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Rato Pov

   Quando eles sairam daqui eu explodi, como ela foi capaz de esconder isso de mim? Do Chuck cara! Todos ali estavam chocados com isso, o Lupa tinha falado o que eles pediram e peguei minhas coisas saindo de lá sem falar nada, quando estava chegando perto da boca começou um tiroteio bolado.

- Esse aí que é o cuzão do Caio! - Chuck falou apontando pro corpo estirado no chão - Era uma armação Rato.

- Orelha foi baleado. - falei e ele me olhou.

- Vou buscar a Alyssa, leva ele pra enfermaria. - falou e neguei.

- Tu tá cheio de sangue, deixa que eu busco ela. - falei e ele me encarou - Ela vai ficar preocupada.

- Beleza, leva ela direto pra enfermaria. - falou descendo o morro.

   Subi o morro correndo, da boca pra casa do Chuck era chão. Quando me aproximei os caras estavam tudo preparado, graças a Deus eles não chegaram até aqui, fiz sinal e entrei encontrando a Alyssa sentada no sofá chorando, a encarei e toda a raiva que estava sentindo foi embora quando vi suas mãos e parte do vestido sujos de sangue.

- O que aconteceu? - perguntei e ela chorou mais - Alyssa o que aconteceu porra?

- Preciso ir pro médico Gui, me ajuda. - falou soluçando.

   Muitas coisas passavam pela minha cabeça, muitas mesmo. Peguei ela no colo colocando no carro e liguei pra Luana pedindo pra ela ficar no portão, peguei a bolsa da Aly e entrei no carro saindo da garagem, os caras subiram nas motos e neguei, desci o morro voado.

   Quase atropelei uns crias, quando parei em frente a casa dela vi que o Charuto ajudava o Dado a segurar o Orelha, Chuck veio pra cima igual bicho, sai rápido travando o carro e apontei pra Amanda, quando tentei me acalmar vi que todos de desesperaram quando viram a Aly sangrando.

- Amanda tu vai ficar com o Jordan e Luana vem comigo! - falei e o Chuck me encarou.

- Eu vou Gui, você fica. - ela falou e neguei - Você pode ser preso.

- Foda-se, é a minha irmã, minha caçula! - falei alto batendo no carro - Se for pra eu rodar beleza, mas ela precisa de mim!

- Lima vai com eles. - Chaminé falou e o Dado me olhava.

- Segura ele Chaminé, eu ainda não sou tão procurado assim. - Dado falou e olhou pro sub do Bubu - Bora tu também, Chuck manda uns caras de confiança.

- Ela levou um tiro? - ele perguntou, até agora ele estava paralisado olhando para ela - ME RESPONDE PORRA!

- Aí meu Deus! - Amanda encarou a Luana - VAI LOGO GUILHERME!

   Pela reação confirmaram o que eu estava imaginando, entrei no carro com a Luana ao meu lado, Dado foi atrás segurando a mão da Aly que não parava de chorar, Lima e o outro sumiram da minha vista. Acelerei o máximo que podia e fui desviando dos carros.

- Liga pro Rafael, ele vai fazer nossa guarda. - falei pra Luana que olhou pro Dado - Ninguém vai fazer nada com ele, o cara mostrou hoje que é de confiança.

- O ex dela? - Dado perguntou.

- Depois eu explico. - falei parando de qualquer jeito em frente ao hospital.

   A peguei no colo e corri pra dentro já gritando com todos querendo um médico logo, um apareceu já pedindo os bagulhos e levaram a Aly. Lima apareceu com o Lupa e falou que vieram uns sete com eles, mas ficaram fazendo uma ronda envolta do hospital.

- Ela estava grávida? - perguntei pra Luana fazendo os caras nos encararem.

- Estava. - respondeu e o Dado negou se sentando.

- Era do Chuck? - perguntei e ela me olhou com os olhos cheios dágua e a puxei para uma abraço - Fica calma Lua, fica calma.

- Ela descobriu tem um mês, ficou com medo de contar e o Chuck pensar que fosse do Rafael. - falou e neguei - Você tinha que ver quando ela descobriu, estava tão nervosa Gui.

- Se antes ele queria a cabeça do teu pai, agora mesmo que ele está fudido. - Dado falou baixo me olhando.

- Senta ai. - falei pra Lua apontando a cadeira ao lado do Dado - Já ligou pro Rafael?

- Está vindo. - respondeu se sentando.

- Chaminé está me perturbando mano. - Lima falou e dei de ombros vendo o médico vir na minha direção.

- Parentes de Alyssa Castro? - perguntou e o encarei.

- Irmão. - respondi e ele saiu andando para um canto e fui atrás - Ela perdeu o bebê?

- Sim e não. - respondeu e cruzei meus braços - Não sei se ela sabia, mas estava grávida de gêmeos, um dos fetos não resistiu ao aborto.

- E o outro resistiu? - perguntei confuso.

- Isso mesmo senhor, estamos fazendo uns exames mais complexos para saber mais sobre a gravidez e sobre a situação. - falou e concordei - Ela precisará ficar em observação até amanhã cedo.

- De boa, vou continuar aqui. - falei e ele assentiu.

- Ela poderá receber visitas logo depois dos exames. - falou e concordei.

- E aí mano? - Lupa perguntou preocupado.

- Eram dois. - falei e a Lua colocou a mão na boca começando a chorar - Ele falou que um não resistiu ao aborto e o outro tá bem.

- Caralho, que pica! - Lima falou e concordei.

- Estão fazendo exames para saber a situação. - falei e o Dado me olhou.

- Com exames assim da pra fazer de sangue né, pra saber quem é o pai? - ele perguntou e a Lua o olhou concordando - Eu pago tudo, minha recompensa por ela ter ajudado meu primo, quando o ex dela chegar pede pro doutor fazer o teste pra saber o pai do bebê.

- Pra que isso? - Lupa perguntou.

- Pra quando for contar pro Chuck ele não pirar achando que é do outro. - Dado falou - Já conta pra ele com o teste na mão pra provar que ele é o pai.

- Vou falar com o doutor. - falei.

   Fomos um pouco pro canto e fiquei olhando em volta, algumas pessoas nos olhavam desconfiados e o Rafael apareceu desesperado, Luana acalmou ele e explicou o que estava acontecendo, ele sorriu quando ela explicou sobre o exame de dna.

- É teu não, tira esse sorrisinho. - falei e ele me encarou.

- Ainda não sabemos. - falou - Se for eu vou tirar eles do morro.

- Tu acha que vou deixar tu tirar ela de lá com o Terror querendo meus moleques? - perguntei e o Dado me segurou - Essa cria é do Chuck e tu não vai tirar ninguém do morro, tenta que eu te mato!

- Olha o médico vindo. - Luana falou.

- Doutor pode fazer exame de dna no bebê? - perguntei e ele me encarou - Preciso saber se esse merda aqui pode ser o pai.

- É um exame bem específico e mais caro. - falou.

- Eu pago, pode fazer! - Dado falou.

- Tudo bem. - falou - Em uma hora ela poderá receber visitas.

- Valeu aí. - Lima falou.

   Nunca que uma hora demorou tanto pra passar, o pessoal do morro estava perturbando pra saber alguma coisa e não deixei ninguém falar. Quando o doutor liberou a visita eu fui primeiro, podia entrar dois de uma vez, mas pedi pra ir sozinho.

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