Capítulo 57

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Breno estava deitado em sua cama enquanto olhava para seu celular por diversas vezes pensando se ligava ou não para a morena.

- Alô?- a voz sonolenta foi ouvida do outro lado da linha.

- Oi- Breno falou e um silêncio surgiu- Paula?

- O que?

- A gente pode conversar?- ele mordeu o lábio esperando a resposta.

- É madrugada, Breno, e amanhã eu trabalho- ela falou.

- Eu sei, mas é torturante ficar uma semana sem ouvir a sua voz.

- Era só isso?- ela tentava se fazer de durona.

- Desculpa ter dado chilique por ciúmes estupido.

- Breno, eu não me importo do seu ciúmes, mas eu nunca vou admitir que você fique com raiva do meu filho por causa de ciúmes do meu marido- Paula disse.

- Seu marido?

- Foi sem querer- ela suspirou- Eu realmente não quero conversar sobre isso agora- ela falou.

- Tudo bem- ele engoliu o ciúmes para ter uma conversa civilizada- Vamos nos encontrar amanhã pra conversar?

- Ok- ela bocejou- Boa noite!- e assim desligou sem deixar o loiro falar mais nada.

Breno passou a noite em claro novamente, já era a terceira noite seguida que o afastamento de Paula não deixava que ele descansasse. Já eram 6:00 da manhã quando ele conseguiu dormir, mas seu relógio despertou as 7:30 e ele teve que acordar para trabalhar.

Paula deixou as crianças na casa de sua mãe e foi para o serviço. Estava com a cabeça cheia então não conseguia se concentrar em nada. Passou horas e horas tentando fazer a mesma coisa até que deu seu horário de sair.

- Que merda!- ela murmurou batendo a mão na mesa e se levantando.

A morena saiu do prédio e foi para o seu carro, no meio do caminho ela quase sofreu um acidente por não conseguir nem se concentrar no que fazia. Chegou em casa e se atirou no sofá fechando os olhos. Lembrou-se da conversa que combinou de ter com Breno, mas não estava com a mínima vontade de ligar para ele e perguntar onde era o local já que não o deixara falar na noite anterior.

- Já vai!- ela falou ao ouvir a campainha.

Paula abriu a porta e se deparou com Breno no outro lado. O loiro tinha olheiras quase imperceptíveis, mas ela conhecia o rosto dele bem demais para não perceber.

- Entra- falou se afastando da entrada e fechando a porta quando ele entrou.

- Eu não pretendo enrolar- ele suspeitou- Eu quero te pedir perdão pelo que eu deixei subentendido.

- Você sabe que eu aguento tudo quieta desde que não mexa com meus filhos- ela falou séria.

- Eu sei! Mas não foi minha intenção fazer uma coisa dessas com o Gabe. Eu amo demais aquela criança, Paula, eu amo como se ele realmente fosse meu filho, mas eu tava com tanta raiva que acabei descontando onde não devia.

- Raiva de coisa idiota, né? O que importa se eu tinha prazer na cama com o Joaquim ou não? Ele tá morto, Breno, e eu sou viúva e não divorciada pra poder voltar pros braços dele a qualquer momento- ela elevou um pouco o tom de voz.

- Eu tenho consciência de tudo isso, Paula, mas eu acabei me deixando levar pelo sentimento de posse que eu tenho sobre você.

Paula ficou em silêncio e se sentou no sofá.

- Sabia um dia depois da última vez que a gente se falou ele me perguntou se o Joaquim ficaria bravo se ele te chamasse de pai?- Paula falou com a voz embargada ao lembrar da expressão inocente de seu filho- E pela primeira vez na minha vida eu fiquem sem saber o que responder para o meu filho, porque o homem que ele queria chamar de pai tem raiva dele por causa do verdadeiro pai- as lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Paula.

Breno se sentiu a pior pessoa do mundo ao ouvir a história que a morena contara.

- Eu não tenho raiva dele!- ele se ajoelhou em frente à ela é segurou seu rosto fazendo ela olhar em seus olhos- Eu amo aquele garoto demais, Paula! Eu amo ele assim como eu amo a Luiza, o Pablo e o Vítor. Eu nunca fiz distinção entre eles. Aquele dia foi uma exceção por uma idiotice.

- E como eu posso ter certeza que não acontecerá novamente?- ela fungou e olhou nos olhos dele.

- Porque eu te garanto isso. Você já me disse várias vezes que confia em mim e eu preciso desse voto de confiança novamente. Confia?

- Confio- ela falou após alguns segundos e Breno juntou os lábios aos dela apenas apreciando a maciez.

- Eu ficaria muito honrado de ser chamado de pai pelo seu, ou melhor, nosso filho, mor- ele sussurrou.

- Eu ainda não sei como lidar com isso, não quero que ele esqueça do Joaquim- ela separou um pouco e olhou nos olhos dele.

- A gente não vai deixar isso acontecer- a sinceridade transpareceu no olhar dele- Vamos começar de novo e dessa vez como uma família completa sem precisar falar "seu filho" ou "meu filho", apenas "nossos filhos".

- Eu te amo, Breno- ela sussurrou olhando nos olhos verdes.

O loiro sentiu seu coração bater mais rápido ao ouvir as três palavrinhas saírem da boca da morena acompanhadas de seu nome.

- Você... é verdade?- ele abriu um grande sorriso.

- É verdade- ela sorriu.

- Eu te amo muito, mor, só não falei antes com medo de te assustar- ele deu vários selinhos nela.

- Tudo no seu tempo!- eles olharam profundamente nos olhos do outro e trocaram um beijo apaixonado.

All These YearsOnde histórias criam vida. Descubra agora