- Olha, mãe!- Luiza mostrou para Paula sua avaliação de matemática na escola que havia tirado um 'A'.
- Parabéns, filha!- a morena tentou dar seu melhor sorriso, mas o que havia ouvido de Luiza no quarto ainda não desaparecera de sua mente- Continue assim.
A jovem estava cumprindo direitinho o que havia prometido para si mesma, tanto que uma de suas colegas a havia insultado em sala de aula e ela preferiu ficar quieta do que trazer mais decepções para a mãe.
- Tá parecendo outra pessoa na escola- Pablo disse dando uma força pra irmã- Nem discutindo com aquelas chatas da sala dela ela tá.
- Que bom- Paula sorriu e seguiu lendo o jornal que tinha em mãos.
- Mãe, posso te pedir uma coisa?- Luiza perguntou.
- Você acha que tá com créditos pra isso?- Paula olhou para ela e arqueou uma das sobrancelhas.
- Eu tenho consciência que não, mas a ideia não é só minha, é do Pablo também.
- É sobre o que?
- Nossa comemoração de 15 anos- Pablo informou.
- Já tá tudo organizado, não tem como mudar nada.
- Não é isso. Lembra que você tinha perguntado o que nós queríamos de presente?- a morena concordou com a cabeça- Nós queremos uma viagem para a Colômbia com você, Gabriel, vó Kelly, vô Luiz, tia Clara, vó Maria Olívia, tia Bruna, vô Sérgio e, é claro, nosso pai.
- Você quer explodir Bogotá?- Paula se referiu a permanência dela e de Breno no mesmo ambiente e os filhos entenderam.
- Vocês são adultos e são capazes de deixar essa briga de lado- Pablo quem se pronunciou.
- Ok, mas vamos pensar em outra coisa. Vocês acham que dinheiro da em árvore?- a morena ajeitou o óculos e encarou os filhos.
- Ah, qual é, mãe? O pai é o dono de uma empresa de arquitetura, você trabalha como contadora e daqui a alguns meses vai passar a trabalhar pro governo e ganhar ainda mais. Vocês são capazes de pagar uma viagem pra família- Luiza encarou a mãe do mesmo jeito audacioso que Paula encarava as pessoas.
- Eu prometo pensar.
- Eba!- a jovem beijou o rosto da mãe varias vezes- Te amo- Pablo se juntou a irmão e os dois abraçaram Paula.
- Eu também amo vocês dois, agora vão tomar banho que tão fedendo- a morena separou o abraço rindo e os filhos subiram para seus quartos- O que foi, pequetito?- Gabriel a olhava com uma feição que ela considerou engraçada.
- Eu não quero viajar com o pai deles- Paula começou a rir alto ao ouvir a frase do filho.
- Vem cá, amor- pediu quando cessou as risadas e o menino foi até ela- Eu também não quero- sussurrou.
- Então a gente deixa ele de fora- falou como se fosse a ideia mais genial do mundo.
- Filho, eu gostaria muito disso, mas ele é o papai deles, eu não posso excluir ele assim.
- Ele é chato e me chama de Ester- Gabriel revelou para a mãe.
- Como assim? Me explica essa história.
- Ele disse que eu pareço com a menina do filme 'a órfã'- Paula sentiu vontade de rir com a revelação, mas fez seu papel de mãe protetora.
- Não se preocupa, se ele te chamar assim na minha frente eu ponho pimenta na língua dele- falou baixinho.
- Tá bom, e eu ponho nos olhos.
- Não! Deixa o trabalho sujo pra mim- a morena abraçou o filho- Pronto pra começar as aulas na escola nova?
- Eu acho que sim- ele deu de ombros.
- Não tá empolgado, filho?
- Só um pouquinho- ele sinalizou com os dedos.
Os outros desceram após tomar banho e então eles almoçaram algo que Paula havia preparado.
- Mãe, quando você vai namorar de novo?- Pablo perguntou e a morena chegou até a se afogar com a água que bebia.
- Que pergunta é essa?- questionou ao se recuperar.
- Ah, você é jovem, bonita, tá na hora de se relacionar novamente- ele completou.
- Filho, é muito recente ainda- Gabriel já havia saído da mesa por isso eles falavam sobre o assunto.
- Já fazem três anos. O Joaquim com certeza não gostaria de te ver dessa maneira.
- Que maneira?- perguntou confusa.
- Você só vive de trabalho, casa e filhos, nem pro cinema você vai mais- Luiza entrou na conversa.
- Eu não tenho cabeça pra isso agora, eu to bem assim desse jeito por enquanto, quando eu sentir a necessidade de um buscar um companheiro, não se preocupem, eu não vou me privar de nada- sorriu para tranquilizar os filhos.
- Acho bom! Você tem só 30 anos da tempo de nos dar outro irmão ainda- Pablo brincou piscando para a mãe.
- Para de bobeira, menino- Paula deu três batidas na mesa de madeira- Não joga isso por universo.
- Credo, mãe, foi tão ruim assim ter filhos?
- Horrível! Parir é a pior dor do mundo, e vocês vieram de dois ainda, duplicaram o negócio- explicou- O nascimento do Gabriel foi fichinha perto do de vocês.
- Com quinze anos ainda, imagino- Luiza disse.
- Pois é, meu corpo ainda não estava totalmente preparado pra isso, então foi o triplo de doloroso. Ah, e uma observação, eu tive vocês de parto normal- os filhos arregalaram os olhos.
- Por quê?- Pablo questionou.
- Eu tinha 15 anos, não queria ficar com uma cicatriz enorme.
Eles seguiram conversando até que a buzina do carro de Breno foi tocada em frente à casa.
- O pai chegou!- Luiza disse olhando para a janela- Eu vou falar com ele sobre a nossa proposta e depois e sigo a resposta, tá?
- Tá bom. Se comportem!- os dois se despediram de Paula e foram até o carro de Breno.
- Oi!- ele beijou o rosto dos filhos.
- Pai, nós temos uma proposta pra te fazer- Luiza nem esperou chegar em casa e já foi falando.
- Tenho até medo das suas ideias.
- Eu garanto que é boa, pai!- Pablo interviu.
- Nós estávamos pensando em uma viagem para a Colômbia na semana do nosso aniversário já que a festa vai ser antes.
- Amei a ideia, vou tirar férias bem na época do aniversário de vocês. A mãe de vocês deu permissão pra vocês irem?
- Então- quando Breno ouviu essa palavra já ficou esperando a bomba- A viagem que nós queríamos fazer, não é só com você, é com toda a nossa família, e isso inclui a nossa mãe também.
O sangue de Breno gelou ao ouvir as palavras.
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All These Years
FanfictionPor conta de uma gravidez na adolescência, Paula e Breno criaram um laço que nem mesmo o "ódio" que sentiam um pelo outro poderia romper.