Capítulo 29

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- Por que a nossa primeira vez foi tão ruim mesmo?- Paula perguntou ofegante enquanto estava deitada de barriga para cima, nua, ao lado de Breno na cama do apartamento dele.

- É porque foi a primeira vez de ambos, se não a gente não teria se largado até hoje- ele falou virando o rosto e olhando para ela.

- Tenho minhas dúvidas- ela riu.

- Por quê?

- Nós com certeza teríamos nos apaixonado por outra pessoa.

- Nós poderíamos ter nos apaixonado um pelo outro também- ele se virou de lado e apoiou a cabeça na mão para a enxergar melhor.

- Acho bem difícil.

- Por que você gosta de desdenhar de mim?- fez um bico se fingindo de ofendido.

- Você não se apaixona por ninguém. Acho que nem pela sua ex esposa você era apaixonado- o olhou com as sobrancelhas arqueadas.

- Eu era sim se não nem casava- rebateu.

- Se era por que a traiu?- aquele assunto estava ficando sério demais.

- Você reparou que foi a primeira vez que a gente transou em uma cama?- mudou completamente de assunto sorrindo- Já que você não queria deitar na cama do motel e nem eu na do finado.

- É- foi a única coisa que ela disse.

- Foi bom, viu?- ele tinha um sorriso bobo no rosto enquanto acariciava a face da morena que estava virada para outro lugar- Você tá brava?

- Não.

- Então por que tá monossilábica?- ele segurou o rosto dela e virou para si encontrando os olhos opacos de Paula como nunca havia visto antes- O que foi?- ficou preocupado.

- Nada não, tenho que ir, daqui a pouco as crianças saem da escola e eu quero deixar o café da tarde preparado- ela se levantou da cama e começou a se vestir.

- Você toma banho quando chega em casa?- ele sempre estranhou o fato da morena sempre sair sem banho após seus momentos juntos.

- É lógico, Breno! Por que você acha que eu sempre vou embora antes das crianças realmente saírem?- perguntou calçando o sapato.

- Sei lá- ele se levantou e pôs a cueca- Vou te levar até a porta.

  A morena pediu sua bolsa e então eles foram para a porta do apartamento.

  - Tem certeza que tá tudo bem?- Breno questionou acariciando o rosto dela.

  - Tá tudo bem- ela sorriu.

  - A gente se vê amanhã?- ele deu um beijo na mandíbula dela.

  - Claro. Tchau!- Paula deu um selinho no loiro e saiu do apartamento indo até seu carro.

  No caminho para a casa, que era apenas duas quadras, ela resolveu parar para comprar algo diferente para o café da tarde. Parou em uma padaria e desceu do carro. Depois que comprou tudo e pagou, ela saiu do estabelecimento e viu alguém parado ao lado do seu carro, apertou os olhos para poder enxergar por conta da sua miopia e sorriu ao ver quem era. Paula reconheceria aquelas covinhas e os cabelos escuros de longe.

- Dani!- ela sorriu se aproximou do homem o abraçando apenas com um braço pois o outro estava ocupado com as coisas.

- Quando tempo!- ele sorriu a abraçando apertado- Que saudade que eu tava.

- Voltou do Canadá faz pouco tempo?- ela questionou ao se separar do abraço.

Daniel era irmão gêmeo de Joaquim. Ele e Paula tinham uma bastante convivência já que ele não era casado e vivia na casa do irmão, mas com a morte de Joaquim, Daniel resolveu que tiraria umas férias do Brasil e aproveitou uma proposta de trabalho no Canadá que recebera.

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