Capítulo 11

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- Acha mesmo que essa roupa tá boa?- Paula se olhava no espelho analisando a saia de couro preta em conjunto com uma blusinha banca.

- Você tá linda, mãe!- Luiza disse- Não precisa mudar a roupa não.

- Você acha normal uma pessoa como eu sair uma hora dessas?- a morena virou para a filha.

- É lógico que sim, mãe, por que não seria?

- Eu tenho três filhos, Luiza. Não me sinto muito confortável de deixar vocês aqui e sair.

- Relaxa, eu e Pablo somos bem grandinhos já, tirando que a vó Maria Olívia e o vô Sérgio vão ficar com a gente.

- É, você tem razão.

Paula pôs os brincos nas orelhas, deu uma última ajeitada na maquiagem, calçou seus sapatos de salto e então se declarou pronta.

- Vamos descer.

As duas desceram as escadas encontrando todos no andar debaixo.

- Que linda!- Pablo sorriu olhando para a mãe.

- Duas horas, Paula!- Breno estava impaciente pela demora da morena, mas mesmo assim não pode ignorar o quão bonita ela estava.

- Não enche- ela o olhou e revirou os olhos.

- Você vai demorar, mamãe?- Gabriel perguntou.

- Eu não sei, amor- Paula se aproximou do filho e acariciou seu rosto.

- Com quem eu posso dormir? Não quero ficar sozinho.

- Dorme comigo!- Luiza falou para o irmão menor e ele sorriu para ela.

- Se cuidem, não façam nada que eu não faria e cuidem do irmão de vocês- Paula beijou a testa de cada um de seus filhos e então se dirigiu para a porta.

- Se cuidem- Breno beijou o rosto de Luiza e Pablo e logo mostrou a língua para Gabriel saindo da casa junto com Bruna e a morena.

- Já decidiu onde vamos?- Paula perguntou assim que entraram no carro que haviam alugado.

- Sim, pesquisei os melhores lugares e esse foi o com mais comentários positivos- Bruna informou mostrando o nome da balada para Paula.

  Eles chegaram até o local e viram que o clima da balada era bem diferente da brasileira em vários aspectos.

  - Parece boa- Breno comentou analisando a mulherada presente no local.

  - Parece boa mesmo- Paula falou olhando para os homens.

  - Vamos para o bar!

  Descobriram que o local era open bar, então pagaram apenas o ingresso da entrada.

  - Desculpa, mas eu vou me perder aqui!- Bruna informou e se afastou dos dois.

  - Só o que me faltava- Paula se virou para o bar onde ela e Breno estavam parados na frente.

  - Eu sei que nós não temos uma relação muito boa e que eu sou a última pessoa que você queria como companhia, mas vamos deixar essa rivalidade de lado só por hoje e vamos ser  colegas de copo?- o loiro propôs já com segundas intenções.

  A morena ficou o analisando por alguns segundos até que se deu por vencida.

  - Ok, eu aceito a trégua, mas só porque eu preciso de um guia já que to enferrujada desse negócio de balada- ela informou e o loiro sorriu.

  - Vou pedir umas bebida para nós dois- ele fez o pedido para o barman e logo entregou um para a morena.

  - O que é isso?- perguntou desconfiada.

  - Você falou que ia dar uma trégua!

  - Ok, mas o que é?- ela cheirou o copo sentindo o forte cheiro de álcool.

  - Eu não vou dizer, hoje eu digo "bebe!" e você obedece- ele falou olhando profundamente nos olhos dela e a fazendo desviar o olhar sem graça.

  Paula segurou o canudo e deu um gole na bebida, sentindo a queimação do álcool na garganta, mas logo o gostinho doce pela nítida mistura com morando e leite condensado.

  - Bem gostosinho- ela falou dando outro gole.

  Os dois começaram a beber enquanto conversavam sobre as coisas que aconteciam na festa. Devido ao elevado nível de álcool que ingeriam, os dois já conversavam como se fossem melhores amigos há séculos.

  - Até que você não é tão ruim- Breno mordeu o lábio inferior e a olhou de cima a baixo.

  - Você também não é aquele monstro que eu pensava- ela não teve o mesmo pensamento que ele.

  - Vamos dançar?- Paula ficou um tempo encarando a mão que o loiro estendia para ela até que se deu por vencida e segurou a mão dele o seguindo até a pista.

  O dj tocava uma mistura de eletrônica com músicas tradicionais da Colômbia, fazendo os dois dançarem de maneira muito sexy aos olhos do outro.

  - Você dança bem- ele se aproximou do ouvido dela por trás de seu corpo e sussurrou enquanto a morena mexia o quadril ao ritmo da música.

  - Você não viu nada!- ela jogou a cabeça para trás deitando em seu ombro.

  Breno pôs as mãos no quadril de Paula e colou o corpo no dela passando a dançar no mesmo ritmo que ela. Ele passou o nariz no pescoço da morena sentindo seu cheiro feminino e adocicado.

  - Não lembrava que você era tão cheirosa.

  - Eu mudei de perfume- ela respondeu enquanto continuava dançando.

  Chegou um certo momento em que Breno não estava mais aguentando a tentação que era ter a morena dançando com o corpo colado ao dele e ele queria mais. Queria beijar aqueles lábios carnudos e conhecer aquele corpo com as palmas de suas mãos.

  - Vou pegar uma bebida- ele falou e saiu indo até o bar.

  O loiro resolveu que ficaria um tempo ali até sua cabeça esfriar. Ele tava certo do que queria fazer, mas sua relação com a morena nas era das melhores e a trégua só existia naquele momento. Como seria se eles ficassem naquele dia e passassem a se odiar novamente no outro?

  - Por que você não voltou?- era nítido o estado caótico que Paula já se encontrava já que chegou cambaleando até o loiro e se apoiou na bancada ao lado dele.

  - Cansei de dançar- ele deu um desculpa.

  - Você é meu melhor amigo!- a morena jogou os braços pra cima e quando eles desceram acabaram esbarrando no copo de Breno e derrubando sua bebida na roupa dele- Desculpa- ela fez cara de arrependida.

  - Não foi nada- em outras ocasiões ele teria implicado ou até mesmo brigado com ela, mas ele também já não estava mais em seu estado normal.

  - Eu quero te abraçar, você deixa?- ela o olhou com expectativa.

  - Acho melhor não- ele fechou os olhos.

  Paula ignorou o que ele falou e se encaixou entre suas pernas, que estavam abertas e apoiada no ferro do banco, e abraçou o pescoço dele.

  - Faz tempo que eu não me divirto- ele não soube identificar se era verídico ou apenas uma frase de bêbado.

  - Eu queria estar me divertindo mais- não conseguiu controlar a frase de sair de sua boca.

  - Como?- ela se afastou dele e olhou em seus olhos.

  - Você não vai querer saber- ele deu uma risadinha.

  - Eu quero saber!

  - Eu queria estar te beijando- Breno admitiu.

All These YearsOnde histórias criam vida. Descubra agora