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   Amanda tentou fazer eu voltar pro quarto e ela mesma ir atender e neguei, esperei ela voltar pro quarto e fui até a porta, estava com medo de ser o Chuck, mas me surpreendi ao ver o Dado ali parado.

- Oi. - falei e ele me olhou - Esqueceu alguma coisa?

- Podemos conversar? - perguntou e assenti dando espaço.

- Vamos lá pra fora. - falei e segui para o quintal.

- Eu tinha dado uma ideia pro Rato, não sei se ele te falou. - falou, me sentei no banco perto da churrasqueira e ele se sentou no banco da frente - Falei que se tu quisesse podia ficar lá no meu morro, lá é mais tranquilo e poderia ficar até lá em casa.

- Ele não me contou. - falei pensando na proposta - Não quero ser um problema, também tem o Lorenzo.

- Não ia ser problema nenhum pô. - falou e o olhei - Até dei a ideia da tua mãe ir junto com o Dudu.

- E o que ele falou? - perguntei.

- Ficou de dar a resposta. - respondeu e assenti - Eu tô voltando amanhã, se tu quiser ir.

- Chuck não pode saber. - falei e ele me olhou - Eu aceito ir, vai ser bom pra mim.

- Vou falar com o teu irmão, faz o seguinte. - ele me explicou o que deveria fazer e assenti.

   Conversamos mais um pouco, ele perguntou o que eu queria pro meu quarto e falei que nada, perguntou o que o Lorenzo gosta e falei. O levei até a porta e fui pro quarto, tomei um banho e me deitei ao lado do Lorenzo que dormia.

   Acordei cedo, arrumei minhas coisas e as do Lorenzo, fui pra cozinha e encontrei o Gui fazendo o café com uma cara de sono, o abracei e me apoiei na pia fazendo-o me olhar, peguei minha caneca e ele colocou um pouco do café.

- Dado conversou comigo. - falou e o olhei - Minha mãe vai ficar, mas o Dudu pode ir.

- Ta bom. - falei e ele se apoiou ao meu lado - Está bem com tudo isso?

- Dado é foda pra caralho, ninguém mexe com ele ou o Chaminé. - falou me olhando - Vocês vão estar seguros lá, isso que importa.

- Por que ela não vai? - perguntei me referindo a nossa mãe.

- Conhece a nossa coroa. - falou e ri - Rafael vai chegar dez e meia.

- Já está tudo pronto. - falei e ele me puxou para um abraço.

- Vou sentir tua falta. - falou triste - Nunca fiquei tão longe de tu ou deles.

- Também vamos sentir. - falei e ele me soltou.

- Cuida bem dos meus pivetes e desse bebê ai. - falou e sorri - Eu explico pras meninas depois.

- Fala pra terem cuidado quando irem pra lá. - pedi e ele assentiu - Não quero causar discórdia entre eles.

- E o Jordan? - perguntou.

- Dado falou que ele também pode ir. - falei e ele concordou - Mas acho melhor ele continuar aqui, vou conversar com ele.

- E a tua faculdade, como vai ficar? - perguntou e dei de ombros.

- Vou dar um jeito. - respondi.

- Vai lá se arrumar. - falou.

   Voltei para o quarto, tomei um banho e um banho no Lorenzo que ainda dormia, nos arrumei e o deixei a cama, fui para o quarto do Jordan e ele já estava acordado, conversei com ele sobre tudo e ele concordou em ficar aqui com as meninas.

- Vou lá quando melhorar. - falou e assenti dando um beijo na testa dele - O que é pra falar pro Chuck?

- Nada, não é pra falar nada. - respondi e ele concordou.

   Me despedi dele e voltei pro quarto pegando o Lorenzo no colo, o Gui já tinha levado as malas, Rafa pegou o pequeno colocando-o na cadeirinha e vi que o Du também já estava na dele, abracei meu irmão e entrei no carro.

   Fizemos o caminho até o shopping em silêncio, quando entramos na garagem vi o Lucas de longe e acenei, ele pegou os meninos travando as cadeirinhas dele no carro e Rafa colocou as malas no porta malas.

- Se cuida. - falou dando um beijo na minha testa - Amo vocês.

- Também te amamos. - o abracei.

   Do shopping para o morro do Dado foi bem rápido, o vidro do carro do Lucas é muito escuro então ninguém conseguia ver quem estava aqui dentro, passou direto pelos caras que estavam na barreira e parou em frente a uma casa enorme.

   Um dos caras que estavam ali na frente abriram a garagem e ele entrou na mesma, desceu do carro e olhei para trás vendo-o fechar o portão e logo o Dado apareceu colocando uma blusa o que me fez rir, porque ele quase caiu.

- Vai Lucas, leva as malas lá pros quartos. - falou abrindo a porta de trás - Vou levar os meninos, vem Aly.

   Desci vendo-o pegar os meninos ao mesmo tempo, cada um em um braço, neguei rindo e entramos, a sala era aconchegante, o segui até o segundo andar e o vi entrar em um quarto, quando entrei vi que tinha duas camas de solteiro e colocou os meninos nelas.

- Vou te mostrar o seu quarto. - falou e vi o Lucas saindo do quarto que era em frente ao dos meninos - Pede pra Angela vir aqui.

- Pode deixar. - respondeu.

   Dado me mostrou o quarto e ele era grande, até me assustei, agradeci e  ele me deixou sozinha pra organizar tudo, coloquei cada coisa em seu lugar e fui pro dos meninos organizando o mesmo, vi que eles estavam acordando e bati palmas.

- Vamos comer? - perguntei.

- Onde eu tô? - Du perguntou olhando o quarto.

- Nossa mamãe que quarto grande. - Lorenzo falou e comecei a rir.

- Vamos passar um tempo aqui. - falei e eles deram de ombros - Vamos procurar a cozinha.

   Peguei a mão dos dois e desci ouvindo vozes e segui elas até encontrar a cozinha, o Dado conversava com uma mulher bem mais velha e os meninos apertaram minhas mãos, os dois me olharam e a mulher me encarou assustada ao ver os meninos.

- Não me falou que ela era mãe de dois! - falou e o Dado riu.

- Tia essa é a Alyssa, esse é o Lorenzo filho dela. - apontou para nos dois e depois para o Du - E esse é o Eduardo, irmão dela.

- Que susto. - colocou a mão no peito - Eu sou a Angela, tia desse desnaturado.

- É um prazer. - falei.

- Sabia que foi ela que salvou a vida do teu filho? - perguntou e ela me olhou de um jeito que eu nunca vou saber explicar - Ela chamou uns amigos pra operar ele, ela que é o anjo Aly.

- Por que não falou antes? - veio até mim e me abraçou forte - Muito obrigada meu anjo, eu não sei o que faria se ele tivesse morrido.

- Fiz apenas o que meu trabalho manda, salvei uma vida. - falei e ela sorriu me apertando mais ainda.

- Tia aperta muito não, ela está grávida! - Dado falou preocupado e ela me soltou - Teve um aborto espontâneo.

- Ai meu Deus. - falou colocando a mão na minha barriga.

- Eram gêmeos. - falei e ela me olhou triste - Está tudo bem, pelo menos um resistiu.

- Vou preparar o almoço. - falou e os meninos sorriram.

- Ô tia eu to morrendo de fome. - Du falou sentando na cadeira.

- Eu também tia e vou avisar que como muito. - Lorenzo falou sentando na frente do Du e neguei - Não é mamãe, eu não como muito?

- Só me faz passar vergonha. - falei com a mão no rosto.

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