- Hoje tem reunião na escola, mãe!- Pablo disse enquanto se sentava para tomar café.
- E eu só fico sabendo agora?- ela o olhou com as sobrancelhas arqueadas.
- Desculpa, mãezinha- ele deu um sorrisinho que ele sempre dava quando estava encrencado- Eu tinha esquecido completamente, mas como não tem aula, acabei lembrando quando meu celular despertou.
- Por isso que a Luiza não acordou ainda?- questionou.
- É, aquela ali nunca esquece os dias que não tem aula- o jovem riu- Você não vai trabalhar? Por que ainda tá de pijama?
- Na verdade não. Meu chefe me ligou dizendo que deu um curto-circuito lá e a eletricidade só vai voltar amanhã- explicou.
- Mas você não trabalha de dia?
- Nós usamos computadores, esqueceu?
- Verdade!
Enquanto eles conversavam e tomavam café, Gabriel desceu as escadas sonolento enquanto esfregava os olhos.
- Bom dia, pequetito da mamãe!- era assim que os moradores da casa chamavam o integrante mais novo da família.
Gabriel era fruto do casamento de Paula com Joaquim. Este último era um homem honesto, bonito, trabalhador, se formou em direito e acabou indo trabalhar como delegado de polícia, mas infelizmente perdeu a vida em uma batalha contra assaltantes que faziam pessoas de reféns quando Gabriel tinha apenas 2 anos de idade.
O pequeno se aproximou de Paula e ela o pegou no colo depositando em beijo em sua bochecha.
- Por que você não me acordou, mamãe?
O menino tinha os cabelos castanhos escuros e os olhos em um tom azul bem claro como eram os de seu pai.
- Hoje você vai ficar em casa comigo- ela apertou o menino em seus braços.
- Vamos no shopping?- olhou animado para a mãe.
- Nunca vou entender a paixão desse menino por shopping- Paula riu- Vamos sim, filho- beijou a testa dele.
- A Louis vai também?- Gabriel se ajeitou no colo da mãe e começou a comer o que tinha no prato da mesma.
- Se ela quiser... sabe que sua irmã é uma chata, né?
- Eu ouvi isso!- a menina exclamou descendo as escadas- Bom saber que você fala bem de mim pelas costas, mãe!- Luiza riu e deu um beijo no rosto de Paula antes de se sentar ao lado do irmão.
- Eu só falo a verdade- a morena constatou pegando outr pedaço de bolo já que Gabriel estava comendo o seu- Quer ir no shopping hoje?
- Sim!- Luiza disse tão animada que Paula até a olhou estranhada- Você deixa eu ir naquele estúdio que você faz tatuagens pra furar o nariz?
- Furar o nariz?
- É, mãe! Deixa?
- Vamos ver se a senhorita vai se comportar- Paula disse brincando e Luiza já comemorou pois sabia que aquilo significava 'sim'- Você quer alguma coisa, Pablo?
- Eu tava esperando o convite até agora.
- Meu amor, a gente não te convida porque a sua presença já é confirmada- a mulher piscou para o filho, que sorriu.
- Eu queria cortar meu cabelo, ele já tá comprido demais- olhou para o espelho passando os dedos no cabelo.
- Studio de tatuagem, barbearia, e você pequeno, o que quer?
- Um carro do Batman!- exclamou.
- Algo mais acessível- Paula riu.
- Um gato.
- Que faça menos sujeira.
- Um irmão.
- Você já tem dois- a morena seguiu contrariando o filho.
- Então eu quero um super Homem-Aranha.
- De brinquedo?- o menino assentiu- Então pronto, bora pro shopping.
Eles se arrumaram e então partiram para o local.
- Bom dia!- Paula disse entrando no studio.
- Bom dia, Paulinha, o que deseja?- os funcionários do local já conheciam a morena já que ela sempre fazia suas tatuagens ali.
- Minha filha quer furar o nariz.
- Quantos anos ela tem mesmo?
- Quatorze!
- Então me empresta as identidades de vocês pra eu poder fazer uma autorização, aí você só assim.
Elas entregaram as coisas e, logo que Paula assinou, Luiza foi chamada.
- Entra comigo, mãe?- era nítido o medo nos olhos da menina.
- Pablo, cuida do seu irmão por favor.
As duas entraram na sala e a morena ficou o tempo todo segurando a mão da filha.
- Ah!- Luiza gritou quando a agulha perfurou o lado direito de seu nariz.
Quando terminaram, saíram do local.
- Você tá igual a mamãe!- Gabriel olhava impressionado para a irmã.
- É, só faltava o piercing mesmo pra ficarem idênticas.
Depois que eles fizeram tudo que tinham que fazer e passaram mais um tempo ali, voltaram para o carro.
- Querem que eu largue vocês na casa do pai de vocês antes ou depois da reunião?
- Antes!- os dois disseram.
Paula foi até a casa de Breno e, depois de dar mil beijos no rosto de casa filho como costumava fazer quando os largava para passar o mês lá, ela foi em direção a escola que estudavam.
- Essa vai ser sua nova escola, pequetito- falou para Gabriel enquanto entravam na escola.
- Que maneiro! Eu vou ser colega da Louis e do Pablo?
- Não, filho- Paula riu- Seus coleguinhas vão ser do mesmo tamanho que você, que nem lá na outra.
Os dois foram até um certo local e então Paula conseguiu fazer a transferência de Gabriel para a escola, e logo foram para a reunião.
- Senhora Paula, gostaria de falar com você- a diretora se aproximou da morena quando a reunião foi encerrada- Vamos até a minha sala.
Elas, na companhia de Gabriel, foram para a sala da diretora onde a mulher passou a falar tudo que havia acontecido com Luiza na escola deixando Paula chocada por não fazer nem ideia dos ocorridos.
- Sempre é o senhor Breno que vem, então achei importante conversar com a senhora também.
- Fez certíssimo. Obrigada por me informar, prometo para a senhora que a Luiza vai voltar um anjo- a morena se levantou e apertou a mão da diretora- Até a próxima.
Paula voltou para a casa com Gabriel. Estava possessa de raiva com Luiza e com Breno por ter acobertado todas as besteiras que a menina havia feito na escola e por não ter contado para ela.
- Você vai bater na Louis?- Gabriel perguntou.
- Filho, eu nunca jamais levantarei a mão para qualquer um de vocês três, mas eu vou ter uma boa conversa com ela- explicou para o pequeno e se abaixou dando um beijo em sua testa- Vai lá trocar de roupa!
O menino subiu as escadas e então Paula pode ouvir a campainha de sua casa ser tocada por diversas vezes.
- Tá com pressa?- falou baixinho e foi lá abrir- Breno?
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All These Years
FanfictionPor conta de uma gravidez na adolescência, Paula e Breno criaram um laço que nem mesmo o "ódio" que sentiam um pelo outro poderia romper.