- A viagem está ótima eu não quero que acabe- Luiza comentou enquanto ela e os outros quatro assistiam televisão sentados na sala.
- Falta muito pra acabar ainda, filha- Paula estava deitada em um sofá com Gabriel.
- É, mas passa rapidinho- Pablo constatou.
- Vocês não vão mesmo me deixar ver o filme?- Breno falou impaciente enquanto tentava ouvir a televisão.
- Vai assistir no quarto se quer silêncio- Paula retrucou.
- Não tem televisão no quadro, gênia!
- Então aceita o que tem- a morena o olhou ironicamente e ele lhe mostrou a língua.
- Como vocês são adultos e maduros- Luiza disse sarcasticamente.
- Olha o respeito, menina- Paula a olhou.
- O que vocês acham de eu furar o umbigo?- a loira perguntou.
- De jeito nenhum!- Breno disse bravo- Já basta essa coisa no nariz.
- Como você é careta e chato- a morena rebateu.
- E você é liberal demais pro meu gosto.
- Preciso falar algo sobre escola e confusões?
- Não comecem, por favor, eu já tava amando o clima que vocês estavam- Pablo quem se pronunciou.
- É difícil manter um clima bom com um homem desses.
- Eu vou preferir manter o meu silêncio diante dessa frase em respeito aos meus filhos- Breno se levantou do sofá- Cansei desse filme!- ele subiu as escadas.
- Precisava desse climão, mãe?- Luiza a olhou.
- A culpa é sua que iniciou com essa história de piercing- Pablo acusou a irmã.
- Por favor, vamos manter a paz entre nós pelo menos- a morena pediu.
- Vocês não deixam ninguém dormir- a frase de Gabriel fez todos os presentes na sala rirem.
- Achei que você tivesse vendo o filme, garotinho- Paula riu abraçando o filho.
- Eu tentei, mas era chato demais- ele se aninhou no colo da mãe.
- Então vai pra cama!
- Não, eu quero ficar com você- Gabriel enterrou o rosto no peito de Paula e pegou no sono novamente.
Eles ficaram mais um tempo vendo o filme, que realmente era chato, e todos começaram a ficar com sono.
- Acho que eu já vou dormir também, filme chato- Luiza disse bocejando e se levantando.
- Leva o Gabe, por favor, eu vou continuar assistindo.
Luiza pegou Gabriel e então subiu as escadas juntamente com Pablo, sobrando apenas Paula na sala.
- Cadê a mãe de vocês?- Breno viu Luiza saindo do quarto de Gabriel.
- Ela ficou lá embaixo para terminar de ver o filme- ela deu um beijo no rosto do pai- Boa noite, pai.
- Boa noite- ele beijou a testa dela.
Breno foi para o seu quarto e ficou um tempo lá deitado de barriga para cima pensando se deveria ou não ir atrás de Paula no andar debaixo. Na semana passada a morena havia deixado claro que não queria nenhum tipo de envolvimento com ele, mas ele sabia que eram palavras vazias então não se deixou abater. Depois de alguns minutos decidiu que iria procurar o que queria, e o que queria era beijar a boca da mãe de seus filhos que havia deixado um gostinho de 'quero mais' na sua.
O loiro desceu as escadas lentamente para assustar a morena, mas quando chegou perto do sofá onde ela se encontrava, viu que Paula estava em um sono profundo enquanto o filme rolava na televisão.
- Gata até dormindo- Breno não conseguia entender como não via essas coisas nela antes.
Ele resolveu que faria uma boa ação: levaria a morena para sua própria cama. Ele desligou a televisão e foi até Paula a pegando no colo.
- Se controla, Breno- falou para ele mesmo enquanto levava a morena para o quarto.
Ele largou Paula na cama dela e se sentou ao seu lado observando cada detalhe daquele lindo rosto. Reparou nas sobrancelhas cheias e muito bem desenhadas, nas mandíbulas fortes e em evidência nas laterais do seu rosto, em seus cílios longos, seu nariz retinho com um piercing como decoração e então chegou nos lábios, aqueles lindos e cheios lábios que lhe deram tanto prazer apenas em beijar. Breno aproximou o rosto do de Paula e passou seu nariz pela bochecha sentindo o cheiro característico da mulher. Não era só o perfume e o creme que a deixavam cheirosa, tinha também o cheiro que exalava da pele dela que estava presente desde sempre e Breno se lembrava dele na vez que transaram quando eram adolescentes.
- Isso é assédio- ele pode ouvir a voz rouca, mas não fez a mínima questão de se afastar, apenas abriu um sorriso.
- Você tá gostando então não é- ele passou o nariz pelo dela e foi até o outro lado do rosto.
- Eu te falei semana passada que não queria mais nada com você.
- Alonga, né, Paula!- ele se afastou e olhou para o rosto dela- Você tá toda arrepiada só porque eu to com o rosto perto do seu e quer que eu acredite que não quer nada comigo?
- Você não tem que acreditar, tem que obedecer- o desafiou.
- E desde quando eu sou seu filho e te devo obediência?- ele segurou o cabelo dela na raiz e aproximou os rostos.
- O que você tanto quer comigo? É um beijo? Gamou tanto assim?
- Sai fora- ele se sentou na cama e a morena fez o mesmo- Eu quero beijar na boca e já que não tem outra opção, eu quero você.
- Agora eu sinto bem mais vontade de pegar você- sorriu sarcasticamente.
- Você sabe muito bem que eu to brincando- ele se ajoelhou na cama e foi até ela passando uma das pernas para o outro lado de seu corpo e ficando dessa maneira- Olha no meu olho e fala que não foi gostosinho tudo que a gente fez.
- Foi muito gostoso- ela admitiu olhando para ele.
- A gente tem química, Paula, e isso não é pra qualquer um- ele apoiou uma mão na cabeceira e inclinou o tronco- Sabe aquela música, um beijo gostoso que prende- sugou o lábio inferior dela e largou lentamente- Seu jeito na cama me rende- segurou o rosto dela com uma mão e o levantou beijando o pescoço- Um olhar safado que chama- puxou o rosto dela novamente e olhou dentro de seus olhos- E uma pegada que desgrama. Você é a primeira mulher que eu fico que tem pegada, e que pegada, viu?- ele mordeu o lábio lembrando das marcas que a morena havia feito nele e o jeito como ela o agarrava- O falecido passava muito bem.
- Não fala do meu marido- ela mordeu o dedo dele de maneira sexy enquanto olhava em seus olhos.
- E eu achando que você não dava conta.
- Na verdade você não viu nem metade do que eu sou capaz, Breno.
- Você vai deixar eu ver?
- Não- Paula sussurrou cortando o clima do loiro- Fala o que você quer comigo, é um beijo?- ela o puxou pela nuca e já foi enfiando a língua dentro da boca dele.
Breno correspondeu ao beijo de bom grado, segurando os cabelos castanhos e conduzindo a velocidade e os movimentos do beijo.
- Beijo dado, já pode sair do meu quarto- ela separou o beijo, deu um sorrisinho irônico, o empurrou para o lado e se virou de costas para ele- Boa noite, Breno, não esquece de fechar a porta quando sair.
Breno ficou indignado pela forma como a morena o tratou, mas aquele joguinho estava instigando seu desejo e a sua curiosidade. Ele se levantou da cama, deu um pequeno tapa na bunda de Paula e saiu do quarto ainda desacreditado do que acontecera.
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All These Years
FanfictionPor conta de uma gravidez na adolescência, Paula e Breno criaram um laço que nem mesmo o "ódio" que sentiam um pelo outro poderia romper.