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   Conversei mais um pouco com a minha mãe e Guilherme gritou falando que o bolo estava pronto, descemos rápido e enquanto ela colocava o bolo no prato e a cobertura eu preparava um suco, partimos os pedaços das crianças, os nossos e fomos para a sala.

- Cadê o nosso? - Gui perguntou olhando pro meu prato.

- A cozinha é logo ali. - apontei - Sua mão não vai cair se for pegar.

- Tu não tem empregada não Guilherme! - Henry falou batendo em sua cabeça - Bora lá pegar.

- Ta vacilando. - sussurrou pra mim e sorri.

   Olhei para o Enzo e Du que comiam quietos e ri, nem parece que sempre saem na porrada. Depois do lanche ajudei minha mãe e peguei as coisas do pequeno e voltamos para casa, ele escovou os dentes e tomou banho, sorte a minha que ele estuda a tarde.

- Está pronto? - perguntei e ele apareceu com a mochila nas costas - Meu homenzinho.

- Cadê o papai? - perguntou.

- Foi pro trabalho. - respondi - Vamos que a mamãe precisa arrumar a casa.

   No momento que abri a porta vi Gui na moto com Du e falou pra por o Enzo na sua frente que ele ia levar os garotos para a escola. Agradeci e dei um beijo nos três, voltei para casa e dei a faxina, me joguei no sofá com meu caderno e livros depois de tomar banho.

- Que comece o final de semana. - falei rindo.

   Comecei a fazer algumas anotações e grifar coisas importantes nos livros, sempre soube que fazer medicina seria puxado, mas vou falar se eu não gostasse muito já teria jogado tudo para o alto, me levantei para pegar água e ouvi um tiro, na mesma hora me abaixei.

   O tiroteio começou, torço para que o Guilherme tenha chegado a tempo e deixado as crianças na escola, fui para a sala rápido e peguei meu celular, liguei para a minha mãe e ela falou que Guilherme apareceu, pegou algumas armas e saiu.

   Fui pro meu quarto e fiquei, os tiros permaneceram por pelo menos uma hora e tudo se acalmou, comecei a ouvir uns garotos gritando para rodarem pela favela e tremi só de imaginar se algo aconteceu com o Gui,  quando tive certeza que os tiros acabaram sai de casa correndo.

   Vi alguns vapores correndo morro abaixo e outros andando e vendo alguns corpos que estavam ali, meu corpo gelou na hora em que eu vi a moto do Gui caída e encarei o vapor que me olhava com a fuzil na mão, pensei que ele fosse me matar ali mesmo por causa do olhar.

- Viu o Guilherme? - perguntei, ele continuava me olhando e então tentei lembrar do vulgo do Gui - O Rato, você viu o Rato?

- Pow novinha vi não. - falou se aproximando - Se pá posso te ajudar com isso.

- Não obrigada. - falei e quando tentei sair ele me puxou pelo braço.

- Qual foi gostosa, tá de tiração? - perguntou e o encarei.

- Qual foi você? - perguntei - Sabe quem sou eu?

- Vai continuar com a marra? - perguntou apertando meu braço e ouvi um tiro.

- Solta ela porra! - ouvi a voz do Chuck e ele rapidinho me soltou - Se eu ver tu mexendo com ela te mato filho da puta!

- Não sabia que ela era tua puta chefe, desculpa. - falou abaixando a cabeça.

- Ele te machucou Alyssa? - perguntou colocando a arma que segurava pendurada em suas costas e neguei - Tem certeza?

- Só apertou meu braço, mas está tudo bem. - falei e o olhei - Cadê o Rato?

DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora