Capítulo 21

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- E aí?- ele deu um sorrisinho de lado.

- O que você tá fazendo aqui?- o olhou ainda surpresa.

- Entra no carro que eu te explico- falou calmamente e destravou as portas.

- Eu tenho meu próprio carro- foi continuar andando, mas o loiro segurou seu braço.

- Por favor, Paula, entra no meu carro- o olhar intenso de Breno fez a morena atender seu pedido.

Ela deu um longo suspiro, pôs as chaves de seu carro dentro da bolsa e deu a volta entrando no banco do passageiro de Breno.

- E então?- Breno não falou nada, apenas ligou o carro e começou a andar- O que você tá fazendo? O meu carro tá aqui!

- Você não vai precisar do seu carro!

- Vou sim! Meus filhos estão na escola e eu tenho que buscar eles!

- Tudo bem, depois que a gente terminar eu te trago aqui de volta- ele olhou rapidamente para o rosto dela e viu a expressão arrependida- Quer sair?

- Eu não to entendo nada, Breno.

- Eu já falei que vou te explicar- Breno saiu da garagem e então seguiu para a direita- Achei que você lembrasse do nosso combinado. Sua memória é tão ruim assim?

- Pro seu governo, a minha memória é ótima- ela pôs o cinto de segurança- E sim, eu lembro do nosso combinado, mas achei que fosse da boca pra fora.

- Eu não faço convites da boca pra fora.

- Então porque fingiu que eu não existia por vários dias seguidos?- olhou para o perfil do loiro que estava atento a via.

- Eu não fingi nada. Não sei se você lembra, mas eu não consigo mais te mandar mensagens porque você bloqueou o meu número- deu uma rápida olhada para ela arqueando as sobrancelhas- E eu não podia simplesmente chegar lá na sua casa, nossos filhos desconfiariam.

- Então resolveu me buscar no serviço?- Paula ficou em silêncio por alguns segundos e logo encarou o loiro- Como sabia que eu sairia mais cedo?- um sorriso sacana surgiu nos lábios finos do homem.

- A Luiza me conta tudo. Sempre ligo pra ela na hora do intervalo da escola quando é o seu mês com eles, então hoje ela me falou que você não iria a academia e sairia mais cedo do trabalho. Tudo conspirando ao nosso favor- ele parou no sinal vermelho e pôs a mão na coxa dela.

- E o que veio fazer aqui que eu ainda não entendi?- pegou a mão dele e pôs de volta no câmbio do carro.

- Qual era o nosso combinado? Vim aqui pra transar com você!- falou como se fosse a coisa mais normal do mundo deixando a morena sem palavras- Achei que realmente lembrasse do combinado.

- Você não presta mesmo- ela negou com a cabeça- Ontem mesmo tava beijando uma mulher na balada e agora vem me buscar pra ir sei lá aonde com você?

- Você falou que era uma vez por mês, eu só to cumprindo o acordo- deu de ombros não querendo explicar o que realmente havia acontecido.

- Tanto faz- ela apoiou o cotovelo na janela o pôs a mão nos olhos.

- Tá cansada?- perguntou depois de dar partida novamente.

- To com um pouco de dor na cabeça.

- Ah não, Paula!- ele foi para perto do meio fio e estacionou bruscamente- Desce do meu carro!- o tom de voz dele era sério e sua expressão era mais ainda.

Paula ficou extremamente irritada e um pouco assustada com a reação de Breno então tirou o cinto e abriu a porta já botando o pé para fora do carro.

- Para!- ele começou a rir e segurou o braço dela- Eu to brincando- sua gargalhada se intensificou quando Paula o olhou com uma expressão brava.

- Tá achando que eu sou o que?- tirou o braço da mão dele a pôs o pé para dentro do carro novamente fechando a porta e pondo o cinto.

- Desculpa, eu não podia perder a piada.

- Da pra parar de rir?

- Parei- disse respirando fundo e diminuindo a risada- Você da conta?

Paula o encarou por um tempo e negou com a cabeça indignada.

- To me sentindo uma prostituta- riu sem humor.

- Por quê?- ficou sério de vez.

- Você me pega com seu carro e já me leva em direção a, provavelmente, um motel sem ao menos uma paquera ou um beijo na boca- encostou a cabeça no banco.

- Não seja por isso!

Breno tirou seu cinto e inclinou o tronco para a frente segurando a nuca da morena com a mão esquerda e puxando o rosto dela em direção ao seu, fazendo os lábios de roçarem e Paula virar o rosto para o lado.

- Não tem que me beijar porque eu falei.

- Eu vou te beijar porque eu quero e to com saudade dessa boca sua.

Ele pôs os dedos na nuca dela e deixou o polegar em sua bochecha a puxando novamente e encaixando os lábios nos dela. Paula apoiou uma de suas mãos no banco e a outra foi até a camisa social que Breno vestia e a apertou com força sentindo a língua quente e macia invadir sua boca e encontrar a sua.

- O que acha de ficarmos por aqui mesmo?- ele falou enquanto Paula beijava seu pescoço e ele apertava a perna dela com a mão direita.

- Tá louco? Isso é atentado ao pudor, podemos ser presos- ela se separou e olhou para ele com os olhos arregalados.

- Eu to brincando- ele riu e segurou a mão dela a pondo em seu cabelo para descer a mão até a coxa da morena- Só quero mais um beijinho.

Paula sorriu e apertou os fios loiros em sua mão tomando o domínio do beijo. Cada vez que Breno ia virar a cabeça na direção contrária da que ela queria, a morena apertava fortemente o cabelo dele tendo como reação o aperto de mesma intensidade em sua perna.

- Onde você escondia todas essas habilidades?- perguntou enquanto a morena beijava seu queixo sem se importar com a barba.

- Só mostro pra quem merece.

- Eu mereço?

- Não! Mas como não tem pra quem mostrar, vai você mesmo- Breno sorriu com a resposta e deu uma mordida no lábio inferior dela logo se separando.

- Chega, se não eu cometo o atentado ao pudor- ele respirou fundo e se ajeitou no banco.

- Acho que não é eu quem não da conta- a morena provocou enquanto limpava a boca que provavelmente estaria com resquícios de batom.

- Tadinha de você, Paula- foi a última coisa que o loiro disse antes de partir para o destino final deles.

All These YearsOnde histórias criam vida. Descubra agora