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Chuck Pov

   Sentei irritado, bolei um já pra relaxar e fiquei observando a movimentação, ficar sem o meu sub e os meus melhores soldados vai ser foda, não por isso, mas sim por eles serem meus melhores amigos. Vi a Karen pra cima e pra baixo com aquelas garotas e bateu um arrependimento danado de ter feito o que fiz.

- Aí chefe, tudo bem? - Lupa perguntou.

- Tô de boa. - respondi.

   Ele foi um que se afastou também depois que a Aly foi embora, eles tinham criado uma amizade legal. Não posso vacilar com ele também, ninguém aqui é meu amigo tirando ele e os meninos que foram pra Rocinha. Chaminé falou que não queria treta entre mim e o Dado, mas porra impossível.

   Entrei na sala pra pegar meu rádio e ouvi os fogos, já peguei minhas coisas e o Lupa veio pro meu lado preparado. Fazia tempo que ninguém atacava e eu já estava no aguardo, gritei com os muleques falando pra onde cada um deveria ir e fui com o Lupa atrás, vi que era o pessoal do Coringa e meti bala.

   Meti a cara mesmo com os meus, a bala estava comendo pra valer e eu só pedia para ganharmos. Já passava de uma hora de trocação até que ouvi o grito do Rato, quando virei ele estava descendo o morro com os muleques e o Dado estava junto com os muleques dele passando as ordens.

- MANDA TEU CHEFE METER A CARA! - Charuto gritou atirando contra os caras.

- AE FILHOS DA PUTA! - Lupa gritou atirando também.

   Eles me olharam balançando a cabeça e avançamos com tudo pra cima dos alemão, nos separamos e foi bala neles. Por um momento pensei em tudo o que eu fiz, tudo o que aconteceu na minha vida e senti meu peito arder, cai ali mesmo e fiquei olhando pro céu que ficou escuro do nada.

   Eu ouvia a movimentação, os gritos, alguns comemorando a vitória e outros desesperados. Meu peito ardia, doía, estava sentindo meu corpo começar a amolecer, não estava mais sentindo nada. Ouvi o Dado falar com alguém e tentei abrir os olhos mas foi em vão.

Alyssa Pov

   Estava sentindo um aperto no peito, algo muito ruim ia acontecer. Dado falou que ia precisar dar uma saída e levar os meninos, mas pelo o que ouvi dos seguranças ele levou alguns homens com eles e eu já fiquei preocupada.

- Aly preciso te levar pro Livramento. - Jordan falou e o encarei - Estão precisando de você.

- Os meninos estão bem? - perguntei.

- Estão. - falou baixo e neguei.

- Jordan. - o chamei.

- Vamos, lá você vê. - falou.

   Peguei minhas coisas, troquei de roupa e subi na moto, um trajeto que demoraria uma hora ou uma e meia, fizemos em meia hora. No momento que chegamos no morro, vi os caras fazendo a limpeza e alguns moradores me olhavam, desci da moto assim que vi o Dado com a blusa manchada de sangue e pulei em seu colo.

- O que aconteceu? - perguntei passando a mão em seu peito - Dado, você se feriu?

- Estou bem Aly. - falou segurando o meu rosto me olhando sério - Chuck precisa de você.

- O que... É grave? - perguntei.

- A menina que a Karen chamou falou que não tem mais jeito. - falou e senti minhas pernas bambas, se não fosse ele eu teria caído - Fica calma, te chamei porque confio em você meu amor.

- Me leva nele. - pedi.

   Meu irmão dava ordens para alguns moradores não se aproximarem, vi que não tiraram ele dá rua, me aproximei vendo a Karen com a cabeça dele no colo e passava a mão no rosto dele chorando. Orelha e o Charuto tentavam fazer as pessoas não se aproximarem, mas todos queriam saber se o chefe estava realmente morto.

- Karen, eu sei que você não gosta de mim. - falei me abaixando ao lado deles e ela me olhava - Mas eu pre...

- Sei que é a única que pode salvar ele. - falou e assenti.

- Ei amor. - Dado se abaixou pegando minha mão - Você consegue, é capaz e estou aqui.

   Fiz um exame rápido, um tiro no peito, pelo o que entendo tinha entrado ar no pulmão, peguei o bisturi e a seringa. Pedi pra Karen segurar o rosto do Chuck e rasguei a blusa dele, vi o ferimento e comecei a me tremer, Dado pegou minha mão de novo falando que confiava em mim e Karen fez o mesmo.

   Fiz um pequeno corte, enfiei a seringa nele e logo puxei o fio. Ele reagiu e me sentei no chão respirando fundo, os meninos pegaram ele no colo e levaram pra enfermaria, lá pude retirar a bala, fazer um exame mais detalhado e os curativos.

Dado Pov

   Enquanto a Aly fazia os curativos, o Rato gritava com os muleques, muitos falaram que ele não mandava em mais nada aqui e me surpreendi quando ele deu uma banda em um dos caras e falou que quem mandava agora era ele até o Chuck melhorar. Ele tem alma de líder.

- Charuto fica de olho, se vier de graça pode esculachar! - Rato falou entrando na enfermaria - Orelha avisa os moradores que está tudo bem e quero tudo fechado até segunda ordem.

- Pode deixar. - falaram antes de irem fazer o que ele pediu.

- Cadê a Aly? - perguntou me olhando.

- Terminando os curativos. - falei.

- Ele tá bem mesmo? - perguntou preocupado.

- Parece que sim. - respondi.

   Ele ficou perto do Chuck e falou umas paradas com a Karen que só balançava a cabeça, olhei para a Aly e ela estava apoiada na maca com uma cara não muito boa, me aproximei rápido a tempo de pegá-la no colo antes de desmaiar, me sentei ali no chão ajeitando ela em meu colo e a abracei.

- Vai pra casa, cuida dela lá. - Rato falou.

- Precisa não. - falei mexendo no cabelo dela.

- Se quiser pode ir lá pra casa. - Karen falou.

- Já falei que não precisa. - falei grosso - Só está cansada.

   Continuei mexendo em seu cabelo e comecei a fazer carinho em seu rosto, estava nítido que ela estava abalada com isso. Sei que ela não sente por mim o que sente por ele, mas tenho certeza que ela está criando algum sentimento por mim.

   Fiquei um bom tempo ali com ela no colo, Rato falou pra Karen ir pra casa e ela foi depois de tanto ele insistir. Vou falar, Rato é aquele que não importa o que aconteça ele sempre vai estar do teu lado, todo momento ele passava alguma ordem, mas não saiu do lado do Chuck.

- Tá tudo limpo lá fora. - Rato falou me olhando - Leva ela lá pra casa, da e toma um banho, comem alguma coisa.

- Ela vai ficar preocupada com ele. - falei me levantando e ele sorriu fraco vindo até mim.

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