Capítulo 15

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O silêncio reinou no local, apenas dava para ouvir as respirações ofegantes.

- Isso foi bom- Breno falou ofegante com o rosto enterrado no pescoço de Paula- Isso foi muito bom.

- Eu to fraca- Paula sussurrou enquanto tinha as pernas presas nas de Breno e os braços nas costas dele para não cair.

- Você gostou?- o loiro estranhou a própria vontade de satisfazer a morena em todos os sentidos.

- Fazem três anos, meu bem- ela deu uma risadinha totalmente sem força.

- Não pareceu, você foi perfeita- ele deu alguns beijinhos no pescoço dela.

- Agora sai que eu preciso tomar outro banho- Paula pôs a mão no quadril do loiro e empurrou para longe do dela e então desceu da pia, mas teve que se segurar nele para não cair devido a fraqueza nas pernas.

- Não tenta me expulsar que você ainda precisa de mim- ele sorriu a olhando com as sobrancelhas arqueadas- Eu vou tomar um banho com você.

- Eu não vou ficar pelada na sua frente- Paula se soltou das mãos de Breno e foi andando para o quarto.

- A gente acabou de transar!- falou como se fosse uma coisa óbvia.

- E daí? Não é por isso que eu vou ficar sem roupa pra você ver- foi até uma gaveta e pegou uma calcinha.

- A sua tá lá no chão ainda- ele riu vendo o objeto em suas mãos.

- Mas não tá em condições de uso- ela foi até ele e começou a o empurrar para fora do quarto.

- A gente estava em um momento super íntimo agora, por que tá me expulsando?

- O que você quer que eu faça? Deite no seu peito enquanto você acaricia meu cabelo? Eu não tenho mais quinze anos, Breno, agora eu tenho trinta e sei muito bem como tratar com homens do seu tipo. Tchau!- ela fechou a porta na cara dele.

Breno suspirou frustrado e foi para seu quarto. Tomou um banho e vestiu uma calça preta, logo deitou na cama e se lembrou que havia esquecido sua cueca no quarto da morena e aquilo fez um sorriso surgir em seus lábios. O loiro pegou no sono pensando na noite maravilhosa que tinha acabado de ter.




- Ai- foi a primeira coisa que Paula disse ao despertar.

Ela ainda sentia suas pernas fracas e a ardência em suas nádegas estava quase insuportável.

- Eu vou matar aquela peste- falou lembrando que Breno era o causador daquelas sensações- Gostoso- lembrou-se do que havia acontecido e sorriu dando uma mordida no lábio inferior.

- Mamãe- Gabriel entrou pela porta fazendo ela despertar de seus devaneios.

- Oi, meu amor- ela se sentou na cama e o menino subiu na mesma indo até a mãe.

- Bom dia- ele beijou o rosto dela.

- Bom dia, meu amorzinho- ela abraçou o filho e beijou o rosto dele várias vezes.

- Eu to com fome.

- Ninguém acordou ainda?

- Não.

- E você veio me acordar, né, mocinho?- Paula riu fazendo cócegas no menino.

- Não, mamãe, eu só te chamei porque vi que tava acordada, se não eu ia deitar e dormir com você- a morena era encantada com a beleza do seu caçula, assim como também era encantada com a beleza do pai dele.

- Vamos lá que eu vou fazer alguma coisa pra nós comermos- ela deu um último beijo no rosto do filho e se levantou.

Paula tirou a camisola e pegou uma roupa para por.

- Por que a sua bunda tá vermelha, mamãe?- Gabriel perguntou inocentemente fazendo o rosto de Paula ficar quente.

- Acho que eu bati em algum lugar- engoliu seco e agradeceu mentalmente por o menino não insistir no assunto.

Paula vestiu uma calça de moletom e uma camiseta e desceu com o pequeno para preparar algo para comerem.

- Posso ficar vendo desenho na sala enquanto não fica pronto?

- Claro, meu amor.

A morena ligou tudo para o filho e foi para a cozinha.

- Bom dia- ela reconheceu muito bem aquela voz rouca.

- Bom dia- respondeu sem tirar o olho das panquecas que fazia.

- Minhas costas estão ardendo ainda e eu tenho uma bela mancha no pescoço- ele chegou por trás dela e encostou o corpo no de Paula.

- Tá maluco?- ela se afastou- Imagina se alguém não vê.

- E daí? Nós somos adultos, Paula, não é como se fosse errado o que a gente tá fazendo- ele deu de ombros.

- A gente prega o ódio pelo outro aí do nada estamos de abracinhos na frente dos outros? Me poupe, Breno!

- Você me viu pelado, por que ainda me odeia?- perguntou confuso.

- Inacreditável- ela riu sem humor- Seu ego ocupa mais espaço na casa do que eu e meus filhos juntos.

- Soou errado, eu só quis dizer que já temos intimidade o suficiente para nos tratarmos como dois adultos que ficam de vez em quando- ele se apoiou na bancada.

- A gente não fica de vez em quando, nós ficamos duas vezes e foi demais até- ela tinha um tom de voz rude.

- Por que você tá falando essas coisas?

  - Por que exatamente você acha que isso poderia dar certo?

  - Por que não daria certo?

  - A última vez que tivemos uma relação casual, eu engravidei de gêmeos aos quinze anos e quase morri no parto. O resto da história você sabe muito bem, né?- havia sentimentos ruins na voz da morena.

  - Nós somos adultos agora, Paula, não é como se fosse acontecer a mesma coisa que há quinze anos atrás.

  - Não me interessa- ela falou rispidamente- A gente nunca vai dar certo, Breno.

  - O que te faz pensar dessa forma?- ele estava magoado pela forma como ela falava sobre eles.

  - Qual fato você quer primeiro? O de você me odiar diariamente ou de você não se contentar com uma mulher só?

  - Você quer exclusividade? Eu faço esse esforço por você.

  - Ridículo- Paula riu- Isso é ridículo! Você sequer gosta de mim porque quer se sacrificar tanto?- ela desligou o fogão, se virou e o olhou.

  - A nossa química é massa- ele admitiu.

  - Não é a primeira vez que a gente transa.

  - É como se fosse já que uma foi péssima e a outra você não lembra.

  -Vamos fazer assim- ela pigarreou- Nós seguimos como se nada tivesse acontecido, seremos apenas ligados pelos laços que são nossos filhos e ponto final.

  - Eu não quero só isso.

  - Você não tem querer, Breno! Se tiver achando ruim é só esquecer que eu existo que passa- Paula deu um sorriso irônico e saiu da cozinha.

  Apesar das palavras duras proferidas pela morena, era nítido no olhar dela que tudo o que ela falava conflitava com o que ela queria e Breno percebeu isso, então decidiu que, independente do pedido da morena, ele faria questão de conquistar aquela mulher, só não sabia ainda como e nem o porquê daquilo.

All These YearsOnde histórias criam vida. Descubra agora