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Alyssa Pov

   Terminei a prova e conferi se todas as questões estavam respondidas, entreguei e sai dali mandando mensagem pro Rafael que tinha sido liberada, hoje iríamos conversar sobre o Lorenzo, dividir os dias de cada um e quanto cada um daria para ajudar na criação.

- Eu estou morrendo de fome, vamos no bk? - perguntei quando entrei no carro - Diz que sim, por favor.

- Vamos lá. - falou me olhando assustado - Comeu antes de vir não?

- Não consegui, o Lorenzo e Eduardo estavam brigando toda hora, nem o Jordan conseguiu separar. - falei chama do a atenção dele - Precisamos conversar sobre umas coisas.

- Você está ficando com esse Jordan? - perguntou e neguei.

- Não, ele só tem quinze anos. - respondi.

   Chegamos no shopping e fizemos nosso pedido no bk, deixei ele lá esperando e fui procurar uma mesa, me sentei e fiquei vendo o celular até ele votar com nossos lanches. Peguei o meu e comecei a comer assim como ele, quando terminamos ele começou a falar.

- Não vou poder pegar ele direto, mas sempre que eu tiver tempo te aviso. - falou e o olhei negando - Antes que comece com o mesmo discurso, eu amo o Lorenzo e eu estou crescendo lá dentro justamente por ele.

- Não coloca ele no meio. - pedi.

- Mas é por ele, eu ganhando mais consigo dar uma boa vida pra ele. - falou - Só quero o bem de vocês Alyssa.

- Eu sei Rafael, mas se você não der atenção para ele, não estar presente como pai. - respirei fundo antes de continuar - Se eu ficar sério com outra pessoa e ela der atenção, ela estar presente você sabe o que vai acontecer.

- Ninguém vai tomar o meu lugar! - falou sério - Porra Alyssa, tenta me entender.

- Rafael eu te entendo! - falei séria - Mas vê o Du, única figura de pai que ele conheceu foi o Gui e chama ele de pai, mesmo minha mãe não gostando.

- Isso não tem nada haver Alyssa. - falou irritado.

- Claro que tem, ele só tem cinco anos, se outro fizer o seu papel de pai ele vai chamar sim de pai! - falei já puta - Você sempre coloca o seu trabalho na frente dele, nunca vou jogar ele contra você, mas se continuar desse jeito ele mesmo vai crescer te odiando!

- Eu não vou ser como o filho da puta do seu pai! - falou me encarando e o pessoal que estava na mesa ao lado nos olharam preocupados - Eu vou ser presente na vida dele, só não vou poder pegar ele direto.

- "Porque o meu trabalho não deixa". o imitei - Já falei, pega essa porra e enfia no cu!

- Para com isso. - pediu cocan a cabeça - Para de ser infantil porra.

- Rafael, de coração se você não puder ser o pai que foi quando ele nasceu, nem nos procura mais. - falei fazendo-o me olhar assustado - Não quero ver o meu filho sofrendo porque o pai não pode ir vê-lo, sofrendo por um pai que só se importa com ele mesmo.

- Eu posso ver se pego ele de quinze em quinze. - respirou fundo - Vou dar a pensão, só me falar quanto precisa.

- Paga só a escola dele, não preciso de mais nada. - falei - Você fica com a educação e eu com o resto.

- Esse final de semana que não vou poder, nas no outro eu te aviso. - falou e assenti.

- Tchau Rafa. - falei me levantando e peguei a bandeja.

- Eu te levo. - falou e neguei.

- Precisa não, eu pego um táxi. - falei saindo rápido dali.

   Pedi um táxi que me levou apenas até a entrada, peguei e desci começando a subir o morro, vi meu irmão no bar que tem ali junto com os meninos e as queridas deles, fui até ele com a minha melhor cara de "preciso de carinho" e senti seu olhar em mim.

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