Capítulo 17

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- Eles tem quinze anos, Breno, como você deixa eles saírem sozinhos em uma cidade desconhecida?- Paula olhou incrédula para o loiro.

- Eles são bem grandinhos, Paula, sabem se cuidar muito bem- Breno revirou os olhos e seguiu tomando café da manhã.

Paula havia acordado depois de todos e quando desceu recebeu a notícia que Breno havia deixado seus dois filhos saírem sozinhos por Bogotá.

- Você sabe muito bem como são as pessoas, já pensou se fazem algo com a Luiza?

- Para de dar chilique- ele se levantou e foi até a morena a fazendo sentar na cadeira- Relaxa e toma um café.

- Não tem como relaxar!

- Eles são inteligentes, e outra, tão com o celular e a Luiza recém tava falando comigo, confia neles- o loiro pediu e Paula suspirou.

- Espero que eles cheguem bem mesmo.

Eles começaram a comer enquanto o silêncio reinava no ambiente.

- Cadê aquela peste?- Breno perguntou se referindo a Gabriel.

- Ta vendo desenho- Paula respondeu enquanto tomava um gole de seu café.

- Tem certeza?- ele perguntou estranhado vendo que não havia ninguém no sofá.

- Tenho sim!- ela se levantou rapidamente e nesse exato momento pode ouvir um barulho na piscina- Merda!

Paula e Breno correram em direção a área que ficava a piscina e viram que Gabriel havia caído dentro da mesma e estava se debatendo. A morena tentou ir salvar o filho, mas a aguaceira que estava fora a fez cair e impedir seu objetivo de ser cumprido, então Breno nem pensou direito e já se atirou na piscina levantando o garoto que puxou o ar fortemente.

- Filho!- Paula se levantou apressadamente e foi até a borda da piscina pegando Gabriel e o abraçando forte- Não faz isso comigo!

Breno saiu da piscina e foi até os dois.

- Tá tudo bem?- ele olhou para o menino que estava chorando no colo da mãe, mas estava nítido que era apenas pelo susto.

A morena apenas assentiu com a cabeça e levou o filho para dentro de casa. Ela subiu as escadas e o levou para o seu quarto o dando um banho e vestindo outra roupa nele.

- Amor, você não pode ir pra piscina sozinho- Paula acariciava os cabelos do menino que estava deitado na cama.

- Desculpa, mamãe, eu fui ver o passarinho e acabei caindo na água- ele ainda soluçava, mas não chorava mais.

- Você me deu um susto, filho- ela beijou a testa dele demoradamente.

- Eu te amo, mamãe- ele beijou a mão de Paula.

- Eu te amo muito mais, pequeno!

Ela ficou acariciando o cabelo do filho até que ele pegou no sono. A morena saiu do quarto e desceu as escadas.

- Como ele tá?- Breno perguntou preocupado.

Ele já havia mudado a roupa molhada e estava sentado no sofá com uma expressão um tanto assustada.

- Tá um pouco assustado ainda, mas consegui fazer ele pegar no sono- ela sentou no outro sofá- Obrigada pro salvar a vida do meu filho.

- Eu faria...

- Não termina essa frase, por favor!- Paula respirou fundo e apoiou os cotovelos nos joelhos e a cabeça nas mãos- No momento que eu vi ele ali me vieram todos os sentimentos do dia da morte do Joaquim. Eu não sei o que faria se perdesse meu pequeno- a morena não conseguiu mais segurar o choro e desabou em lágrimas.

Breno a olhou sem saber o que fazer e decidiu que deixaria qualquer problema de lado. Ele foi até o sofá em que ela estava e a abraçou apertado fazendo o choro dela se intensificar ainda mais.

- Tá tudo bem com ele agora, relaxa- ele acariciava os cabelos castanhos.

- Eu sou uma péssima mãe mesmo, nem ajudar meu filho eu consegui.

- Nunca fale isso, Paula!- ele a repreendeu- Eu sei que eu implico demais com você, mas eu nunca duvidei na sua capacidade de ser mãe. Você é ótima!

Depois de um tempo naquela posição, se acalmou e se afastou do loiro exibindo sua feição chorosa. Naquele momento Breno reparou que era a primeira vez que a via chorar e sentiu um aperto no peito ao vê-la naquele estado.

- Desculpa por molhar sua camiseta- ela secou as lágrimas com as mãos.

- Deixa de ser boba.

Paula deu um pequeno sorriso para ele e resolveu ir para a cozinha espairecer. Depois de algum tempo os outros chegaram em casa.

- Olá!- Pablo chegou por trás da morena e deu um beijo em seu rosto.

- Oi- foi a única palavra dela.

Os gêmeos foram para a sala e encontraram Breno.

- Aconteceu algo com a mãe? Ela nem brigou com a gente por termos saído sozinhos- Luiza perguntou estranhada.

- Ela tá mal porque o irmão de vocês quase se afogou na piscina.

- Mas ele tá bem?- perguntaram preocupados.

- Tá sim. Não toca no assunto com ela porque ela tá um pouco sensível ainda.

Depois do almoço, todos resolveram ir para seus quartos já que a manhã já havia começado pesada.

- Quem é?- Breno perguntou ao ouvir as batidas na porta de seu quarto.

- Sou eu- a voz rouca e característica fez o loiro parar o que fazia.

- Pode entrar!

A morena entrou pela porta e a fechou logo em seguida.

- Precisa de alguma coisa?- ele a olhou preocupado.

Paula se aproximou lentamente de Breno e parou em sua frente, segurando seu rosto, e dando alguns selinhos longos nele.

- Obrigada- ela falou encostando a testa na dele- Eu nem sei mais como te agradecer.

- Por mais que eu tenha implicância com o pestinha, eu gosto muito dele. Ele me lembra muito você- o loiro pôs as mãos na cintura dela e acariciou.

- Sério?- separou o rosto do dele e olhou em seus olhos.

- A personalidade dele é idêntica à sua.

Breno conseguia ver a fragilidade nos olhos castanhos.

- Você quer dormir?- ele subiu uma mão e acariciou o rosto dela.

- Eu só quero que você me beije. Mais nada!

Breno não hesitou em segurar o rosto da morena entre as mãos e aproximar os lábios do dela dando alguns beijinhos. Logo encaixou seu lábio inferior dando uma pequena sugada e então iniciou o beijo. Se não fosse pelas pessoas envolvidas, poderia até se dizer que era um beijo romântico já que o contato das línguas acontecia de maneira lenta e intensa como se quisessem se conhecer a fundo, os lábios passeavam pelo outro reconhecendo a textura e maciez e as mãos exploravam o outro cheias de carinho.

- Esse é meu agradecimento- ela sussurrou após o beijo.

- Não precisava disso, eu já disse que não precisa agradecer pelo que aconteceu.

- Precisa sim, Breno- ela deu um último selinho nele e se afastou- Tenha um bom descanso- depois de falar isso Paula se retirou do quarto de Breno.

Aquele acontecimento havia sido estranho para Breno já que ele nunca havia beijado uma mulher sem a intenção de algo mais, e o mais estranho de tudo era que ele havia gostado muito do beijo que recebera.

All These YearsOnde histórias criam vida. Descubra agora