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Dado Pov

   Tivemos notícia que o Coringa estava no morro do Terror, então tivemos que bolar outro plano. Chaminé queria atacar os dois morros ao mesmo tempo, mas o Rato conveceu o Chuck a atacar o do pai primeiro, então me uni a eles fazendo Chaminé desistir da ideia de separar.

   Foram quatro longas horas de pura trocação, eu já não sabia quem era quem, no meio da trocação o Rato fez sinal pra subir e fui atrás com o Orelha colado em mim. Depois de mais três horas de trocação só que dessa vez com a polícia também conseguimos tomar o morro.

   Nem comemoramos, Charuto tinha pego um vapor do Coringa e o fez nos levar até onde estava o Rafael. Foi por causa dele que invadimos, durante todo esse tempo eu só conseguia pensar em voltar bem pra minha família, quando levei o tiro de raspão na perna pensei na Alyssa na mesma hora.

- Avisa que agora o morro é nosso e que não precisam ter medo. - Chaminé falou pro Lima.

   Bubu foi junto com o Lima e o sub dele, eles vão fazer as baixas e mandarem fazer a limpa no morro. Quando chegamos onde o cara avisou, Rato já arrombou a porta e entrou gritando que estava liberado, quando entramos a primeira coisa que vi foi o Rafael amarrado em um cadeira e ele estava desacordado.

- Me ajuda aqui porra! - Rato falou começando a desamarrar as mãos.

   Desamarrei os pés e logo ele caiu no chão, Rato se afastou um pouco o olhando assustado e me aproximei vendo se ele ainda tinha batimento e estava bem fraco. Ele estava todo ensanguentado, com cortes por todo o peito, seu rosto estava deformado, provavelmente de tanta porrada que levou.

- Ele ta vivo Dado? - Rato perguntou preocupado.

- Precisamos levar ele pro hospital. - falei me levantando - O batimento está fraco, mais fraco de quando o Lc levou o tiro na cabeça.

- Ninguém aqui vai poder ficar com ele lá. - Charuto falou e olhei pro Rato.

- Alyssa não vai aguentar ver ele assim. - falou pegando o celular - Charuto leva ele com o Orelha, vou ligar pra minha mãe.

- São três da manhã. - o Charuto falou.

- Ela vai entender. - falou e eles pegaram o Rafael saindo dali.

- Conseguimos chegar nele. - Chaminé falou nos olhando - Mas o Coringa fugiu.

- Falta pouco pra chegar nesse merda. - Chuck falou.

- Só vou dar um aviso. - falou noz fazendo olhar - Se ele melhorar e tentar algo contra a gente, não vou ter dó da Alyssa.

- Ele é nosso. - falei e o Chaminé me olhou balançando a cabeça.

- Vamos ver quando ele melhorar. - falou - Se ele melhorar.

- Ai Rato, acho melhor tu vir aqui. - ouvimos a voz do Bubu.

- Qual foi? - perguntou no rádio.

- Tem uma menininha aqui chorando pedindo pra te chamar. - falou e o Rato parecia confuso.

- Que menininha é essa Bubu? - perguntou.

- Ela parece a doutora. - falou e o Rato respirou fundo.

- É a tua irmã? - Chuck perguntou.

- Bora lá ver. - falei e ele concordou.

   Já estavam fazendo a limpeza e tinham alguns moradores na rua vendo a movimentação, todos nos olhavam curiosos, quando chegamos onde o Bubu estava vi uma menininha um pouco maior que os meninos e ela chorava muito agarrada nas pernas do Bubu que estava de braços cruzados sem saber o que fazer.

- Ei, tu ta fazendo o que aqui fora? - Rato perguntou chamando atenção da menina que correu pra abraçar ele.

   Na hora ele abaixou deixando a menina agarrar em seu pescoço, mas ficou um bom tempo com os braços abertos sem reação, varri meu olhar por ali e quando parou no Bubu ele estava apontando para a calçada, me aproximei um pouco e vi a Milena caída com alguns tiros no peito.

- É a Milena? - Chuck perguntou baixo sem se aproximar e concordei - Puta que pariu.

- Rato. - o chamei, ele se levantou com ela no colo e apontei pro corpo - Ela ta sozinha agora.

- Me leva até a tua casa? - ele perguntou pra menina que concordou soluçando.

   Eles ficaram ali e fui acompanhando o Rato, chegamos em uma casa um pouco maior do que a dos moradores e entramos, vi um menininho que não deveria ter menos de dois anos dormindo no sofá e ouvi o Rato bufar, colocou a menina no chão e falou pra ela ir tomar um banho.

- Seus irmãos? - perguntei.

- Vai ser foda levar eles pra minha mãe criar. - falou e o olhei - Acho que o nome dela é Maísa, ela ia fazer um ano quando a minha mãe descobriu a traíção.

- Eles não tem culpa. - falei e ele me olhou cansado.

- Fala isso pra minha mãe e pra Alyssa que sofreram pra caralho por causa daquele cuzão. - falou dando uma risadinha - Como vou chegar lá com eles, não tem como porra!

- Deixar eles sozinhos por ai que não tem como! - falei um pouco alto e o menininho acordou chorando.

Lorena Pov

   Apesar de tudo o que o Felipe fez para mim e a minha filha eu ainda gosto ou gostava desse filho da puta. Quando começamos a namorar ele não era do movimento, mas logo as coisas pra ele se apertaram e recorreu ao pai do Dan que por acaso tinha sido meu primeiro namorado.

   Eles eram como unha e carne, logo que o pai do Dan morreu ele assumiu e colocou o Felipe como sub por ele ter capacidade. Depois disso tudo foi rápido, tive o Guilherme e logo depois a Alyssa, a princesa da casa, nunca tinha visto o Felipe sorrir tanto quando soube que era menina.

   Mas eu estava com medo, pouco antes de eu engravidar soube que ele estava me traindo com uma garota e sempre falei que chifre trocado não doí, então voltei a ficar com o Dan. Passei a gravidez toda com medo, pelas minhas contas poderia ser tanto dele como do Felipe e isso me deixava nervosa.

   Graças a Deus quando ela nasceu, se aprecia muito comigo, mas conforme o tempo foi passando eu percebi o quanto ela era parecida com o Dan, ela herdou a personalidade todinha dele. Quando o Felipe começou a armar um plano para matar o Dan eu até tentei salvá-lo, mas já era tarde.

   Não passou muito tempo e descobri que estava grávida de novo, o Felipe não pareceu tão animado como na do Gui e da Aly, então descobri que ele tinha outra e tinha tido um filho com ela, uma menina também, estava para completar um ano e um pouco do que sentia por ele morreu quando soube que ela tinha a idade da minha Alyssa.

   Então tudo aconteceu, ele ameaçou minha pequena e meu neto, foi embora e levou a criança que ele chamava de mulher, aquilo me fez perder todo o amor que sentia por ele, era raro ele ligar, nunca mais quis saber dos meninos e nunca se importou com o Eduardo.

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