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   Estava de madrugada, tinha conseguido falar com o Rafael e pedi pra ele vir nos buscar, me ajudou a travar os meninos e fui na frente com ele enquanto a Aly ia atrás com a Dê no colo e os meninos, ele falou que a guerra tinha sido declarada e não entendi muito, ele mesmo falou que não sabia de muita coisa.

   Quando chegamos no morro já estava amanhecendo, ele nos deixou em casa e colocamos as crianças em seus quartos e a Dê junto com eles. Alyssa tomou um banho e eu só troquei de roupa e fui pra boca, quando meus soldados me viram ali já começaram a falar um monte.

- Namoral, quero geral quieto! - falei apontando pra todo mundo - Bola, me passa o radinho.

- Aqui patrão. - falou me entregando e coloquei na frequência do Rato e os crias.

- Voltei seus filhos da puta, quero vocês na boca agora. - falei e ouvi os gritos de comemoração dos que estavam ali.

- Voltou menor? - Bubu falou com uma voz de sono - Tô indo, tô indo.

   Minutos depois vi eles descerem o morro, todos estavam ali, Chaminé com uma cara de capeta que ele só faz quando dá merda. Abri a porta da salinha e esperei eles entrarem, fui pra minha cadeira e encarei eles ali, principalmente o Chuck que parecia ter levado uma surra das boas e cansado.

- Que porra está acontecendo aqui? - perguntei - Quando iam me contar que tinha dado merda?

- Ninguém quis atrapalhar teu momento. - Bubu falou e o encarei.

- E eu fiquei sabendo que meu morro estava sendo invadido pela tv no meio de um restaurante. - falei abrindo os braços - Consegui nem comer direito!

- Está tudo certo por aqui. - Chuck falou.

- Tudo certo o caralho, até os caras de lá de fora sabem das mortes! - falei e eles me olharam - Qual foi, eu não posso tirar umas férias que da merda?

- Coringa voltou, quer teu morro! - Rato falou e o olhei.

- O que eu fiz pra esse filho do capeta? - perguntei.

- Lima se aliou ao Coringa. - Chaminé falou e o olhei - Eles pegaram meu morro.

- O Lima mano? - perguntei surpreso - Tu ta por aqui né?

- Lc e o Rato estão dando apoio. - falou e concordei.

- Ótimo. - falei e eles continuaram me olhando.

- Quantas baixas tivemos? - perguntei.

- Nove. - Charuto falou - Nenhum morador ferido, só cria.

- Já estão correndo atrás das coisas pra família? - perguntei e assentiram - Beleza, é o seguinte quero segurança redobrada na minha casa.

- Meus homens estão a disposição. - Bubu falou - Os melhores.

- Obrigado Bubu. - falei e ele balançou a cabeça.

- No momento tu tem mais que eu. - Chaminé falou e o olhei - Tu ta no comando.

- Pede reforços pro teu pai. - falei e ele negou.

- Ele não quer se envolver. - falou e ri.

- Se ele quiser contrabandiar os charutos dele vai querer. - falei e eles me olharam confusos - Fiz uns contatos em Miami, perto deles somos nada, mas eles precisam de nós e vice versa.

- Ta internacional mesmo né menor? - Orelha zoou e ri.

- Sem caô. - falei e meu radinho apitou.

- Daniel, vem pra casa agora. - ouvi a voz da Alyssa e sorri - Débora está chorando horrores e só você pra fazer parar.

- Tô em reunião amor. - falei e esperei ela responder, mas ouvi o choro estridente da Dê - Puta que pariu Débora, quer acordar o morro todo?

- Tu trouxe todo mundo de volta? - Rato perguntou feliz.

- Ouviu essa porra de estourar os ouvidos não? - perguntei levantando - Eu não posso ficar uma hora longe que já chora.

- Posso conversar contigo? - Chuck perguntou e assenti fazendo sinal pra saírem - É sobre a Débora.

- Pode falar. - falei e ele se levantou também.

- Não vou fazer nada, tu que vai criar, tu é o pai. - falou e concordei - Mas quero que contem pra ela quando começar a entender, podem contar meus vacilos, só quero que ela saiba que tem a mim também.

- Pode deixar, eu e a Alyssa já conversamos sobre isso. - falei, nosso plano é contar tudo, tanto pra ela quanto para os meninos - Obrigado pelo apoio ai.

- No morro dos irmãos ninguém entra, só conseguiram o do Chaminé porque não teve jeito. - falou e o olhei - A polícia estava com eles, ai entregamos.

- Vamos pegar de volta. - falei e saímos da salinha.

- É o seguinte, quero silêncio que os meus pivetes estão dormindo. - falei pro pessoal que riram - E só vai pegar a Débora quem passar álcool em gel.

- Quem te trouxe? - Lc perguntou.

- Rafael, ele está lá em casa. - falei e todos me olharam - Ficou lá com o Lorenzo.

   Subi na minha moto e fui em direção a minha casa, assim que entrei vi o Rafael com a Dê no colo e ela parecia querer bater nele enquanto chorava pra caralho, neguei pegando ela no colo e menos de um segundo a bicha calou e ainda abriu aquela banguela sorrindo pra mim.

- Satisfeita? - perguntei pra ela que levou as mãos pra minha barba - Alyssa está onde?

- Quarto. - Rafael falou e olhei pra ele - Está procurando o remédio da Débora.

- Beleza. - falei e vi que os caras estavam me olhando surpresos - Cadê o álcool em gel nos braços?

- Sério isso? - Rato perguntou e o encarei - Puta que pariu, mais chato que eu quando os pivetes nasceram.

- Ninguém te barra. - Orelha falou e ri.

- Eu sou o padrinho, então sou o primeiro. - Charuto falou.

   Eles esconderam as armas, já que a regra continua e apontei pro álcool em gel, o Charuto esfregou bem os braços e veio pegar a Débora, ela ameaçou chorar, mas ele começou a fazer caretas que fizeram ela rir, vi fazerem fila e o Chuck estava no sofá só olhando.

- Ainda bem que você chegou, acho que esquecemos o remédio dela. - Alyssa parou na escada quando viu a Débora no colo do Charuto - Pelo amor de Deus, cuidado com ela!

- Ta de caô comigo né? - ele perguntou e ela riu.

- Estou falando sério, ela ainda não está cem porcento. - falou e assenti.

- Vem dar um abraço no irmão. - Rato falou e ela foi.

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