- O que eu vou fazer agora?- seu choro se intensificou e ela sentou no chão largando o teste com resultado positivo no chão.
Ela não estava em condições de dirigir, então engoliu o choro, pegou seu celular e ligou para a diretora pedindo para mandar Gabriel pela van escolar pois não conseguiria o buscar. Quando encerrou a ligação, o choro voltou e ela retornou à posição que estava antes, sentada no chão, os braços abraçando os joelhos e o rosto enterrado entre eles. Ela queria se levantar para preparar um bom café da tarde para seu filho, mas sequer conseguia parar de chorar. Passou um tempo e então a porta de seu quarto foi aberta.
- Mamãe?- Gabriel se assustou com o choro forte da morena e correu para dentro do quarto indo até ela e a abraçando como conseguiu- O que aconteceu?
Ela levantou a cabeça e puxou o filho em sua direção o abraçando fortemente. Ele ficou no abraço e acariciando o cabelo dela até que o choro parou.
- Tá tudo bem, filho- ela separou o abraço e limpou as lágrimas do rosto.
- Por que você tava chorando?- os olhinhos azuis do garoto estavam cheios de lágrimas por ver a mãe naquele estado.
- Eu estava com saudade de você- ela sorriu não querendo falar a verdade para o pequeno.
- Agora eu to aqui- ele sorriu de volta.
- Eu sei, amor, por isso que a mamãe parou de chorar- ela o abraçou novamente e beijou o rosto do filho- Vamos tomar café?- se separou dele e se levantou do chão.
- Vamos- ele olhou para o chão e viu o teste- Deixou cair isso, mamãe!- ele pegou e pôs encima da cama, Paula seguiu tranquila pois sabia que o garoto não fazia a mínima ideia do que era aquilo.
Eles desceram as escadas e foram comer algo que Paula preparou na hora, depois disso, o menino foi tomar banho e ela foi para o próprio quarto.
- Mamãe- ele entrou no quarto dela- Você quer que eu fique com você ou eu posso ver desenho no meu quarto?
- Pode ir, filho- ela sorriu- A mamãe não vai chorar mais.
O menino assentiu com a cabeça e saiu do quarto dela. A morena se deitou em sua cama e ficou pensando sobre a gravidez indesejada. Teria que contar o mais rápido possível para Breno, mas tinha medo. E se o loiro não quisesse assumir a paternidade como quase fez com os gêmeos? E se ele rejeitasse o filho? E se ele alegasse que não teria como o filho ser dele? E se ele a deixasse na mão naquele momento? Muitos questionamentos rondavam a cabeça de Paula a deixando mais insegura ainda em relação a essa gravidez, além de seus próprios problemas físicos.
Ela resolveu ligar para o loiro pois queria contá-lo naquele dia mesmo.
- Alô?- Breno atendeu e ela pôde ouvir o barulho do chuveiro.
- Tá tomando banho de novo?- questionou.
- Tava jogando futebol com a Luiza e o Pablo aqui no campo do condomínio- ele respondeu.
- Ah. Você pode vir aqui em casa quando eles dormirem?- começou a morder o lábio inferior pelos nervos.
- Hoje não foi o suficiente, né? Claro que eu vou, linda- respondeu sorrindo.
- Ótimo, te vejo mais tarde- ela falou e desligou o celular.
Preferiu não dar nem um spoiler para não assustar ele e nem fazê-lo ir em sua casa aquela hora. Passou-se as horas, Paula já havia jantado com Gabriel e o pequeno havia ido dormir, então ela estava na sala batendo o pé no chão de nervoso enquanto esperava o loiro aparecer. Quando a campainha foi acionada ela praticamente pulou do sofá e correu até a porta.
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All These Years
Fiksi PenggemarPor conta de uma gravidez na adolescência, Paula e Breno criaram um laço que nem mesmo o "ódio" que sentiam um pelo outro poderia romper.