Capítulo 33

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Paula acordou pela manhã ainda se sentindo levemente enjoada, então foi até o banheiro e lavou o rosto para aliviar a sensação. Ela fez suas higienes e trocou a roupa logo indo até o quarto de Gabriel.

- Filho, acorda, tá na hora de ir pra aula- ela balançou o menino de leve e logo encontrou os olhos azuis e sonolentos.

- Bom dia, mamãe- ele se sentou na cama e bocejou.

- Bom dia, amor, se veste e vamos tomar café!

Ela saiu do quarto e o pequeno ficou se vestindo e logo desceu as escadas e os dois tomaram café.

- Será que seu tio tá dormindo ainda?- Paula se lembrou da noite passada e sentiu seu rosto corar levemente.

- Não sei- o pequeno disse.

Eles terminaram de comer e então Paula o deixou na escola logo voltando para a casa. Quando pegou o seu celular pôde ver uma mensagem de Daniel.

" Eu queria te pedir perdão por ter passado dos limites na noite passada. Eu estava carente e você foi tão carinhosa comigo que eu acabei misturando as coisas e fazendo essa confusão. Não se preocupe que eu não insistirei nessa loucura e espero que nós possamos esquecer isso e continuar com a nossa amizade de antes.
Fui embora pois não me sentia confortável de ficar na sua casa depois de tudo, preciso de um tempo para digerir o que quase aconteceu e acredito que você também, então resolvi voltar para o Canadá. Avise as crianças que eu amo elas. Beijos!"

Terminou de ler a mensagem e sentiu seu coração apertado. Nunca imaginou que pudesse rolar algum clima com seu cunhado principalmente por causa da morte de Joaquim, mas também não achava que era necessário ele ir embora daquele jeito. Resolveu ver um filme para não pensar no que acontecera.




- Louis!- Gabriel procurou os irmãos no intervalo das aulas.

- Oi, Gabe!- ela se abaixou e beijou o rosto dele.

- E aí, pequeno?- foi a vez de Pablo.

Todos os amigos dos dois que estavam ali naquele momento começaram a babar no menino.

- Eu queria perguntar uma coisa pra vocês- seu rosto estava um pouco vermelho.

Eles viram que parecia sério então pegaram Gabriel pela mão e foram até uma sala que estava vazia.

- O que foi, Gabe?- Luiza perguntou.

- Ontem de noite eu vi uma coisa e queria que vocês me explicassem o que é.

- Fala.

- Por que tinha um homem de bunda de fora deitado com a mamãe no chão do quarto dela?- se olhar inocente encarava os irmão à espera de uma resposta.

Pablo e Luiza ficaram surpresos com a informação e trocaram olhares confusos.

- Um homem? Quem?- Pablo questionou.

- Eu não sei, só vi que era loiro.

- Olha, Gabe, isso pode significar que a mãe tá namorando com alguém- Luiza tentava achar uma resposta.

- Mas por que a gente não conhece ele?

- Não sei, pequeno, eu vou falar com a mãe sobre isso.

- Tá bom, eu vou voltar a brincar com os meus amigos!- Gabriel falou e saiu da sala.

- Que história é essa?- a jovem se virou para o irmão.

- Eu não entendi nada também. Eu sei que a mãe tem todo o direito de reconstruir a vida dela, mas por que ela não falou que tava namorando?

Luiza ficou alguns segundos em silêncio e Pablo pode notar por sua expressão que ela pensava em algo.

- O que foi?

- Ontem de madrugada eu tava na cozinha tomando água e do nada o pai entrou em silêncio e foi pro quarto dele.

- Mas ele tava em casa.

- Aí que tá, acho que ele saiu quando a gente dormiu e voltou antes de acordarmos.

- Acho impossível que ele e a mãe tenham qualquer tipo de relação- Pablo constatou.

- É, você tem razão- Luiza concordou- Acha que devemos perguntar pra ela sobre isso?

- Acho melhor não, ela é adulta e tem o direito de fazer o que quiser na casa dela.





- Daria tudo para poder dar uma beijo nessa sua boca agora- Breno falou para Paula enquanto conversavam pelo celular.

- Eu também, to no maior tédio aqui, não seria nada mal encontrar você.

- Eu iria correndo, mas eu to cheio de trabalho, trabalhando duro em um projeto e não tenho tempo livre- a morena conseguia imaginar o bico que ele estava fazendo.

- E as crianças saem mais cedo hoje, só pra ajudar- ela suspirou.

- Seu cunhado tá aí?- o tom de voz do loiro mudou.

- Voltou para o Canadá hoje de manhã.

- Que bom- Breno não fez questão de esconder a alegria.

- Você é terrível, Breno- Paula riu.

- Eu queria muito ficar mais tempo conversando com você, mas meu horário de almoço acabou e eu tenho que voltar- ele lamentou com a voz manhosa.

- Tudo bem, mais tarde a gente se fala- ela respondeu.

- Beijo- ele fez o som do beijo.

- Beijo!- ela sorriu e desligou o celular.

Passou a tarde e então chegou a hora de ir buscar Gabriel na escola. Paula preparou um café da tarde para eles e então pegou seu carro. A morena sempre fora muito imprudente no trânsito, ela era um pouco desatenta, então cortava a frente dos carros muitas vezes, também parecia estar sempre apressada, pois não havia placa de "pare" e nem semáforo vermelho que a fizessem diminuir os 60km/h que ela andava até em vias de 30km/h. Ela chegou em frente à escola e estacionou descendo para pegar o filho lá dentro.

- Meu amor!- Gabriel correu até ela e a abraçou.

- Oi, mãe!- os gêmeos viram a mãe foram cumprimentá-la.

- Oi, filhos- abraçou os dois.

Os quatro ficaram conversando até que Breno se aproximou deles.

- Olha quem está aqui- ele sorriu para Gabriel e bateu na mão do pequeno- Imaginei desde o princípio- ele olhou rindo para a Paula.

- O que você tá falando?- ela questionou.

- Tem um carro sendo rebocado lá fora e eu imaginei que seria o seu.

A morena o olhou com os olhos arregalados e correu para fora da escola sendo seguida pelos quatro.

- Hey, o que houve?- ela perguntou para os agentes de trânsito que estavam ali.

- Esse carro é da senhora?- ela concordou com a cabeça- É proibido o estacionamento em frente à hidrantes.

- Sempre essa merda desse hidrante me ferrando- ela resmungou- Posso pegar meu carro quando?

- Dentro de dois dias já que é a segunda vez que ocorre- o homem explicou.

- Tudo bem- ela suspirou.

Os agentes foram embora.

- Vocês querem uma carona?- Breno perguntou segurando o riso ao mesmo tempo que se sentia mal pela carinha que a morena fazia.

- Vou aceitar.

Os gêmeos ficaram surpresos pelo fato de ela não resistir nem um pouco ao convite. Foram para o carro e os três entraram atrás e Paula e Breno na frente. O carro estava em um completo silêncio que foi quebrado por Gabriel.

- Mãe?- ele a chamou.

- O que foi, filho?

- Quem era aquele homem que tava de bunda de fora deitado com você?

All These YearsOnde histórias criam vida. Descubra agora