- Bem-vindo à sua casa, meu amor!- Paula falou assim que pôs seus pés dentro de casa com seu filho pequeno nos braços.
Ambos estavam saudáveis então saíram do hospital poucos dias depois. Breno quem os havia levado de volta.
- Depois a gente tem que pegar as coisas lá na casa do pai, mãe- Pablo falou largando a bolsa de Vítor no sofá.
- O apartamento vai ficar vazio agora- Breno fez um bico.
- Então vem morar com a gente!- Luiza falou como se fosse óbvio.
- Cada coisa no seu tempo, Louis- Paula respondeu- A gente mal começou a namorar.
- E daí? Vocês já têm 31 anos e se relacionam há um bom tempo. Acho que morar junto vai ser só outro passo- ela falou.
- Mais pra frente a gente dá esse passo- a morena rebateu- Filho, traz a bolsa dele por favor.
Paula subiu as escadas sendo seguida por Pablo e por Breno. Ela entrou no quartinho do menino e ficou apaixonada.
- Que coisa mais linda- seus olhos marejaram.
- Gostou?- Breno perguntou a abraçando por trás. Nesse momento Pablo já havia voltado para junto dos irmãos.
- Eu amei, Breno!- ela levantou um pouco o bebê- Olha, filho, que lindo o quarto que o papai decorou pra você.
Impressionantemente naquele exato momento o menino abriu os olhos.
- Olha, mor, ele abriu os olhos!- Breno disse animado.
Era a segunda vez que Breno a chamava dessa maneira sem perceber.
- Oi, Vítor- Paula falou e o menino direcionou o olhar à ela.
- Ele tem o olho castanho, como eu previa- o loiro olhou sorrindo para o pequeno.
Eles brincaram um pouco com o bebê e logo o largaram no berço do quarto dele, mesmo que não fosse onde ele dormiria já que Breno havia posto outro no quarto de Paula para os primeiros meses.
- Tomara que a minha barriga desinche logo- ela olhou para a barriga que ainda estava maior que o normal.
- Por que ela ainda tá assim? Nos filmes as mulheres voltam pra casa já com a barriga de antes.
- Filme, meu bem! Mas a minha tá assim ainda porque já é meu quarto filho- ela explicou- Mas daqui a pouco ela volta ao "normal". E depois de tirar os pontos e vou voltar pra academia.
- Como assim? Pode fazer tão recente?- ele questionou.
- Pode, nesse período do puerpério, que é o período pós-parto, eles dão exercícios bem leves, às vezes só de respiração, que vão aumentando a intensidade gradativamente. Eu fiz isso no dos meus outros filhos.
- Então tá bom, se é assim pode!- ele brincou a abraçando pela cintura.
- Você não manda em mim não, moço!- ela devolveu a brincadeira.
- Você pode ser meses mais velha, mas quem manda nessa relação sou eu sim!
Paula começou a rir.
- Manda, manda!- ela falou ainda rindo- Eu gosto quando acha que manda!
Breno quem riu dessa vez.
- Você não é mole, né, Paula Carolina?- ele olhou nos olhos dela.
- Nem você!- ela riu e deu um empurrãozinho nele se afastando- Quer dormir comigo hoje?
- Na cama do finado?
- Deixa de ser besta, Breno!
- Mas e se ele puxar o meu pé?
- Ele não vai puxar o seu pé.
- Mas eu tenho medo- ele fez um bico.
- Se você não que é só falar, não precisa arrumar desculpas- ela foi para perto do berço de Vítor.
- Não é desculpa! Eu não me sinto confortável de deitar com você na cama que vocês dormiam juntinhos, na cama que vocês transavam...- era nítido o ciúmes na voz do loiro.
-Você tá com ciúmes da cama?- ela o olhou indignada.
- Eu to com ciúmes do que já aconteceu nela- ele admitiu.
- Breno, vamos fazer assim então. Amanhã mesmo a gente compra outro colchão pra minha cama- Paula propôs.
- Não precisa ficar gastando a toa, linda- ele negou com a cabeça.
- Mas se esse é o único jeito de você dormir comigo eu farei.
- A gente morou junto por uns cinco meses e você nunca quis dormir comigo.
- Eu estava em uma gravidez de risco, eu não podia dormir com ninguém- ela ficou em silêncio um tempo o encarando- Você não está acostumado a dormir com as mulheres, né? Só a transar com elas.
- Eu não estava acostumado até você aparecer. Eu quero muito dormir com você, mas só de olhar para aquele colchão eu já fico imaginando tudo que aconteceu e...
- Tudo bem, Breno- foi a última coisa que ela falou antes de pegar Vítor do berço e seguir para o seu próprio quarto.
- Você tá brava comigo?- ele perguntou entrando no quarto dela.
- Não, eu só aceitei o que você disse- ela falou calma e pôs Vítor no outro berço.
- Ok. Posso fechar a porta aqui?- ele perguntou.
- Claro.
Breno fechou a porta e abraçou a morena por trás beijando seu pescoço.
- Sabe que eu ainda não posso fazer nada, né?
- Sei, mas eu to com saudade do seu cheirinho, da sua pele, dos seus beijos.
- Eu também to- ela se virou de frente pra ele e passou os braços por seu pescoço.
Os dois aproximaram os rostos e trocaram um beijo cheio de saudade já que desde o nascimento de Vítor ainda não haviam conseguido.
- Hm- ela se separou e olhou pra ele- Eu reparei que você fica se segurando pra não me chamar de "mor", já deixou escapar duas vezes isso.
- É que você é meu "mor", mas eu tenho medo que você se sinta pressionada ou algo do tipo- ele falou.
- Breno, você pode me chamar do que você quiser. Nós namoramos agora, temos um compromisso sério, não tem o porquê você não me chamar assim.
- Então você deixa?- ele sorriu mordendo o lábio inferior e ela assentiu com a cabeça- Obrigado, mor!- ele deu vários selinhos seguidos nela- Eu vou pra casa hoje, mas amanhã eu voltou cedinho pra ver nosso filho.
- Tá bom- ela falou frustrada e ele percebeu.
- Ou eu posso dormir aqui no chão mesmo.
- Breno- ela deu um riso sem humor- Pode ir pra sua casa- apontou pra porta e se afastou dele.
- Imagina se fosse com você então, dormir comigo numa cama que eu já transei com outras mulheres.
- Mas são várias!- ela rebateu.
- E o seu era com amor. Pior ainda.
- Ridícula essa briga por ciúmes- Paula revirou os olhos- Faz o que quiser e eu prometo não ficar brava.
- Eu quero dormir aqui nesse quarto, mas no chão.
- Tudo bem- ela concordou e ele a abraçou.
- Sabe porque a gente tá brigando por uma coisa idiota dessas né?
- Por quê?
- Porque a gente tá se...
- Shhhh- ela pôs o dedo na boca dele- Calado você é lindo.
Deu um beijo em seus lábios, se afastou e deixou Breno sorrindo para trás pois comprovou, com aquela reação, que ela também estava sentindo aquilo.
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All These Years
FanfictionPor conta de uma gravidez na adolescência, Paula e Breno criaram um laço que nem mesmo o "ódio" que sentiam um pelo outro poderia romper.