Capítulo 41

759 43 5
                                    

- Vai sair?- Breno perguntou sentado no sofá quando viu a morena arrumada- Desculpa- ele se repreendeu por dentro- Você não me deve satisfações.

- Vou ir na casa da Camila visitar a Lavínia. É minha afilhada e faz um tempo que eu não vou visitá-la- ela falou e deu uma risadinha- E não se preocupe quanto aos questionamentos, eu não os entendo como 'dar satisfações', mas sim como preocupação.

- Que bom- ele sorriu e se levantou- As crianças...

- Os três tão dormindo ainda, ontem o filme foi até muito tarde- ela falou e sorriu sabendo o porquê da pergunta.

Breno se aproximou dela e segurou seu rosto com as duas mãos.

- Qualquer coisa me liga- puxou o rosto dela e juntos os lábios algumas vezes- Quer que eu te leve?

- Não precisa, o Leandro tá vindo aqui me pegar- ela pôs as mãos na cintura de Breno e sugou o lábio inferior dele soltando lentamente- Até mais.

Ela saiu do apartamento e desceu com o elevador encontrando Leandro no saguão do prédio.

- Como você tá pontual- ela riu.

- Não posso deixar minha priminha grávida esperando- ele brincou e eles foram para o carro.

O caminho até o apartamento de Leandro e Camila não foi tão longo, então logo eles já estavam entrando no local.

- Dinda!- Lavínia gritou ao ver a morena entrar pela porta e correu até ela.

- Oi, meu amor- ela olhou para Leandro- Pega ela pra eu conseguir dar um beijo, por favor?

O homem pegou a filha no colo e então Paula a abraçou apertando enchendo as bochechas dela de beijos.

- Que saudade que eu tava de você- ela acariciou os cabelos negros da menina.

- Eu também!

- Parece que minha visita chegou- Camila veio da cozinha e deu um forte abraço na morena- Oh, amiga, eu tava morrendo de saudade já.

- Nem me fala, faz um tempão que eu não desabafo com alguém.

- Vamos lá pra área da piscina então, aí a gente conversa enquanto o Leandro assa o churrasco e a Lavínia fica na pracinha.

Eles pegaram tudo e então foram para a área da piscina. Paula e Camila se sentaram um pouco afastadas de Leandro que conversava com um homem que utilizava a outra churrasqueira.

- Como que tá esse bebê aí?- Camila perguntou acariciando a barriga de cinco meses de gestação da morena.

- Crescendo- ela deu um pequeno sorriso.

- Por que exatamente eu não consigo te sentir animada com essa gravidez? Sua voz no telefone pareceu tão apática- a outra questionou.

- Ai, amiga, eu amo muito esse bebê, não tem como não, mas querendo ou não pode acontecer de não chegar até o final e só de pensar nisso eu já fico frustrada- a morena desabafou- E antes ainda tinha o Breno, mas agora eu já to mais aliviada.

- O que tem ele?

- Eu tinha medo que ele tivesse dando aquele apoio todo no calor da emoção e que ele abandonasse tudo como foi com a gravidez dos gêmeos.

- Você nunca me contou realmente o que aconteceu- Camila se ajeitou a cadeira.

- Eu te contei que a gente se beijou em um jogo de verdade e consequência só que na verdade nós não suportávamos a cara um do outro, aí depois desse dia, na escola, ele invadiu o banheiro feminino, onde eu tava trocando de roupa e me deu mais um beijo que me deixou com vontade de mais, e aconteceu de marcarmos um encontro e eu saí escondida de casa pra ir transar com ele. Depois disso a gente não se falou mais, só que alguns meses depois eu descobri a gravidez e não tinha como ser de outra pessoa porque ele foi o único que eu transei, e quando eu fui contar sobre, ele foi um babaca e disse que podia ser de qualquer um, que eu tava tentando dar o golpe da barriga nele, falou várias coisas e não assumiu a paternidade. E eu, com quinze anos, tive que carregar nas costas uma gravidez de gêmeos sozinha porque o pai das crianças era um cretino, sorte a minha que meus pais puxaram a minha orelha, mas permaneceram do meu lado me apoiando. Depois o tudo, quando já tava com seis meses ele resolveu começar a dar uma ajuda financeira, que não dava nem pra fraldas.

All These YearsOnde histórias criam vida. Descubra agora