Passou-se duas semanas desde os últimos ocorridos e havia chegado o dia de Paula deixar seus filhos na casa de Breno.
- Terminaram de arrumar tudo?- era um sábado, então eles optaram por ir mais cedo para a casa do pai.
- Sim, qualquer coisa a gente te liga e você nos leva- Luiza sorriu para a mãe.
- Claro, até porque eu sou motorista e não mãe.
- É exatamente por você ser mãe que eu falo isso.
Eles pegaram as coisas e foram para o carro. Paula ajeitou a cadeirinha de Gabriel e logo foi para o banco da frente dando partida até a casa de Breno.
- Se comportem. De noite eu ligo pra dar boa noite- ela falou e logo beijou o rosto de cada um dos gêmeos.
- Tchau, mãe!- Pablo beijou o rosto dela e saiu do carro juntamente com Luiza.
Paula tinha o costume de ligar todas as noites para os filhos quantos eles estavam na casa do pai independente de onde ela estivesse.
- Se comporta também!- Luiza disse rindo enquanto se dirigia até a porta da casa arrancando risadas do irmão e da mãe.
Eles bateram na porta e ficaram esperando até que Breno a abrisse.
- Meus amores!- ele abraçou os filhos- Vieram cedo hoje.
- Pois é, a mãe ia sair mais tarde então a gente escolheu vir cedo- a menina explicou.
- Onde ela vai?- Breno nunca aguentava a curiosidade quando se tratava da morena.
- Tem o aniversário de um amigo do Gabe então ela vai levar ele- Pablo quem falou.
- A vó tá em casa?
- Tá sim, filha. Tá no quarto dela- o loiro respondeu.
Os dois foram até o quarto de Maria Olívia e cumprimentaram a avó que foi para a sala juntamente com eles. Enquanto conversavam na sala, pôde-se ouvir o celular de Breno tocando.
- Eu já volto!- ele se levantou e foi até o quarto para atender o seu celular- Alô?
- E aí, irmão?- era Jordan- Tem planos pra noite?
- Não, só vou ficar em casa com os meus filhos.
- Nós vamos em uma baladinha comemorar o aniversário do Piolho adiantado já que ele vai estar viajando a trabalho no dia. Não quer ir?- convidou.
- Eu não gosto de sair quando meus filhos tão comigo- ele dava as escapadas, mas lá de vez em quando e aproveitava o mês de Paula para curtir a noite.
- Ele vai ficar bolado se você nos aparecer.
- Tá bom, eu vou nem que seja só pra dar um abraço nele.
- Beleza, irmão! Tchau!
- Tchau- Breno respondeu e desligou o celular voltando para a sala.
- O que foi, filho?- Maria Olívia perguntou.
- Jordan me ligou dizendo que eles vão ir comemorar o aniversário do Piolho em uma balada hoje. Vocês se importam se eu for?- ele perguntou para os filhos.
- Até parece- Luiza disse rindo e Pablo concordou- Será que a mãe vai ir também?
Piolho era um amigo em comum que Paula e Breno tinham. Como haviam estudado na mesma escola, o homem fez amizade tanto com a morena quanto com o loiro e perdurou por todos os anos seguintes de suas vidas.
- Será?- Breno a olhou com expectativa.
- Acho pouco provável mesmo que ele seja o bff dela.
- Eu shippo- Pablo falou para a irmã.
- Eu também shipparia, mas acho eu eles se gostam como irmãos.
Breno sentiu seu sangue ferver com o assunto dos filhos. Imaginar Paula com outro homem já era difícil para ele e imaginar ela com um dos seus melhores amigos era a mesma coisa que sentir uma facada em suas costas.
- Sabiam que ele era apaixonado pela Paulinha na escola?- Maria Olívia revelou para os netos fazendo Breno morder a língua de raiva.
- Sério? E por que não rolou nada?- Luiza perguntou curiosa.
- Porque o pai de vocês foi mais rápido e beijou ela antes dele.
- Eu nunca entendi a história de vocês- Pablo olhou para o pai- Vocês namoraram?
- Não- ele ficou mais aliviado pela troca de assunto- Nós éramos colegas só, aí um dia, durante um jogo de verdade ou consequência, a gente acabou ficando.
- E a mãe engravidou?
- Não! Isso foi dias depois do jogo. Eu e a mãe de vocês éramos adolescentes inconsequentes que fazia o que dava na cabeça e ponto- ele explicou- Não sejam assim.
- A Luiza é tipo assim- Pablo implicou com a irmã rindo.
- Mas não tanto. Eu não teria coragem de transar com alguém agora, com quinze anos.
- Continua pensando assim, filha!- Breno riu e beijou o rosto de Luiza.
- Eles eram terríveis mesmo- Maria Olívia constatou- Implicavam um com um outro de uma maneira que ninguém entendia.
- Isso já vem de antes?- a jovem questionou.
- Antes era muito pior, agora eles amadureceram e se implicam como adultos pelo menos.
Passaram a tarde relembrando histórias do passado e travessuras de Breno, até que chegou a noite e a hora de ir para o aniversário de Piolho.
- To bonito?- ele apareceu na sala vestindo uma calça jeans, uma camisa preta e um tênis preto.
- Tá lindo, pai!- Pablo respondeu.
- Então vou indo- ele deu um beijo na testa dos filhos- Se quiserem ficar jogando videogame no meu quarto e dormir na minha cama fiquem a vontade, quando eu chegar durmo na de um e vocês.
- Tá bom, boa festa!
Breno saiu de casa e foi para a balada onde ocorreria a festa de Piolho.
- Breno!- o homens falou ao ver o amigo entrar pela porta.
O loiro foi até Piolho e o abraçou rapidamente. Eles foram para o bar e encontraram os outros amigos e amigas que o homem havia convidado para a comemoração de seu aniversário.
- Eu convidei a Paulinha- Piolho informou para Breno- Agora resta esperar se ela vem ou não.
- Ela nunca sai de casa- Breno tentou zoar rindo.
- Mas ela disse que se chegasse cedo da festa que foi com o Gabriel talvez passasse aqui.
- Então espera sentado.
Por mais que estivesse tentando adiar esse momento (para nunca se fosse possível), Breno foi obrigado a admitir para si mesmo que ele estava sentindo a falta da morena. Seu maior desejo era que ela entrasse por aquela porta para que ele pudesse, pelo menos, provar novamente daqueles lábios macios e carnudos que tanto gostava. O loiro desde o início sabia que seria difícil encontrá-la apenas uma vez no mês, mas com o passar do tempo ele viu que não era difícil, mas sim uma coisa impossível de acontecer, já que diariamente ele pensava nela e a imaginava em sua cama todas as noites.
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All These Years
FanfictionPor conta de uma gravidez na adolescência, Paula e Breno criaram um laço que nem mesmo o "ódio" que sentiam um pelo outro poderia romper.