Capítulo 2

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  - Hoje tem reunião na escola, mãe!- Pablo disse enquanto se sentava para tomar café.

  - E eu só fico sabendo agora?- ela o olhou com as sobrancelhas arqueadas.

  - Desculpa, mãezinha- ele deu um sorrisinho que ele sempre dava quando estava encrencado- Eu tinha esquecido completamente, mas como não tem aula, acabei lembrando quando meu celular despertou.

  - Por isso que a Luiza não acordou ainda?- questionou.

  - É, aquela ali nunca esquece os dias que não tem aula- o jovem riu- Você não vai trabalhar? Por que ainda tá de pijama?

  - Na verdade não. Meu chefe me ligou dizendo que deu um curto-circuito lá e a eletricidade só vai voltar amanhã- explicou.

  - Mas você não trabalha de dia?

  - Nós usamos computadores, esqueceu?

  - Verdade!

  Enquanto eles conversavam e tomavam café, Gabriel desceu as escadas sonolento enquanto esfregava os olhos.

  - Bom dia, pequetito da mamãe!- era assim que os moradores da casa chamavam o integrante mais novo da família.

  Gabriel era fruto do casamento de Paula com Joaquim. Este último era um homem honesto, bonito, trabalhador, se formou em direito e acabou indo trabalhar como delegado de polícia, mas infelizmente perdeu a vida em uma batalha contra assaltantes que faziam pessoas de reféns quando Gabriel tinha apenas 2 anos de idade.

  O pequeno se aproximou de Paula e ela o pegou no colo depositando em beijo em sua bochecha.

  - Por que você não me acordou, mamãe?

  O menino tinha os cabelos castanhos escuros e os olhos em um tom azul bem claro como eram os de seu pai.

  - Hoje você vai ficar em casa comigo- ela apertou o menino em seus braços.

  - Vamos no shopping?- olhou animado para a mãe.

  - Nunca vou entender a paixão desse menino por shopping- Paula riu- Vamos sim, filho- beijou a testa dele.

  - A Louis vai também?- Gabriel se ajeitou no colo da mãe e começou a comer o que tinha no prato da mesma.

  - Se ela quiser... sabe que sua irmã é uma chata, né?

  - Eu ouvi isso!- a menina exclamou descendo as escadas- Bom saber que você fala bem de mim pelas costas, mãe!- Luiza riu e deu um beijo no rosto de Paula antes de se sentar ao lado do irmão.

  - Eu só falo a verdade- a morena constatou pegando outr pedaço de bolo já que Gabriel estava comendo o seu- Quer ir no shopping hoje?

  - Sim!- Luiza disse tão animada que Paula até a olhou estranhada- Você deixa eu ir naquele estúdio que você faz tatuagens pra furar o nariz?

  - Furar o nariz?

  - É, mãe! Deixa?

  - Vamos ver se a senhorita vai se comportar- Paula disse brincando e Luiza já comemorou pois sabia que aquilo significava 'sim'- Você quer alguma coisa, Pablo?

  - Eu tava esperando o convite até agora.

  - Meu amor, a gente não te convida porque a sua presença já é confirmada- a mulher piscou para o filho, que sorriu.

  - Eu queria cortar meu cabelo, ele já tá comprido demais- olhou para o espelho passando os dedos no cabelo.

  - Studio de tatuagem, barbearia, e você pequeno, o que quer?

  - Um carro do Batman!- exclamou.

  - Algo mais acessível- Paula riu.

  - Um gato.

  - Que faça menos sujeira.

  - Um irmão.

  - Você já tem dois- a morena seguiu contrariando o filho.

  - Então eu quero um super Homem-Aranha.

  - De brinquedo?- o menino assentiu- Então pronto, bora pro shopping.

  Eles se arrumaram e então partiram para o local.

  - Bom dia!- Paula disse entrando no studio.

  - Bom dia, Paulinha, o que deseja?- os funcionários do local já conheciam a morena já que ela sempre fazia suas tatuagens ali.

  - Minha filha quer furar o nariz.

  - Quantos anos ela tem mesmo?

  - Quatorze!

  - Então me empresta as identidades de vocês pra eu poder fazer uma autorização, aí você só assim.

  Elas entregaram as coisas e, logo que Paula assinou, Luiza foi chamada.

  - Entra comigo, mãe?- era nítido o medo nos olhos da menina.

  - Pablo, cuida do seu irmão por favor.

  As duas entraram na sala e a morena ficou o tempo todo segurando a mão da filha.

  - Ah!- Luiza gritou quando a agulha perfurou o lado direito de seu nariz.

  Quando terminaram, saíram do local.

  - Você tá igual a mamãe!- Gabriel olhava impressionado para a irmã.

  - É, só faltava o piercing mesmo pra ficarem idênticas.

  Depois que eles fizeram tudo que tinham que fazer e passaram mais um tempo ali, voltaram para o carro.

  - Querem que eu largue vocês na casa do pai de vocês antes ou depois da reunião?

  - Antes!- os dois disseram.

  Paula foi até a casa de Breno e, depois de dar mil beijos no rosto de casa filho como costumava fazer quando os largava para passar o mês lá, ela foi em direção a escola que estudavam.

  - Essa vai ser sua nova escola, pequetito- falou para Gabriel enquanto entravam na escola.

  - Que maneiro! Eu vou ser colega da Louis e do Pablo?

  - Não, filho- Paula riu- Seus coleguinhas vão ser do mesmo tamanho que você, que nem lá na outra.

  Os dois foram até um certo local e então Paula conseguiu fazer a transferência de Gabriel para a escola, e logo foram para a reunião.

  - Senhora Paula, gostaria de falar com você- a diretora se aproximou da morena quando a reunião foi encerrada- Vamos até a minha sala.

  Elas, na companhia de Gabriel, foram para a sala da diretora onde a mulher passou a falar tudo que havia acontecido com Luiza na escola deixando Paula chocada por não fazer nem ideia dos ocorridos.

  - Sempre é o senhor Breno que vem, então achei importante conversar com a senhora também.

  - Fez certíssimo. Obrigada por me informar, prometo para a senhora que a Luiza vai voltar um anjo- a morena se levantou e apertou a mão da diretora- Até a próxima.

  Paula voltou para a casa com Gabriel. Estava possessa de raiva com Luiza e com Breno por ter acobertado todas as besteiras que a menina havia feito na escola e por não ter contado para ela.

  - Você vai bater na Louis?- Gabriel perguntou.

  - Filho, eu nunca jamais levantarei a mão para qualquer um de vocês três, mas eu vou ter uma boa conversa com ela- explicou para o pequeno e se abaixou dando um beijo em sua testa- Vai lá trocar de roupa!

  O menino subiu as escadas e então Paula pode ouvir a campainha de sua casa ser tocada por diversas vezes.

  - Tá com pressa?- falou baixinho e foi lá abrir- Breno?

 

All These YearsOnde histórias criam vida. Descubra agora