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Dado Pov

- Qual foi Rato? - perguntei assim que ele atendeu - O que está pegando?

- Alyssa quer te ver, tu acha que vai conseguir segurar ela? - perguntou e olhei para o chão - Eu também não quero ela aí, mas uma visita não vai matar.

- Fala que to com amante, sei lá, inventa. - falei e ouvi vozes do outro lado - O que tá pegando ai?

- Vou contar porra, calem a boca. - ele pediu e a linha ficou muda, já me preocupei.

- Pode mandar o papo. - falei.

- Chuck contou pra Alyssa que sabe sobre a Débora ser dele e não tua. - falou e senti um aperto fodido no peito - Está querendo levar ela pro morro de novo e tentando reconquistar.

- Alyssa é minha fiel. - falei calmo - Vigia aí Rato.

- Se eu falar que tu tá de amante ela vai render. - falou e passei a mão no rosto - Vou mandar a real pra minha irmã, depois tu liga pra ela.

- Pode deixar. - falei.

   Não quero a Alyssa envolvida nessas coisas, todos aqui conhecem o Rafael, as vezes ele vem conversar comigo pra falar como está as nossas crias e a Aly, também falou que está cuidando dela pra mim, levando e buscando na faculdade, indo nas últimas consultas e é foda.

- Ei amor, sou eu. - falei depois de cair na caixa postal - Fica tranquila que daqui a pouco tô aí, vai demorar um pouco, mas vai dar tudo certo.

   Estava procurando palavras para falar, já tem quase duas semanas que estou nesse inferno. É inimigo pra todo lado, minha sorte foi que o Rafael me colocou na mesma área do pessoal do Chaminé, porque se eu estivesse onde me colocaram eu já estaria morto.

- Contei pro Chuck pensando no bem de vocês, continuo sendo o pai dela, da nossa Débora. - falei dando um sorriso - Não sei se vou estar aí quando ela nascer, mas tenho certeza que ela será igual a mãe.

   Encerrei a chamada escondendo o celular e me sentei no chão, meus companheiros de cela me encaravam um pouco surpresos, o vagabundo aqui foi laçado e não tem jeito, só vou ficar feliz quando estiver com a minha família de novo.

Alyssa Pov

   Chuck não saia mais daqui da rocinha, me perturbava todos os dias dizendo que queria ter a filha perto, quer cuidar dela junto com o filho que vai ter com a Karen, quer por que quer me assumir com fiel de novo, mas já avisei que sou fiel do Dado e vou continuar assim.

- Deixei os meninos na sua mãe. - Rafa falou - Como está nossa princesa?

- Com saudades do pai. - falei e ele sorriu fraco - Como ele está?

- Está bem. - respondeu - Se quiser posso dar um susto no Chuck, pra ele não te perturbar mais.

- Fala isso não, Gui e os meninos também querem. - falei e ouvi sua risada - Já estava sabendo?

- Eles me deram a ideia. - falou e neguei.

- Só quero ele longe. - falei.

- Viemos almoçar. - ouvi a voz do Lima - Tem comida aqui?

- Telefone está ali e o número da quentinha também. - falou apontando e ele riu.

   Desde que o Chuck me contou que sabia sobre a minha filha e que o Dado se entregou para o Chaminé não ir eu estou distante deles, só falo com o Bubu que me liga todo dia perguntando sobre a bebê. Tive uma briga feia com o Chaminé, na verdade só quem brigou foi eu, ele só ouviu calado.

- Podemos conversar? - Gui perguntou me olhando e assenti me levantando.

- Vamos lá no quarto, vou aproveitar e tirar um cochilo. - falei e ele negou rindo.

   Subimos e fui em direção ao meu quarto, troquei a roupa por um vestido solto e me deitei puxando a coberta, ele se sentou no espaço livre e ficou me olhando por um tempo, parecia criar coragem para falar algo que possívelmente iria me mahucar, conhecia meu irmão o suficiente.

- Vou falar a verdade. - falou e me sentei - Dado não quer você indo lá.

- Ele não está em posição de querer algo. - falei e o vi revirar os olhos.

- Todos sabem que tu é ex do Rafael. - falou e o encarei - Tu está grávida Alyssa, quer mesmo passar por tudo aquilo?

- Ele é o meu namorado. - falei e ele concordou.

- Mas ele quer o teu bem, contou até a verdade pro Chuck. - falou apontando pra porta - Porra, tu acha que se fosse outro faria isso?

- Eu estou com saudades dele Gui. - falei e ele concordou.

- Eu sei que ta. - falou se aproximando e me abraçou - Vou contar antes que alguém tente algo.

- O que foi dessa vez? - perguntei.

- Ele falou que era pra inventar uma amante pra tu não ir. - falou e o encarei chocada.

- Ele tem amante? - perguntei e ele me olhou rindo.

- Qual a parte do "inventar", tu não entendeu? - perguntou e respirei fundo - Vou pedir pra ele te ligar, ai vocês vão poder conversar melhor.

- Ele já sabe que o Chuck quer me levar de volta pro Livramento e me assumir como fiel de novo? - perguntei e ele assentiu - E o que ele falou sobre isso?

- Que tu é a fiel dele e ninguém toca. - falou e sorri fraco.

- Que bom. - falei cruzando os braços - Espero mesmo que ele não tenha nenhuma amante, se não eu capo ele.

- Ele sabe disso. - falou.

   Ficou mais um pouco ali comigo e saiu para que eu dormisse um pouco. Acordei sentindo uma movimentação no corredor e peguei a glock que agora fica debaixo do travesseiro do Dado, me sentei na cama já com ela pronta e vi a porta ser aberta, quando fui pra atirar o Chuck colocou a cabeça para dentro do quarto.

- Por pouco não te mato. - falei e ele olhou pra glock assustado.

- Tu precisa é ficar longe disso, quase matou o Chaminé. - falou e assenti com ela ainda apontada pra ele - Abaixa essa porra, vim ver se tu precisa de algo, já ta de madrugada.

- Vai embora da minha casa. - falei e ele sorriu.

- Não. - falou se sentando na poltrona - Não vou sair daqui.

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