surpreso - Porra Rafael, você se arriscou!
- Terror quer o meu filho. - falei e ele me encarou - Tenho certeza que ele está envolvido com isso!
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Destino
Teen FictionUma menina, dois caras, uma sentença. Alyssa tem uma perigosa escolha nas mãos, escolher entre Rafael pai do seu filho, o cara que seria o amor para o resto da sua vida ou Henry mais conhecido como Chuck perigoso, ousado e dono do morro do livrament...