Capítulo 25

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  A morena foi despertada por seu celular tocando no criado-mudo.
 
- Alô?- Paula atendeu ao celular sonolenta.

  - Oi- pode ouvir a voz do Breno pelo outro lado.

  - Breno? Como conseguiu me ligar se eu não te desbloqueei?- ela esfregou os olhos e se sentou na cama.

  - Eu peguei o celular da Luiza e liguei- explicou.

  Paula olhou para o relógio ao lado de sua cama e viu que apenas eram três e quatro da manhã.

  - Por que tá me ligando essa hora?

  - Eu to com saudade de você- admitiu em voz baixa.

  - Breno, ontem foi a terceira vez no mês que a gente se encontrou- ela riu.

  - Eu sei, mas três vezes não são suficientes.

  - Quantas vezes você quer então?- questionou.

  - Sempre!

  - Aí não se chamaria sexo casual, que foi como você intitulou a nossa relação.

  - A gente pode ter sexo casual todos os dias- sugeriu arrancando risadas da morena.

  - E as suas outras experiências?

  - Eu já te falei que ninguém mais serve pra mim, Paula. Só você encaixa perfeitamente- declarou fazendo o coração dela acelerar.

  - E como a gente faria pra se ver todos os dias?

  - Eu te pego depois do serviço.

  - Esqueceu que eu vou pra academia de manhã e depois que saio do trabalho vou direto pegar as crianças?

  - Eu sei, mas acho que você poderia parar de ir à academia e eu te passo um treino bem mais eficiente na minha cama- sugeriu.

  - Você não presta- ela riu.

  - Mas e aí? O que acha?

  - Eu não posso parar de ir na academia, moço- falou- Eu tenho que tentar manter um corpo bom depois de ter tido três filhos.

  - Seu corpo é lindo e eu não mudaria nada nele, já tá bom de musculação.

  - Eu posso pensar na sua proposta?- ela tinha um sorriso no rosto enquanto conversava com o loiro.

  - Pode, só não demora muito porque o próximo dia tá chegando- mal sabia ela que o sorriso bobo dele era ainda pior que o dela.

  - Tá bom, prometo pensar com carinho.

  - Deixa eu te contar uma coisa- Breno se ajeitou em sua cama- Escolhi um apartamento pra alugar.

  - Sério?- Paula perguntou animada.

  - Sim, agora a gente não vai mais precisar se encontrar no motel- falou animado.

  - Isso vai ser ótimo- ela sorriu mais ainda.

  - Sim. O apartamento vai ter quatro quartos então o Gabriel vai poder vir pra cá também se ele quiser.

  - Ah não, Breno! Vai querer roubar meu filhinho pequenininho também?- ela fingiu braveza.

  - Se não puder tudo bem, só achei que ele iria gostar de ficar com os irmão quando eles estivessem aqui de vez em quando.

  - Eu to brincando- ela falou- Mas você não acha que isso tá tomando um rumo que não deveria?

  - Do que você tá falando?

  - Isso. Nossa relação é casual e você já quer levar meu filho pro seu apartamento.

  - Eu não vejo problema nenhum nisso, não é como se a gente tivesse casando.

  - É, você tem razão- ela suspirou- Perdeu o sono?

  - Não consegui parar de pensar em você- revelou- Não quer vir aqui?

  - Tá maluco? Imagina que legal a Luiza e o Pablo me vendo sair do seu quarto pela manhã.

  - Tem razão, mas se mudar de ideia o convite segue em pé- disse sorrindo.

  - Tá bom- Paula riu- Vai tentar dormir agora?

  - Eu preferia te ver, mas já que você não quer eu vou ser obrigado- fez um leve drama.

  - Como você é dramático, hein?

  - Posso te perguntar uma coisa?

  - Claro!- ela respondeu.

  - Por que na hora do sexo você não parece aquele Diabo da Tasmânia do dia a dia?

  - Quando nós estivermos frente à frente eu prometo te responder- falou com uma voz mais baixa e sensual.

  - Você promete demais, Paula, acho que você que é muito gelo e pouco whisky- provocou.

  - É aí que você se engana, eu só prometo o que posso cumprir.

  - Eu espero que seja verdade- a desafiou- Se não eu vou ser obrigado a te dar um castigo.

  - E que tipo de castigo seria esse?- a conversa estava tomando um rumo mais quente.

  - Eu chamaria de 'castigo surpresa'.

  - Não em ameaça desse jeito que eu deixo de cumprir qualquer promessa só pra ver esse castigo, hein?

  - Não! Pode cumprir as promessas- ele riu- Você tá com sono?

  - Um pouco, mas não me importo de ficar conversando com você, amanhã é domingo mesmo- ela ajeitou a coberta em seu corpo.

  - Me desbloqueia depois que a gente terminar aqui por favor, eu quero poder te mandar umas fotos bem legais- a malícia estava presente em sua voz.

  - Não se atreva, o Gabe mexe no meu celular às vezes- advertiu.

  - É só você excluir- Breno falou como se fosse uma coisa óbvia- E eu quero receber também.

  - Não tenho coragem.

  - Você nunca mandou pro finado quando ele tava nos plantões?

  - Já, mas não confio nesse tanto em você- a sinceridade de Paula era uma forte característica.

  - Assim você me ofende- era nítido o tom de brincadeira na sua voz- Mas não tem problema, eu vou poder ver ao vivo mesmo.

  - É, vai.

  - E mensagens calientes você não manda também?

  - Meu bem, você não conhece a pessoa com quem tá se envolvendo- ela deu uma risadinha.

  - Estou ansioso para conhecer esse seu lado.

  - E eu ansiosa pra te mostrar- Paula viu a porta de seu quarto se abrindo e Gabriel, sonolento, entrando por ela- O Gabe veio dormir comigo, eu tenho que desligar.

  - Tá bom, não esquece de pensar na proposta e das coisas que você prometeu.

  - Eu não vou esquecer- ela sorriu olhando o filho subir em sua cama.

  - Um beijo bem gostoso nessa boca linda. Até outro dia!- ele respondeu fazendo um som de beijo.

  - Beijo, tchau!- Paula desligou o celular e aproveitou para desbloquear o número de Breno- O que foi, meu amorzinho?

  - Eu tive um pesadelo, posso dormir com você, mamãe?

  - É claro que pode, filho!

  Paula de deitou novamente e puxou seu filho o abraçando forte.

  - Boa noite, meu anjinho.

  - Boa noite, mamãe!

  E, abraçados, pegaram no sono.

All These YearsOnde histórias criam vida. Descubra agora