- Pai, antes de irmos embora eu quero te informar uma coisa- Luiza falou quando estavam estacionados em frente à casa de Paula.
- O que foi?- ele a olhou.
- Eu to namorando um menino e ele quer conhecer você e a mãe- as palavras da jovem fizeram as de Breno sumir.
- Acho que ele tá meio surpreso, Louis- Pablo olhava para o rosto do pai.
- Você... namorando?
- Sim- respondeu.
- Eu... tá, tá bom. Quero conhecê-lo também- a frase não foi muito convincente, mas Luiza resolveu deixar para lá.
- Vou conversar com a mãe e a gente marca. Beijo!- ela beijou o rosto do carro e saiu acompanhada do irmão.
- Chegamos!- Pablo gritou entrando em casa.
- Oi!- Gabriel gritou descendo as escadas e pulando no colo do irmão.
- E aí, pequeno? Cadê a mãe?- o jovem perguntou.
- Tá tomando banho, daqui a pouco ela desce.
Eles foram para a sala esperar a mãe que já havia preparado toda a mesa de café da tarde.
- Olá!- ela desceu as escadas e beijou a testa dos filhos- É reunião?- ela riu vendo os três lado a lado no sofá.
- Eu quero fazer um comunicado- para Luiza, falar daquilo com a mãe era muito mais fácil do que com o pai.
- Pode falar, filha.
- Eu to namorando- Paula sorriu ao ouvir a frase e olhou para a mão da menina vendo a aliança prata- E ele quer conhecer você e o pai.
- Que legal, meu amor, é aquele que você tava ficando?
- É ele mesmo.
- Vamos ver um dia disponível e a gente marca esse encontro.
- Te amo, mãe!- Luiza abraçou forte a morena.
Ela tinha uma liberdade muito grande com Paula já que a mesma falava sobre diversos assuntos com os filhos sem privá-los de informações e sem criar um ambiente constrangedor tornando tudo natural.
- Eu também te amo, filha.
Eles foram para a mesa tomar café da tarde.
- Já comeram bolo com catchup?- Paula perguntou olhando para o pote de catchup encima da mesa.
- Eca, mãe, não!- Pablo fez cara de nojo.
- Vou testar!- ela pegou o potinho e despejou um pouco em seu bolo logo o comendo- É gostoso! Provem!
- Não, muito obrigada, mãe!- Luiza riu.
Eles terminaram o café e então Paula foi descansar do dia cansativo em seu quarto. Ela se deitou na cama e fechou os olhos apenas para descansar, sem a intenção de dormir, mas teve que abri-los rapidamente pois o seu celular tocou.
- Alô?- nem olhou para o identificador de chamada.
- Oi- a voz de Breno se fez presente do outro lado fazendo a morena sorrir- Tá ocupada?
- Não, to aqui fazendo nada no meu quarto.
- Queria estar fazendo nada no seu quarto também.
- Para de ser besta!- ela riu- O que foi?
- Eu vou pegar as chaves do meu apartamento amanhã e queria saber se você não quer ir lá conhecê-lo comigo, aí a gente adianta o nosso dia- propôs.
- Se eu não tiver nada mais interessante...
- Para de fazer doce, eu sei que você quer ir- disse com um tom de voz convencido.
- Eu quero mesmo- respondeu- Me passa seu endereço depois que eu vou lá com meu carro.
- Mas eu acho tão gostosinho o nosso momento dentro do carro- falou com uma voz manhosa.
- Eu sei, meu bem, mas eu prefiro assim, deve ser ruim pra você ficar me levando de volta lá na empresa.
- Nada é ruim se é pra você- o tom era infantil e arrancou risadas de Paula.
- Tá bom, depois a gente vê isso. Quero falar sobre outra coisa com você.
- O que foi?
- A Louis falou algo com você?
- Sobre o namorado? Falou sim- Paula percebeu o tom desconfortável.
- Vamos marcar o jantar pra quando?
- É necessário mesmo?
- Breno, ela já tem quinze anos, uma hora nossa princesinha ia crescer.
- Eu sei, mas não achei que fosse tão rápido.
- Imagina como meu pai não se sentiu quando eu apareci grávida então- a tentativa de Paula de tranquilizar o loiro foi totalmente falha.
- E se ela engravidar?
- As chances são muito pequenas, Breno. Eu converso muito com eles sobre sexo, camisinha, não há nada desconhecido.
- Eu... tá bom, que dia?
- O que acha de semana que vem? Eu to livre e você?
- Também, a não ser que você queira me encontrar aí eu vou estar ocupado.
- Para, Breno- Paula riu- Vou marcar com a Louis então.
- Não to preparado pra ser sogro.
- E você acha que eu to? As pessoas costumam odiar as sogras!
- Você odiava a sua?
- Não odiava, mas também não gostava- a morena respondeu causando risos em Breno.
- Eu detesto aquela mulher até hoje!- o loiro se referiu à sua.
- Viu? Eu que posso ser conhecida como bruxa to de boa, você deveria estar também.
- Amanhã você me acalma.
- Amanhã você vai ficar bem mansinho, vai até amar a ideia do jantar.
- Eu não duvido da sua capacidade- ele mordeu o lábio inferior- Eu tenho que desligar agora, tenho que ir no shopping com a Bruna- Breno nem se deu conta, mas ele estava fazendo algo que não fazia nem com a mãe: "dar satisfações".
- Ok, amanhã a gente se vê- Paula falou.
- Amanhã eu vou te pegar lá- ele pôde ouvir a risadinha da morena- Te pegar com o carro, sua mente suja!
- Vou fingir que acredito que era isso que você queria dizer. Boa noite, coisa linda!
- Boa noite, cheirosa- e assim eles desligaram o celular.
Paula seguiu mexendo no celular e resolveu stalkear as redes sociais de Breno e durante isso pôde perceber que quase não havia mais fotos do loiro na balada quanto antes, na verdade o último post dele havia sido há semanas atrás felicitando Piolho pelo aniversário e, por algum motivo desconhecido por ela, aquilo havia feito um certo alívio misturado com felicidade surgir em seu peito.
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All These Years
FanfictionPor conta de uma gravidez na adolescência, Paula e Breno criaram um laço que nem mesmo o "ódio" que sentiam um pelo outro poderia romper.