A morena foi despertada por seu celular tocando no criado-mudo.
- Alô?- Paula atendeu ao celular sonolenta.- Oi- pode ouvir a voz do Breno pelo outro lado.
- Breno? Como conseguiu me ligar se eu não te desbloqueei?- ela esfregou os olhos e se sentou na cama.
- Eu peguei o celular da Luiza e liguei- explicou.
Paula olhou para o relógio ao lado de sua cama e viu que apenas eram três e quatro da manhã.
- Por que tá me ligando essa hora?
- Eu to com saudade de você- admitiu em voz baixa.
- Breno, ontem foi a terceira vez no mês que a gente se encontrou- ela riu.
- Eu sei, mas três vezes não são suficientes.
- Quantas vezes você quer então?- questionou.
- Sempre!
- Aí não se chamaria sexo casual, que foi como você intitulou a nossa relação.
- A gente pode ter sexo casual todos os dias- sugeriu arrancando risadas da morena.
- E as suas outras experiências?
- Eu já te falei que ninguém mais serve pra mim, Paula. Só você encaixa perfeitamente- declarou fazendo o coração dela acelerar.
- E como a gente faria pra se ver todos os dias?
- Eu te pego depois do serviço.
- Esqueceu que eu vou pra academia de manhã e depois que saio do trabalho vou direto pegar as crianças?
- Eu sei, mas acho que você poderia parar de ir à academia e eu te passo um treino bem mais eficiente na minha cama- sugeriu.
- Você não presta- ela riu.
- Mas e aí? O que acha?
- Eu não posso parar de ir na academia, moço- falou- Eu tenho que tentar manter um corpo bom depois de ter tido três filhos.
- Seu corpo é lindo e eu não mudaria nada nele, já tá bom de musculação.
- Eu posso pensar na sua proposta?- ela tinha um sorriso no rosto enquanto conversava com o loiro.
- Pode, só não demora muito porque o próximo dia tá chegando- mal sabia ela que o sorriso bobo dele era ainda pior que o dela.
- Tá bom, prometo pensar com carinho.
- Deixa eu te contar uma coisa- Breno se ajeitou em sua cama- Escolhi um apartamento pra alugar.
- Sério?- Paula perguntou animada.
- Sim, agora a gente não vai mais precisar se encontrar no motel- falou animado.
- Isso vai ser ótimo- ela sorriu mais ainda.
- Sim. O apartamento vai ter quatro quartos então o Gabriel vai poder vir pra cá também se ele quiser.
- Ah não, Breno! Vai querer roubar meu filhinho pequenininho também?- ela fingiu braveza.
- Se não puder tudo bem, só achei que ele iria gostar de ficar com os irmão quando eles estivessem aqui de vez em quando.
- Eu to brincando- ela falou- Mas você não acha que isso tá tomando um rumo que não deveria?
- Do que você tá falando?
- Isso. Nossa relação é casual e você já quer levar meu filho pro seu apartamento.
- Eu não vejo problema nenhum nisso, não é como se a gente tivesse casando.
- É, você tem razão- ela suspirou- Perdeu o sono?
- Não consegui parar de pensar em você- revelou- Não quer vir aqui?
- Tá maluco? Imagina que legal a Luiza e o Pablo me vendo sair do seu quarto pela manhã.
- Tem razão, mas se mudar de ideia o convite segue em pé- disse sorrindo.
- Tá bom- Paula riu- Vai tentar dormir agora?
- Eu preferia te ver, mas já que você não quer eu vou ser obrigado- fez um leve drama.
- Como você é dramático, hein?
- Posso te perguntar uma coisa?
- Claro!- ela respondeu.
- Por que na hora do sexo você não parece aquele Diabo da Tasmânia do dia a dia?
- Quando nós estivermos frente à frente eu prometo te responder- falou com uma voz mais baixa e sensual.
- Você promete demais, Paula, acho que você que é muito gelo e pouco whisky- provocou.
- É aí que você se engana, eu só prometo o que posso cumprir.
- Eu espero que seja verdade- a desafiou- Se não eu vou ser obrigado a te dar um castigo.
- E que tipo de castigo seria esse?- a conversa estava tomando um rumo mais quente.
- Eu chamaria de 'castigo surpresa'.
- Não em ameaça desse jeito que eu deixo de cumprir qualquer promessa só pra ver esse castigo, hein?
- Não! Pode cumprir as promessas- ele riu- Você tá com sono?
- Um pouco, mas não me importo de ficar conversando com você, amanhã é domingo mesmo- ela ajeitou a coberta em seu corpo.
- Me desbloqueia depois que a gente terminar aqui por favor, eu quero poder te mandar umas fotos bem legais- a malícia estava presente em sua voz.
- Não se atreva, o Gabe mexe no meu celular às vezes- advertiu.
- É só você excluir- Breno falou como se fosse uma coisa óbvia- E eu quero receber também.
- Não tenho coragem.
- Você nunca mandou pro finado quando ele tava nos plantões?
- Já, mas não confio nesse tanto em você- a sinceridade de Paula era uma forte característica.
- Assim você me ofende- era nítido o tom de brincadeira na sua voz- Mas não tem problema, eu vou poder ver ao vivo mesmo.
- É, vai.
- E mensagens calientes você não manda também?
- Meu bem, você não conhece a pessoa com quem tá se envolvendo- ela deu uma risadinha.
- Estou ansioso para conhecer esse seu lado.
- E eu ansiosa pra te mostrar- Paula viu a porta de seu quarto se abrindo e Gabriel, sonolento, entrando por ela- O Gabe veio dormir comigo, eu tenho que desligar.
- Tá bom, não esquece de pensar na proposta e das coisas que você prometeu.
- Eu não vou esquecer- ela sorriu olhando o filho subir em sua cama.
- Um beijo bem gostoso nessa boca linda. Até outro dia!- ele respondeu fazendo um som de beijo.
- Beijo, tchau!- Paula desligou o celular e aproveitou para desbloquear o número de Breno- O que foi, meu amorzinho?
- Eu tive um pesadelo, posso dormir com você, mamãe?
- É claro que pode, filho!
Paula de deitou novamente e puxou seu filho o abraçando forte.
- Boa noite, meu anjinho.
- Boa noite, mamãe!
E, abraçados, pegaram no sono.

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All These Years
FanfictionPor conta de uma gravidez na adolescência, Paula e Breno criaram um laço que nem mesmo o "ódio" que sentiam um pelo outro poderia romper.