Chuck Pov
Coloquei ele deitado na mesa da boca e me joguei no chão, meu corpo estava em choque. O cara que mais me apoiou até nas merdas se foi, o que sempre esteve ali. Vi o Rato entrar com o Charuto que chorava pra caralho também.
- Como vou contar pra tia? - perguntei, ela já sofreu tanto na mão do pai do Orelha - Ela vai aguentar não.
- Eu vou voltar pra lá contigo. - Rato falou - Vamos contar juntos.
- Eu também vou. - Charuto falou.
- Tu vai ficar com a Amanda. - falei e ele negou.
- Eu conhecia ele a mais tempo que tu! - falou apontando pra mim - Eu que tenho que contar!
- E a Amanda fica como? - perguntei e ele começou a negar.
- Vou pedir pra vir buscar ele. - Dado falou e vi o Bubu atrás dele - As meninas precisam saber.
- Quem foi que invadiu? - perguntei.
- O pessoal do Coringa e do Terror. - Bubu respondeu - A mando deles.
Já mandei o papo pro Dado que quero os dois mortos, se ele se juntar com o Rafael consegue. Ficamos ali até vir um homem levar o corpo dele e fomos primeiro pra casa do Dado, assim que entramos a Aly estava sentada no sofá e quando nos viu já ameaçou chorar.
- Cadê o Orelha? - perguntou olhando envolta e parou no Charuto - Por que você está chorando?
- Ele se foi Aly, nosso Orelha. - falou e ela o encarou parecendo não acreditar.
- Para com isso. - falou e o Dado a abraçou - Dado.
- Sinto muito amor. - falou e ela deu um grito alto.
Se ela teve essa reação fico imaginando a Amanda e a tia, elas vão morrer. Deixamos o Dado lá e fomos pra casa do Rato, entramos e ele foi tirar elas no cofre, o Charuto tentou limpar as lágrimas, mas seus olhos estavam muito vermelhos.
- Graças a Deus vocês estão vem. - Luana falou e vi a tia Lore olhando pra Amanda preocupada.
- O morro ainda é do Dado. - Bubu falou, ele estava em choque, mas como não era tão próximo não tinha chorado.
- Amanda, vem aqui. - Charuto pediu puxando-a pra um abraço - Me perdoa.
- Perdoar pelo o que meu anjo? - perguntou confusa e a Lua olhava para nós procurando pelo Orelha.
- Não. - ela falou quando percebeu o que estava acontecendo e o Rato a abraçou - Gui, por favor.
- Amanda, olha pra mim. - falei e ela me olhou perdida - Chegamos tarde de mais.
- Do que vocês estão falando? - perguntou e a tia Lore pegou sua mão.
- Senta aqui com a tia. - pediu sentando no sofá.
Tentava ao máximo não chorar, mas ver o Rato sem reação com a Lua chorando em seus braços, o Charuto chorando de um lado e a tia tentando contar da melhor forma pra Amanda foi impossível.
- Orelha, pode parar de palhaçada. - ela falou se levantando - Olívia vai acordar chorando e eu vou te bater por isso!
- Amanda, não faz isso. - Charuto pediu.
- Ele não pode fazer isso comigo, não agora. - falou e ficou me olhando - Henry pode parar com a brincadeira, vai me diz ai onde ele está?
- Eu tentei Amanda. - falei - Eu tentei, desculpa.
- Não, não, o meu Orelha não. - falou tentando ir pra porta e a segurei.
Ela começou a gritar e me bater na tentativa de se soltar, a apertei em meus braços e ela fez tanto pressão pra sair que acabei caindo com ela no colo, ouvi seu choro alto e coloquei sua cabeça em meu peito deixando ela descarregar tudo em mim.
- Amanda para, por favor, para. - Charuto pediu se abaixando - Isso não vai trazer ele de volta!
- EU PEDI PRA TU CUIDAR DELE! - gritou batendo em seu peito - EU PEDI PEDRO!
- EU TENTEI PORRA, TU ACHA QUE EU QUERIA ISSO? - gritou segurando ela - Ele é o meu irmão desde menor porra, tu acha que eu queria ver ele morrer?
- O que vai ser da Olívia? - perguntou voltando a deitar a cabeça no meu peito.
- Eu vou cuidar dela junto contigo, nada mudou. - ele pegou sua mão - Vamos contar o quanto ele quis ela, o quanto ele a amava, o quanto ele queria ser o pai dela.
Dado Pov
Estava na sede pra pegar o Terror, eu e o Chaminé fizemos contato com um dos nossos que estão lá dentro e mandamos meter a porrada sem dó, Chaminé ainda mandou o recado de que não se mexe com a nossa família.
- Cadê a mãe de vocês? - perguntei vendo os meninos vendo desenho na sala.
- Lá no quarto. - responderam.
Já tem quatro meses da morte do Orelha, as meninas tiveram um luto de duas semanas, eu e o Rato respeitamos, o Charuto ficou de luto junto com a Amanda de um mês, só sabiam ficar na deles e cuidar da Olívia, chegamos até pensar que eles estavam planejando algo.
- Cheguei. - falei entrando no quarto e ela me olhou dando um sorriso. - Está tudo bem?
- Estou com vontade de comer bacon com chocolate. - falou e a encarei fazendo careta.
- Que nojo Alyssa. - falei, ouvi os resmungos da Dê e me aproximei do berço dela - O que foi meu amor, papai chegou já.
- Daniel, eu quero bacon com chocolate. - Aly falou e revirei meus olhos - Por favor, eu estou com vontade desde hoje cedo.
- Quando foi a última vez que você desejou essas nojeiras? - perguntei me virando pra ela e vi seus olhos arregalados - O que foi bicha, está passando mal?
- Dado. - falou piscando algumas vezes - Não, isso é impossível.
- Calma ai, é o que eu estou pensando? - perguntei me lembrando dos desejos dela na gravidez da Dê - Porra amor, isso é sério?
- Não, não é. - respondeu se levantando - Estamos nos cuidando direitinho e outro bebê agora nem rola Dado.
- Cala essa boca, claro que rola. - falei me jogando na cama com a Dê no colo e ouvi sua risada - Vem aqui amor, me deixa conversar com o novo pivete.
- E se for menina? - perguntou cruzando os braços.
- Vai ser pivete também. - falei e ela riu - Vê pela Dê, só tem seis meses e apronta pra caralho.
- Dado, já temos três crianças. - falou sentando na cama.
- Três não, quatro. - falei e ela me olhou confusa - Eu sou também, você vive falando pra tua mãe que eu sou igual os pivetes.
- Você me entendeu Daniel Fernandes! - falou e sorri.
- Quer ir lá no asfalto fazer o exame de sangue? - perguntei - Aproveita que o seu Charuto está na boca.
- Vamos, na volta vamos parar naquele bar ali perto da boca pra poder comer meu bacon com chocolate. - falou lambendo os beiços - Estou desejando um sorvete de salmão.
- Não, não e não. - falei e ela fez bico - Bacon com chocolate eu aceito, agora sorvete de salmão, onde eu acho essa porra?
- Vou pedir pra moça da sorveteria aqui de baixo fazer. - falou pegando o celular.
- Você tem o número dela? - perguntei.
- Quem você acha que me manda esses sorvetes todos da geladeira? - perguntei - Não sou famosa, mas também recebo mimos.
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(4/5).
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Destino
Teen FictionUma menina, dois caras, uma sentença. Alyssa tem uma perigosa escolha nas mãos, escolher entre Rafael pai do seu filho, o cara que seria o amor para o resto da sua vida ou Henry mais conhecido como Chuck perigoso, ousado e dono do morro do livrament...