Capítulo 30

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  Paula olhou toda sua sala e lembrou dos anos que trabalho naquele local. A empresa havia aberto as portas para ela quando era apenas uma estagiária sem experiência, e agora, quando se tornou uma das melhores contadoras da cidade, iria seguir seu caminho e dar um próximo passo. Seus dias de trabalho na empresa haviam acabado e ela iniciaria em um cargo público, aumentando o salário e diminuindo a carga horária. Terminou de pegar suas coisas e desceu. Se despediu de todos da empresa que haviam feito uma pequena festa de despedida para ela e foi para seu carro. Se sentou no banco do motorista, fechou os olhos e lágrimas começaram a escorrer por suas bochechas. Ela não havia entendido o porquê, mas sentiu a vontade e decidiu não segurar. Depois que se acalmou ela deu partida estacionando na garagem do apartamento de Breno. O porteiro já a conhecia então ela passou direto e foi até o andar dele batendo na porta.

  - Já vai!- pode ouvir a voz do outro lado da porta- Oi- ele sorriu ao ver a morena quando abriu a porta.

  - Olá- ela sorriu de volta e entrou na casa dando um selinho nele.

  - Por que você tá com o olhinho vermelho?- ele parou em frente à ela é segurou o rosto com as duas mãos, acariciando.

  - Hoje foi meu último dia na empresa e do nada me deu vontade de chorar.

  - É normal, você trabalhou muitos ano lá- ele seguia acariciando todo o rosto dela com os polegares.

  - Mas não é pra tanto- ela respirou fundo- Enfim, hoje eu não posso demorar muito- informou se afastando dele e jogando a bolsa no sofá.

  - Por quê?- questionou.

  - Curioso- ela riu- Tem visita lá em casa- preferiu não entrar em detalhes.

  - Ok, senhorita ocupada, a gente faz bem rapidinho.

  - Também não é assim, o trem tem que ser bem feito- ela tirou os sapatos e se aproximou dele ficando na ponta dos pés e beijando o pescoço.

  - A gente não faz "bem feito", faz "perfeitamente feito"- ele fechou os olhos e encaixou os dedos no cabelos dela dando uma puxada enquanto a morena se deliciava em seu pescoço.

  Os dois se entregaram um ao outro e logo Breno estava deitado no chão se recuperando e Paula sentada o observando.

  - Sabia que você é a melhor mulher na cama que eu já peguei?- ele falou.

  - Que papinho de cafajestes!- ela riu encostando as costas no sofá.

  - Eu to falando seríssimo! Você é muito boa, da pra ver que sabe o que tá fazendo. É bem gostosinha- pôs a mão na perna dela e apertou.

  - O que falar de você, Breno Simões?- ela o olhou com aqueles olhou penetrantes- Você é muito gostosinho, viu?

  - Melhor que o finado?

  - Para de se comparar com ele- Paula riu- As vezes eu tenho a impressão de que você era apaixonado pelo meu marido.

  - Não, só achava ele meio babaca que fazia tudo que você queria, mas não era apaixonado- deu de ombros.

  - Deixa o homem descansar em paz, Breno!- ela chutou ele de leve- Eu tenho que ir pra casa pra dar tempo de tomar banho- ela se levantou e vestiu sua lingerie.

  - Por que você não traz umas roupas pra cá?- ele perguntou se levantado.

  - Como assim?- parou o que fazia e o olhou estranhada.

  - Ah, a gente transa aqui em casa todos os dias e você sempre tem que sair correndo, seria melhor eu separar uma gaveta pra você e aí você toma banho comigo e a gente aproveita mais- propôs vestindo a cueca.

  - Breno- a proposta veio como um soco em sua barriga- Eu... isso não é coisa de 'ficantes casuais'

  - E daí?

  - E daí que isso parece com relacionamento sério e não é isso que estamos procurando aqui.

  - Eu não to te pedindo em casamento, só to perguntando se não quer deixar as coisas aqui, mas se não quiser também...- ele deu de ombros.

  - Amanhã talvez eu traga... algumas roupas- ela vestiu a calça.

  - Traz umas calcinhas bem maneiras pra eu aproveitar aqui.

  - Qual a chance dos nossos filhos verem minhas calcinhas mas suas coisas?

  - Nenhuma, eles não mexem no meu armário- Breno explicou- Relaxa que ninguém vai descobrir- ele sorriu e beijou a bochecha dela algumas vezes.

  - To confiando em você, hein?

  - Alguma vez eu te dei motivo pra desconfiar?- ele olhou nos olhos dela e pôde identificar a resposta- Não precisa falar nada.

  - Pois é- ela riu- Quem cozinha pra você?- mudou de assunto bruscamente.

  - Ninguém, eu vivo de fast-food- fez cara de drama e Paula segurou seu rosto dando alguns selinhos.

  - Tadinho desse menino abandonado- brincou enquanto dava beijinhos nele- Ninguém ensina ele a cozinhar.

  - Vem aqui e me ensina- ele pediu puxando o quadril dela de encontro ao seu.

  - Aí você escolhe ou a gente transa ou a gente cozinha.

  - A gente pode cozinhar transando!

  - Eca, Breno!- ela riu e deu um tapinha no peito dele- Por que você não contrata alguém dos cozinhar pra você? Não é bom comer em fast-food todos os dias.

  - Fiquei com medo de você ficar com ciúmes- brincou.

  - Contrata um homem, uai- ela não desmentiu a teoria dele fazendo um sorriso aparecer nos lábios finos.

  - Homem não- resmungou.

  - A comida das senhorinhas são sempre as melhores!

  - Prometo procurar alguém- ele segurou a mão dela e deu um beijo- Não aguento mais viver sem comidinha caseira.

  - Isso aí! Tem que ficar saudável pra dar conta disso aqui- ela sinalizou o próprio corpo.

  - Se acha, né?- ele riu e beijou o pescoço dela- Com toda a razão! Se eu tivesse um corpo como esse- ele fez ela dar uma voltinha- Uma boca dessas- deu uma pequena mordida- E fosse boa de cama como você é, eu seria a pessoa mais esnobe do mundo!

  - Como você é besta!- eles riram enquanto a morena beijava o rosto dele- Agora eu tenho que ir mesmo.

  - Posso te ligar à noite?- ele perguntou apreensivo mordendo o lábio.

  - Sabe que isso é perigoso, né?

  - O perigo maior já me pegou, Paula, eu não consigo mais dormir sem ouvir sua voz antes.

  - Não liga- ela pediu pois viu que estava ficando sério demais.

  - Eu vou ligar e você vai atender- ele constatou.

  - O pior de tudo é que por mais que eu fuja disso, você já tá preenchendo um papel na minha vida maior do que o esperado no início!

All These YearsOnde histórias criam vida. Descubra agora