O silêncio reinou no local, apenas dava para ouvir as respirações ofegantes.
- Isso foi bom- Breno falou ofegante com o rosto enterrado no pescoço de Paula- Isso foi muito bom.
- Eu to fraca- Paula sussurrou enquanto tinha as pernas presas nas de Breno e os braços nas costas dele para não cair.
- Você gostou?- o loiro estranhou a própria vontade de satisfazer a morena em todos os sentidos.
- Fazem três anos, meu bem- ela deu uma risadinha totalmente sem força.
- Não pareceu, você foi perfeita- ele deu alguns beijinhos no pescoço dela.
- Agora sai que eu preciso tomar outro banho- Paula pôs a mão no quadril do loiro e empurrou para longe do dela e então desceu da pia, mas teve que se segurar nele para não cair devido a fraqueza nas pernas.
- Não tenta me expulsar que você ainda precisa de mim- ele sorriu a olhando com as sobrancelhas arqueadas- Eu vou tomar um banho com você.
- Eu não vou ficar pelada na sua frente- Paula se soltou das mãos de Breno e foi andando para o quarto.
- A gente acabou de transar!- falou como se fosse uma coisa óbvia.
- E daí? Não é por isso que eu vou ficar sem roupa pra você ver- foi até uma gaveta e pegou uma calcinha.
- A sua tá lá no chão ainda- ele riu vendo o objeto em suas mãos.
- Mas não tá em condições de uso- ela foi até ele e começou a o empurrar para fora do quarto.
- A gente estava em um momento super íntimo agora, por que tá me expulsando?
- O que você quer que eu faça? Deite no seu peito enquanto você acaricia meu cabelo? Eu não tenho mais quinze anos, Breno, agora eu tenho trinta e sei muito bem como tratar com homens do seu tipo. Tchau!- ela fechou a porta na cara dele.
Breno suspirou frustrado e foi para seu quarto. Tomou um banho e vestiu uma calça preta, logo deitou na cama e se lembrou que havia esquecido sua cueca no quarto da morena e aquilo fez um sorriso surgir em seus lábios. O loiro pegou no sono pensando na noite maravilhosa que tinha acabado de ter.
- Ai- foi a primeira coisa que Paula disse ao despertar.
Ela ainda sentia suas pernas fracas e a ardência em suas nádegas estava quase insuportável.
- Eu vou matar aquela peste- falou lembrando que Breno era o causador daquelas sensações- Gostoso- lembrou-se do que havia acontecido e sorriu dando uma mordida no lábio inferior.
- Mamãe- Gabriel entrou pela porta fazendo ela despertar de seus devaneios.
- Oi, meu amor- ela se sentou na cama e o menino subiu na mesma indo até a mãe.
- Bom dia- ele beijou o rosto dela.
- Bom dia, meu amorzinho- ela abraçou o filho e beijou o rosto dele várias vezes.
- Eu to com fome.
- Ninguém acordou ainda?
- Não.
- E você veio me acordar, né, mocinho?- Paula riu fazendo cócegas no menino.
- Não, mamãe, eu só te chamei porque vi que tava acordada, se não eu ia deitar e dormir com você- a morena era encantada com a beleza do seu caçula, assim como também era encantada com a beleza do pai dele.
- Vamos lá que eu vou fazer alguma coisa pra nós comermos- ela deu um último beijo no rosto do filho e se levantou.
Paula tirou a camisola e pegou uma roupa para por.
- Por que a sua bunda tá vermelha, mamãe?- Gabriel perguntou inocentemente fazendo o rosto de Paula ficar quente.
- Acho que eu bati em algum lugar- engoliu seco e agradeceu mentalmente por o menino não insistir no assunto.
Paula vestiu uma calça de moletom e uma camiseta e desceu com o pequeno para preparar algo para comerem.
- Posso ficar vendo desenho na sala enquanto não fica pronto?
- Claro, meu amor.
A morena ligou tudo para o filho e foi para a cozinha.
- Bom dia- ela reconheceu muito bem aquela voz rouca.
- Bom dia- respondeu sem tirar o olho das panquecas que fazia.
- Minhas costas estão ardendo ainda e eu tenho uma bela mancha no pescoço- ele chegou por trás dela e encostou o corpo no de Paula.
- Tá maluco?- ela se afastou- Imagina se alguém não vê.
- E daí? Nós somos adultos, Paula, não é como se fosse errado o que a gente tá fazendo- ele deu de ombros.
- A gente prega o ódio pelo outro aí do nada estamos de abracinhos na frente dos outros? Me poupe, Breno!
- Você me viu pelado, por que ainda me odeia?- perguntou confuso.
- Inacreditável- ela riu sem humor- Seu ego ocupa mais espaço na casa do que eu e meus filhos juntos.
- Soou errado, eu só quis dizer que já temos intimidade o suficiente para nos tratarmos como dois adultos que ficam de vez em quando- ele se apoiou na bancada.
- A gente não fica de vez em quando, nós ficamos duas vezes e foi demais até- ela tinha um tom de voz rude.
- Por que você tá falando essas coisas?
- Por que exatamente você acha que isso poderia dar certo?
- Por que não daria certo?
- A última vez que tivemos uma relação casual, eu engravidei de gêmeos aos quinze anos e quase morri no parto. O resto da história você sabe muito bem, né?- havia sentimentos ruins na voz da morena.
- Nós somos adultos agora, Paula, não é como se fosse acontecer a mesma coisa que há quinze anos atrás.
- Não me interessa- ela falou rispidamente- A gente nunca vai dar certo, Breno.
- O que te faz pensar dessa forma?- ele estava magoado pela forma como ela falava sobre eles.
- Qual fato você quer primeiro? O de você me odiar diariamente ou de você não se contentar com uma mulher só?
- Você quer exclusividade? Eu faço esse esforço por você.
- Ridículo- Paula riu- Isso é ridículo! Você sequer gosta de mim porque quer se sacrificar tanto?- ela desligou o fogão, se virou e o olhou.
- A nossa química é massa- ele admitiu.
- Não é a primeira vez que a gente transa.
- É como se fosse já que uma foi péssima e a outra você não lembra.
-Vamos fazer assim- ela pigarreou- Nós seguimos como se nada tivesse acontecido, seremos apenas ligados pelos laços que são nossos filhos e ponto final.
- Eu não quero só isso.
- Você não tem querer, Breno! Se tiver achando ruim é só esquecer que eu existo que passa- Paula deu um sorriso irônico e saiu da cozinha.
Apesar das palavras duras proferidas pela morena, era nítido no olhar dela que tudo o que ela falava conflitava com o que ela queria e Breno percebeu isso, então decidiu que, independente do pedido da morena, ele faria questão de conquistar aquela mulher, só não sabia ainda como e nem o porquê daquilo.
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All These Years
FanfictionPor conta de uma gravidez na adolescência, Paula e Breno criaram um laço que nem mesmo o "ódio" que sentiam um pelo outro poderia romper.